Lisboa é isto tudo. Uma cidade enorme, um pequeno berlinde, com distâncias de dez quilómetros do ponto A ao ponto B - e maiores, eu sei, mas apeteceu-me dizer dez, não posso? -, onde toda a gente se encontra, banhada de uma luz intensa e única - única, a determinadas horas do dia, há em Lisboa uma luz que não se encontra em mais parte nenhuma do país, assim dizia Maluda e eu acreditei sempre no que ela dizia, porque ela dizia as coisas com pincéis, e esses não mentem.
Quero que se lixe que me chamem bairrista, já me chamaram coisa tão pior, e que me digam que sou uma apátrida, porque sou de uma pátria sem pai e sem tradições, façam-me rir, enquanto eu como as sardinhas assadas, os pimentos e os caracóis mais saborosos do universo, caracóis no Verão, misturados nos meus, em ondas de prazer nas ondas do meu cabelo.
Já não sei ao que vinha. Perdi-me nas pedrinhas da calçada portuguesa que, vá-se lá saber porquê, existe mais em Lisboa, mas pronto, é portuguesa, é portuguesa.
E depois, tem o rio, e tem o mar, sabem? Azuis.
Ainda me pergunto como é que é possível ter nascido com os olhos tão pretos, se é de azul que tudo tinjo só de pousar o olhar. Pudesse eu ter criado o planeta e não existiria mais cor nenhuma, seria a realidade toda a azul e azul, que é, verdadeiramente, a única cor que eu vejo e, ainda assim, mal distingo de todas as outras que sei que existem.
No meu percurso há um caminho inteiro, com quilómetros de comprimento e largura, de amendoeiras em flor. Não percebo por que é que o meu bairro não se chama Amendoeiras, se existe um outro, Amoreiras, que já não tem uma única amoreira para amostra e prova.
Eu, por acaso, vinha aqui falar de outra coisa, mas já me perdi outra vez. Perdi-me do fio condutor, da linha do pensamento, de amores e de azul, que esta cidade me dá tanto e eu lhe dou tão pouco.
Lis-boa. Flor. Boa.
Lisboa é a cidade mai'linda do país e ponto final :P
ResponderEliminarOra bem, cá cinco, antes que nos caia aí o resto do país em cima! :P
EliminarE olha que é bastante pesado e eu não tenho assim tanta força
EliminarNem eu, que, para todos os efeitos, sou magra-magra-magra (repete comigo) e frágil como uma florzinha.
EliminarBranco e dourado ou preto e azul? ;)
ResponderEliminarLilás e cobre.
EliminarLisboa é tão boa!
ResponderEliminarO nome diz tudo. Boa!
EliminarQue seria de Lisboa se a outra margem, a minha, não estivesse onde está e como é?
ResponderEliminarSinceramente? Linda. Igualmente linda. Não é o lado de lá, desenhado no horizonte, visto da cidade, que lhe imprime mais beleza...
EliminarClaro, a beleza divide-se entre as duas margens.
EliminarNão concordo, desculpa.
EliminarA beleza desta cidade não depende em rigorosamente nada de outra ou outras que existam do outro lado do mesmo rio. Podiam não existir, que Lisboa seria sempre linda.
Queres explicar-me a beleza de Almada?
:-|
Não quero explicar, não me apetece, não e não, 'prontes'!
EliminarSó uma pessoa insencível não conseguirá perceber onde está a beleza de Almada.
Vá lá, estou bem disposto e dou-te uma dica: na população pá! ;-)
Querias dizer insensível ou invencível? :P
EliminarEu devo ser uma das duas coisas, ou ambas. Não vejo nada ali. Mas admito que pode ser ignorância minha, ou desconhecimento.
Só se for o pipol, mesmo :)
Escreve Dejanirah Couto, na sua História de Lisboa (magnífico livro): "uma costa onde o rio lançava palhetas de ouro." Num dia azul, se estivermos atentos, vê-las-emos, a pairar, no ar límpido de Lisboa.
ResponderEliminarBoa noite, LP :)
Que lindo. E eu, deformadora de cores que sou, que vejo prata no lugar do ouro, nesses dias?
EliminarSó me fica o azul, que nunca altero.
Boa noite, Xilre :)
Hoje, num centro comercial, vi uma rapariga (mulher/senhora) - e note-se que a vi de costas- e de repente, achei que eras tu. Foi uma coisa imediata : "olha, quase que podia apostar que aquela é a linda porca", pensei. E numa fracção de segundos, pensei que se a rapariga se voltasse , lhe perguntava "olhe desculpe, a senhora não é a Linda Porca?". Felizmente não se virou. Arriscava-me a uma bofetada. Mas aquela, eras tu (mesmo que não fosses).
ResponderEliminarAi, que giro :)
EliminarPor acaso, às vezes penso que isso me vai acontecer um dia.
Mas não era eu, majestade. Hoje não fui no chópim, não.
Olha, e se fosse mesmo, mesmo, uma sósia minha, era o que faltava deslargar-se à chapada!
A chapada era só mesmo por lhe chamar Porca. Mesmo que precedida do "Linda"... E só para te animar o resto da noite, a tipa (que não eras tu, por isso vai de "tipa"), era toda jeitosa (tenho-te em boa linha, portanto - na verdadeira acepção da palavra). Um beijo!
EliminarMesmo assim, haja tenência... :)
EliminarTenho que ter mais cuidado com aqueles dias em que vou toda despenteada e mal enjorcada para a rua, é o que é. Eu bem digo que tenho uma imagem a defender.
Um beijo também, my queen!