31/03/2019

< 40'

Foi o meu resultado de hoje na Corrida Sempre Mulher. Não interessa se faltavam dois segundos, ou dois minutos, ou mesmo dez, a verdade é que o relógio ainda não tinha dado os 40 minutos desde o início da prova. 
É que hoje corri todo o percurso, com excepção de trinta metros na Fontes Pereira de Melo (depois de ter subido a Av. Liberdade inteira) e trinta segundos para beber água, já no regresso. 
Tenho a certeza de que nunca corri tanto, em tão pouco tempo, em toda a minha vida. Nem quando jogava à apanhada ou ao toca-e-foge (na verdade, cansava-me, distraía-me, não me lembro de esgotar muito tempo nem forças só a correr), nem mesmo quando a professora de Educação Física, no liceu, nos punha a correr "o quadrado" (espécie de castigo corporal de avaliação, creio que inventado por ela, a ser aplicado no primeiro dia de aulas de cada ano lectivo), que consistia em dois quilómetros à volta de um dos campos de jogos, mas que eu aldrabei de todas as formas possíveis e inimaginadas.
Mas hoje até me apeteceu ir buscar uma medalha, ou um troféu daqueles que, não sei porquê, só mandam fazer três. Ao menos uma menção honrosa para senhoras de idade que se superam e superam mais umas dezenas de mulheres mais novas, mais magras, mais treinadas, ou tudo isso junto? Nada. Uma barra de cereais - que, obviamente, já marchou - e uma garrafa de água, e vai-te. 
Ilações retiradas desta corrida e a reter:
1. Com todos os defeitos que possa ter (início da prova numa subida, mas, lá está, final numa descida), continuo a preferir este percurso ao da Expo;
2. A avenida da Liberdade nunca mais acaba. É mesmo mais comprida a subir do que a descer, só pode;
3. A avenida Fontes Pereira de Melo nunca mais acaba;
4. A avenida da República nunca mais acaba, mas vá que o percurso da prova a corta ao meio;
5. Atingir o Marquês de Pombal e achar-se que "agora começa a Fontes Pereira de Melo" é uma doce ilusão, pois a rotunda nunca mais acaba;
6. Atingir a rotunda do Saldanha e achar-se que "agora começa a avenida da República", é uma doce ilusão, pois a rotunda nunca mais acaba;
7. Quando se desce a avenida da Liberdade e, ao quarto quilómetro, se vê a meta ao fundo, é uma doce ilusão, pois a meta está longíssimo e a avenida, basicamente, nunca mais acaba, já disse?;
8. Indumentária ideal: a que levei hoje - calças que não caiam pelas pernas abaixo, t-shirt justa (optei pelo tamanho 12 anos, pois, aquando do levantamento do kit - na véspera, ou seja, ontem -, já não havia XS, que eu não vestiria, nem S, e o M permite o baloiçar de tudo à vista de todos, logo, compromete-me a performance, tamanha é a preocupação/vergonha), sutiã de alta sustentação (há uns excelentes no Decathlon*, € 3,50), cuecas tanto faz, qualquer coisa para a cabeça se estiver sol (um bandana serve, eu não aceitei o boné da corrida, porque fazia publicidade a um fiambre e eu tenho uma imagem a defender), o mínimo de pesos possível (já basta o próprio);
9. Não ir para a borga na véspera (tipo ontem, mas era um jantar de aniversário ao qual não podia mesmo faltar);
10. Negociar com a organização o adiamento por uma hora do início da corrida, de cada vez que haja mudança de hora para Verão (se é que esta saga vai mesmo continuar). Menos uma hora de sono, para quem se deitou tarde, é meio caminho andado para que (se) corra mal. And still... Sou a maior, pazinhos, esta vitória sobre mim mesma já ninguém me tira! 

(Agora, para ser e vir a sentir-me uma blogger a sério, acho que já só me falta fazer daqueles micro clipes, que acabam a parecer longas metragens, com todas as ofertas que recebo em casa, integralmente filmados com a mão direita e em que a esquerda tem que abrir caixas e desdobrar roupa sozinha, numa ginástica entre o trágico e o cómico. Já ando a treinar, calma, apesar de, não sei porquê, ainda não ter recebido ofertas nenhumas.)



*NMPPI


29/03/2019

magro, seco, bronzeado

Podia ficar dias a fio no átrio das chegadas do aeroporto - mais rico, talvez, em histórias ricas do que o das partidas -, que teria, dessa forma, sempre o que contar, assuntos sobre os quais escrever. 

Ela era alta, corpulenta, e imaginei que apenas por esse motivo calçasse sabrinas, uma vez que destoavam no vestido de corte clássico, apesar de largo, folgado, camuflante. Dava por ali passos miúdos, inquietos, incapazes de sossegar. Sob o vestido vermelho revelavam-se-lhe palpitações de sangue quente, descontrolado, numa espera de quem desespera sem saber se alcança. Ele chegou no avião que veio de África, desceu a rampa trazendo apenas uma mala de cabine a rolar pelo chão - denunciando uma curta estadia por lá ou por cá -, e era magro, seco, bronzeado do sol. Aproximaram-se em silêncio, e nesse silêncio proferiram uma palavra muda cada um, talvez olá, chegaram-se os lábios e tocaram-nos ao de leve. Ela um pouco maior do que ele - talvez por isso o calçado tão raso -, maior também em opulência e palpitações de espera, fez menção de o abraçar de saudades, mas ele era todo magreza, secura e bronze: permitiu os braços dela em torno, o nariz dela no pescoço, sei lá que lamentos, alívios ou promessas ao ouvido, e permaneceu estático, um braço na asa da mala, o outro nas asas da falta de paixão. E lá seguiram, lado a lado, como dois ocasionais, ela em tudo muito maior do que ele.



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#done

25/03/2019

Não está fácil escrever o penúltimo antes dos 3000

Não está fácil decidir o assunto do 3000.º

Este aqui tem como título Martim Moniz rules

Apetecia-me vir para aqui armada em boa, pois há muito tempo que não o faço, e isto já se sabe: um blog sem litros de baba por autoestima, sem um exagerozinho narcisista, a dar a entender que somos jovens e belos e inteligentes e bem sucedidos, tudo a um tempo, não é um blog a sério. E eu ontem fui correr. Tenho que me preparar para a corrida Sempre Mulher do próximo domingo e tinha, ao todo, o dia de ontem para os treinos, a ver se melhoro o meu último tempo, apesar de já não me lembrar qual foi. Bom, achei que ia desfalecer aos primeiros passos, mas, talvez porque recentemente cafeinada, correu bem, corri bem. Uma volta completa ao Estádio Universitário, que devem ser dois quilómetros e meio, mais cerca de quinhentos metros a andar, mais outros dois de corrida. Pronto, foram quase cinco quilómetros a correr, pelo que acho que estou mais que preparada para a maratona do dia 31.
~
Voltei a ter aulas de Jump, quem me apanha com aquelas botas nunca mais me agarra. É.pura.felicidade. O cansaço é tanto, ao fim de dez minutos, que não se pensa em mais nada, nem mesmo naquelas comezinhices de o-que-é-o-jantar-?. Acaba por ser uma actividade intelectual, em suma.
~
Levei uma cornada de uma amiga. Ando há dias a matutar sobre isto. Já chorei um bocadinho e tudo. Ou melhor, aproveitei um catalizador qualquer e este assunto da amiga - que, afinal, não devia ser, eu é que confundo tudo e percebi mal -, foi na cheia, literalmente.
~
Outro dia dei uma porcaria de umas moedas que tinha no porta delas a uma malabarista, do semáforo da Praça de Espanha. Daquelas que atiram pinos, maços e marretas pelos ares, sei lá se são malabaristas. Fico sempre fascinada, quando me calha o primeiro lugar no semáforo, sem perceber como é que nunca acertam num pára-brisas, no meio de tanto objecto atirado aleatoriamente. Ela era lindíssima, tinha os cabelos encaracolados e os collants rotos. Disse-lhe, "Desculpa, é tão poucochinho", e ela recebeu os cacos com uma espécie de vénia e respondeu, "É de boa vontade, chega perfeitamente". Fui-me embora feliz, tenho sempre medo/esperança de reencontrar o velhinho que vendia nougats naquele mesmo semáforo e que uma vez o taxista que me levava tratou mal. Tratei eu mal a seguir o taxista e comprei nougats ao senhor, mas porra, a ferida já lá estava. É uma vontade de lhe dizer, "Olhe, desculpe aquele dia, o homem era um bruto, mas nunca comi nougats tão bons como os seus". Nunca mais o vi, mas vejo-o de todas as vezes que cruzo aquele semáforo.
Contribuí com uma merreca para a UNICEF Moçambique. Tive vontade de repetir "Desculpa, é tão poucochinho". Na volta não recebi uns olhos belíssimos a garantirem-me "É de boa vontade, chega perfeitamente", e isso anda a fazer-me mal.
~
Fui ao Martim Moniz ver das molas de que precisava, por sugestão da Izzie. Uma pessoa entra noutra dimensão desde que sai do metro. E ainda noutra a cada loja onde entra, a pedir indicações específicas de onde encontrar aquilo assim. O que vale é que levava uma, para amostra, porque ali ninguém entende nada do que uma pessoa diz. Finalmente, quando se atinge o armazém de retrosarias, meu santo Deus, Alá, olá, olá!
E sim, é preciso tão pouco para me fazer feliz! Obri-ga-da, babe, you rock!

1 euro cada 20, vieram 200, seriam 200 euros
lá no outro magano, muáháháhá!



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#jasofalta1earesponsabilidadepesa


22/03/2019

A pessoa humana também se engana (e rima, ainda por cima) (again)

Este post é assim uma espécie de errata: onde se lê Singer, leia-se antes Singer.
A realidade é que o ser é livre de se enganar, hom'essa. 
Em relação ao post anterior: o Singer que vi no Car S.O.S. não era nada um Porsche. Era um clássico inglês, o Singer - marca, não modelo. Mas também se mantém quase tudo o que disse em relação ao Porsche, com a excepção de ser norte-americano. Mas até o nome do seu inventor era Singer, portanto encaixa tudo na perfeição e faz de conta que estes dois últimos posts não existiram. Mas contam na mesma. É que, a brincar, a brincar, lá enchi mais um chouriço.



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#jasofaltam2

Da fonética das coisas

Sempre ouvi chamar às máquinas de costura Singer, Sinjér, e assim sempre me referi a elas, sem nunca me questionar se era assim que se dizia. Até que outro dia estava a assistir a um episódio de Car S.O.S. e calhou-me o Porsche Singer na rifa, isto não literalmente, mas em termos de visualização. Dá-se que o programa é inglês, pelo que, de cada vez que disseram o nome do modelo do carro, pronunciaram sempre Singuer.
Cantor. 
Já estudei na wikiseca [fui linda, não vim para aqui dar bitaites sem antes marrar a liçãozinha] e as duas máquinas (de coser e de conduzir) não têm nada a ver uma com a outra - o que não seria nada de inédito, basta que nos lembremos da Yamaha com os pianos e as motas -, a não ser o facto de o inventor de uma e um dos engenheiros de outro serem ambos norte-americanos e terem, por coincidência, o mesmo apelido - Singer - para além do que o último foi mesmo vocalista de uma banda.
[Vai-se a ver e a tradução mais correcta de Singer é Silva.]
Acrescento eu que, provavelmente, tanto quanto ao nome da marca como ao do modelo, alguém um dia considerou que os seus motores emitiam um ruído semelhante ao de uma melodia. [A minha Singer, neste momento, ruge como um leão, deve estar a precisar de óleo nas juntas. Ou pistons novos.]
Toda a minha vida foi uma mentira.



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#jasofaltam3

21/03/2019

Negócio da China

Necessito de desabafar.
Sou, a partir de hoje, apologista do Portexit. Vou fundar um movimento para que Portugal abandone a União Europeia. Tudo por causa de umas molas de plástico vindas da China, onde custam quase cinquenta vezes menos do que aqui no Estado Membro. Isto significa uma diferença, com lucro de 5.000 % para quem as vende cá, right?

Ora, então: precisei de umas molas de plástico, com a aparência de botões, que se aplicam através de pressão, com uma espécie de alicate/agrafador. Cada mola destas é composta por quatro peças, duas com o formato de um botão liso, mais um macho e uma fêmea.
(Isto é importante para se perceber a dimensão da minha revolta.)
A retrosaria vende-as a € 0,25 cada uma, mas eu necessitava de centenas. Tipo cem, ou assim. 
Ebay com ela, € 4,00 cada cento e cinquenta. Portanto, o retroseiro tem uma margem de lucro de perto de cinco mil por cento. Está certo. 
Chegaram-me ao lar impecáveis, usei que me fartei, até precisar de novo. 
Precisei de novo, por ter gasto as cores mais usadas - cor-de-rosa, branco, azul-bebé -, voltei a encomendar do Ebay, porém a data de entrega não se compadecia com a minha pressa.
Entro na retrosaria - que a minha modéstia, mas, principalmente, falta de memória, não me permitem revelar o nome, mas é ali para Alvalade, sei apenas que o nome começa por Casa da e acaba em Costura -, peço dez de cada, o homem senta-se à mesa e começa a separar as peças às quatro e quatro, para perfazerem, cada quatro, uma mola, e, quando já havia separado as trinta que eu pretendia, diz-me assim:
- Faço-lhas a sessenta cêntimos, porque costumo cobrar um euro.
Eu logo incrédula, sem perceber que conta era aquela. Sessenta cêntimos cada quê?
- Cada mola, porque costumo cobrar a € 0,25 cada parte da mola - diz-me o deslavado.
Ou seja, eu ia predisposta a gastar € 7,50 euros e a criatura fazia-me o especial favor de me cobrar € 18,00 em vez de € 30,00, ou não me falhará jamais a Matemática.
- Mas eu compro-as aqui por € 0,25 cada uma, aumentaram assim tanto? - Eu ainda a achar que podia haver um engano. Mas não, segundo ele, enganou-se foi quando mas vendeu a esse preço.
- Olhe, então enganou-se duas vezes. É claro que não levo nenhuma, prefiro esperar que cheguem da China. - E mostrei-lhe a página com a minha encomenda.
Só não lhe chamei gatuno porque ainda sou uma senhora.
(Chamo agora, no recesso e na cobardia do meu espacinho.)
Gatuno!
(Vá roubar para a estrada, mazé.)



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#jasofaltam4

18/03/2019

Enchia os seis chouriços que me faltam para os três mil em menos de um fósforo

(Por falar nisso, ainda agora comprei um chouriço. Vou fazer empadão de batata para o jantar, e não conheço nenhum bom empatata sem uma boa chouriçada. Mas este não conta para o cômputo.)

Tenho variadíssimos temas para posts, todos eles de um interesse olímpico, mas depois, oh.
Senão, vejamos:
1. Descobri hoje que os dois dentes da frente são os dentes 21 e 11, o que configura a minha data de nascimento e são, hossana, os meus dois maiores dentes (no sentido do comprimento, subentenda-se). Cosmos, o que queres dizer-me? Vou um dia perdê-los? Vou, claro, mas isso já sei. Basta-me sobreviver até ao momento em que eles caiam por si, ou então em que dê uma boa carolada com eles na linha da frente (que é onde, aliás, estão colocados) e os fracture;
2. O quão mal se escreve no nosso país. A capa da revista Sábado desta semana é um pequeno exemplo;

A formulação correcta é "Como podemos proteger-nos".
A acção está no verbo proteger, não no verbo poder.
Anos a serrar este presunto. Anos.

3. O quão mal se fala neste país. Dizer a ela é tão popular que quase parece correcto. Ou Vou com vocês. Curiosamente, não oiço ninguém dizer Vens com nós, ou Vou com tu. Mas está bem;
4. Uma das minhas idas à Nespresso**, sempre épicas. Um funcionário que se engana na encomenda e ainda me põe à espera que ele vá anular a minha factura junto do colega (acho que ele não sabia/não tinha competências delegadas para tanto). E ainda me faz assinar a anulação/emissão de outra;
5. A alegria de estrear um vestido de flores num dia de Inverno com cheiro a Primavera. Custou 20 euros em outlet, promoção da promoção, preço de loja 190 pacas. Da Globe*;
6. As minhas dúvidas entre uns Gazelle* cor-de-rosa e uns Stan Smith* com o tornozelo rosinha. Tudo Adidas*, logo eu, que sou team Nike*. Decidi pelos segundos e vou ser feliz com eles.

Estão a ver? Então não são tudo assuntos fracturantes? Pelo menos o primeiro, é, ou tem uma possibilidade, mínima que ela seja, de vir a ser. Mas depois há algo que me trava, e me impede de vir para aqui desenvolvê-los como merecem. Ligo o computa, cheia de sede ao pote e fogo à peça, e há ali um momento em que not. Depois desligo e não penso mais nisso.
Parecendo que não, desta forma talentosa, lá enchi mais um.


*NMPPI
**Ninguém me paga para me calar




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#jasofaltam5

15/03/2019

É preciso tão pouco para me fazer feliz # 15

Comprei uma tesoura nova. A minha já tinha (e tem, graças a Deus, longe vá o agoiro, salvo seja três vezes, lagarto, lagarto, o diabo seja surdo) vinte e cinco anos, daqui a pouco vinte e seis, já havia cortado papel - erro! - algum cabelo - o que amola as tesouras, porém corta o cabelo em diagonais imperfeitas, é todo um mundo de franjas tortas -, de maneiras que já me roía mais os dedos do que cortava tecidos, e vamos assumir de uma vez por todas que eu sou dada à prenda doméstica, ao lavor feminino (calem-se as vozes dos histerismos feministas, mas também dos misóginos, cada um é para o que nasce, e deixem lá ficar os homenzinhos com os parafusos e as porcas, embora haja elementos como aqui a escritora de renome que vão a todas, ele é berbequim, ele é máquina de costura, não me metam um motor à frente, que vai tudo à frente, passe lá o pleonasmo, imagine-se este dom aplicado a um corta-relva ou a uma retroescavadora, tanto terreno por desbravar, tanta pomba assassinada), por isso era cortar panos todos os dias e, a cada um que passava, mais calejado o dedo médio da mão direita, parecia um tarado sexual destro, que era onde assentava a argola da tesoura, ainda por cima de inox, e eu tão alérgica, que também tenho cá os meus salamaleques de gaja.
Está bem que podia ter mandado amolar a velha e cansada tesoura, e vou-o, mas apeteceu-me esta mudança, deixem-me cá ter os meus caprichos mundanos.

(*)

Então, adquiri esta maravilha da técnica da desunião, linda e blue, aros de plástico - e até uma ceninha para poisar o dedito indicador, se reparardes -, com uma lâmina de fazer inveja à Rita Capadora lá do meu Alentejo. 
E estou feliz desde então, sendo que pretendo passar um fim-de-semana em grande estilo podador, aparador e trinchador com a minha nova boneca. 
(Chiu, pá... fogo.)

(*) Sim, temos noção - meu editor de imagem, meu fotógrafo particular e eu - que esta pic tem tudo para dar errado, uma vez que a posição do punho é tudo menos anatómica para quem tem uma tesoura, ainda por cima óptima, na mão. Foi todo um debate entre nós três, tirámos dezenas de chapas, e a produção é que decidiu por esta, porque, por um lado, viam-se as unhas quase bem pintadas, a pulseira de plástico, o cenário de barras a condizer com tudo, uma luz perfeita, enfim, toda uma mise en scène que convinha não desperdiçar. (Mentirosa é a prima e casou-se.)



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#jasofaltam6

14/03/2019

se eu fizesse uma tatuagem

era à esquerda de mim, sobre a pele que cobre toda a área que fica entre a primeira e a quinta vértebras, o gradeado que protege como pode o coração, e pedia para me pintarem o contorno de um avião, e, dentro dessa linha, o número 8668, que é o exacto número de quilómetros que me separa da maior parte de mim, e isto sei porque agora, por uns dias demasiado largos, por temporadas futuras que não saberei contabilizar em horas, estarei aqui em estilhaços de mãe, aguardando que me volte sã, salva, e de novo minha. Há quem diga que os filhos são do Mundo, são da vida, oh!, que acertadas palavras que nenhuma mãe sente - os filhos são nossos, gerados e dados à luz por via directa deste que agora eu tatuaria de bom grado, assim isso ma trouxesse de volta mais depressa.


12/03/2019

Dúvidas que me assaltam à mão armada logo assim pelas 9 da madrugada

Ainda não percebi tanto fuzuê com aquele "programa" novo da televisão, aquele do quem quer casar com a carochinha sob a forma de incapazes amachados com a mãezinha de permeio - do qual ainda não vi um único episódio (sequer sei se deu mais do que um, tamanho o impacto), mea culpa - tanto nervo óptico, tanto nervo central, tanto ai-Jesus, quando...
...
...
oh, pá...
...
...
... quando, na semana anterior...
...
até me custa continuar...
... tivemos o Roast do Toy, coisa mais ordinarinha, mais sem piada, mais destituída de conteúdo, mais sequer incapaz de provocar tanto nervo ciático. 
Será que a explicação está num esquema mental altamente intrincado do género: ataca o gordo, antes que notem que tu és marreco?

[Só cá para nós, o tal "programa", para além de todas as coisas visíveis e invisíveis, teve um péssimo sentido de oportunidade (ou não...): na semana do Dia Internacional da Mulher, really? Pronto, conclui-se que há gente que gosta de tourada.]



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#jasofaltam8

10/03/2019

Manual de como se ser uma má vendedora (aos olhos de esquisitas como eu)

Véspera do Dia da Mulher, entro na loja que vende imitações muito razoáveis de perfumes - ou melhor, de águas de colónia, mas essa discussão não é agora para aqui chamada -, para encher dois frascos, ambos para homem. 
Mas é assim, esta vendedora de fragrâncias, inebriada pelos alcoóis cheirosos que a envolvem, ébria de horas seguidas dominada pela doce aromática de seu lagar: excessiva, altiva, demasiada. Fiz o que faço sempre, nem mais, nem menos: entrei, desejei boa tarde, disse ao que ia, sem hesitações, sem espinhas, sem inflexões na voz.
Sei que as funcionárias destas adegas são treinadas para vender, impingir, massacrar, vencer pelo cansaço. Esquecem-se é que existem pessoas que treinam igualmente, durante décadas seguidas, a rebater argumentos, a atalhar conversas inúteis, a não se deixar arrastar por estratégias de venda mais ou menos agressivas, enfim, a perder o respeito pelo trabalho delas, por tão invasor do perímetro alheio.
Queria mais de mim, esta vendedora. No entanto, escolheu vários caminhos, todos eles enganados, para me atingir o coração de consumista: por diversas vezes, saiu-lhe um "você", imediatamente corrigido para "a senhora" (chumbaste na formação, não conseguiste retirar Chelas da rapariga); falou sempre dois tons acima do necessário, até que, a certa altura, pensei que ia mesmo começar a gritar-me (Chelas não sai da rapariga); no auge da cena, falou-me de um desconto qualquer porque no dia seguinte era Dia da Mulher (oh, pá, vá lá... Chelas); amuou e passou a tratar-me de modo, aí, sim, brusco, quando percebeu que a minha cena era encher dois frascos lá com o líquido e sair de seguida, vá lá que após pagar (Che-las).
Se calhar, para cada má vendedora, Deus fez uma má compradora, tipo o ditado da panela e da tampa para ela. Eu, então, sirvo na perfeição - ou não - para uma infinidade delas.



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#jasofaltam9

08/03/2019

And that awkward moment # 56

[Sim, dois no mesmo dia. A minha vida é pejada deles. Mas calma: não aconteceram os dois no mesmo dia, apenas são contados no mesmo dia.] [E não, não há como reconstruir a frase sem repetir duas vezes a expressão "mesmo dia".] [Ou haverá, mas não me apetece esforçar os mióis.]

(LB numa desesperada tentativa de não fazer qualquer referência ao Dia Internacional da Mulher, mas, já assim, fazendo, e tratando-se na terceira pessoa do singular como se não fosse nada.)
(É que não sei se hei-de congratular-me pelo simples facto de ter nascido fêmea - sei lá se contra a vontade dos meus pais, que já tinham uma -, ou se hei-de meter-me de luto. Olhem, à cautela, vesti-me toda de preto, para não variar, só com o apontamento saia amarela, aquela cor dos malucos.)

Então,
em que, ao verificar que me enganei, ao retirar um café da máquina, ao invés do descafeinado pretendido, me lamuriei do facto, já depois de ter dado o primeiro gole, ela estendeu a manita na direcção da chávena onde ele navegava e se prontificou a bebê-lo, eu que sim, muito obrigada, deixe-me só mudá-lo de chávena, ai que não é preciso, nós não temos coisas (!?) na boca, e me deu de graça aquele sorriso, com aqueles dentes que, claramente (ou escuramente) têm coisas (!?), em troca de um café, também ele gratuito. O bloqueio mental, a hesitação na resposta, finalmente algo como: "Fale por si, que por mim falo eu", só a pensar que ainda bem que não foi ao contrário. (Teria que beber pela asa, ou provocar uma queda à chávena.)





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#jasofaltam10


And that awkward moment # 55

em que, pelo simples e mero facto de estares a roer uma toranja aos gomos (tal e qualmente aquele outro na falésia, com a laranja. Só que isto da toranja são dois furos acima, ainda por cima sem falésia) — fruto citrino que goza simultaneamente de acidez, amargura e doçura, e olhem, eu gosto, o que fazer?—, ela te pergunta assim: 
Olha lá, de onde é que foste desenterrada?
E porque tu és tonta e desatas a rir, cheia de acidez, amargura e doçura na boca, ainda reforça:
Deves ter sido arrancada pelos cabelos, como uma cenoura. 
Vá que estás desde aí a tentar decidir se preferes entender o reparo como uma ofensa ou como um elogio. Mas, como todos os humanos que conheces, és uma sedenta de elogios, decides antes ir por essa via. Além do mais, aquilo partiu da boca querida de uma querida muito querida. Sem acidez, sem amargura, só doçura.




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#jasofaltam11

06/03/2019

Eu tenho problemas com tudo # 37

Por vezes, supreendo-me. E também me sinto ódio. Só não me sovo porque já se sabe, depois teria que me acusar de violência doméstica ao mais puro e alto nível, iria dar com os ossos na trave, que é como quem diz, na barra do tribunal, defender-me enquanto me acusasse, num registo algo esquizofrénico para o qual não estou preparada.
Senão, vejamos: tenho, apesar da minha não miopia, um pequeno espelho que aumenta a imagem dez vezes. É muito útil para apanhar aqueles pêlos que nós não vemos, mas tooooda a gente vê. Também instalei (sim, com berbequim, buchas, parafusos, euzinha) um outro, com braço articulado, mas maior, que aumenta sete vezes. É muito útil para apanhar aqueles pêlos que nos parece que ninguém vê, mas que, na realidade, tooooda a gente vê. Ora, o mais pequeno, porém mais preciso, prende através de duas ventosas que, à força de tanto colar com cuspo no espelho maior da casa-de-banho (que não aumenta nada, dá a imagem real de tudo quanto é pêlo, ou seja, não se vê nenhum) se rasgaram irremediavelmente. Portanto, o melhor de todos os espelhos ficou praticamente inutilizável, uma vez que não dava para o pregar na vertical.
Bom.
Estão a acompanhar?
Inconsolável, do que é que me lembrei?
Ah - dizem vocês, numa lógica adivinhação - foste comprar um espelho novo, que aquilo é uma barateza, uma pechincheza, quase dado no supermercado.
Não.
Fui ao supermercado, é certo, mas no intuito de comprar duas ventosas. Lá chegada, apercebi-me de que só havia blisters (palavra da funcionária que me acudiu na busca) com duas ventosas, diferentes em tamanho uma da outra. Vai que trouxe dois blisters, para, assim, ficar com duas ventosas iguais. Chegada ao lar, vai de tentar encafuar as duas ventosas mais pequenas nos buracos das costas do raio do espelho que, entretanto, farto de dar quedas e de não se partir (com vista a não me dar sete anos de azar), tinha as costas todas rachadas, e abria fendas à medida que eu, já munida de chave de fendas (passe o pleonasmo), entrosava as borrachas nos orifícios, claramente mais pequenos do que elas. Vá que consegui. 
Vá também que, logo a seguir, se me colocou o problema de onde é que eu vou aplicar as duas ventosas que sobraram? Ah, já sei, vão para pendurar panos de cozinha, respondi-me assim para mim. Só que os ganchos eram azuis, e a minha cozinha é toda em amarelinhos. Vai então de arrancar os ganchos àquelas duas ventosas, e aplicar-lhes os das outras duas (em inox, não choca nos amarelos). Desta vez, foi de alicate. Tanto torci os arames, que lá consegui cravá-los nas duas ventosas para os panos. Um bocado de cuspo depois Preguei-os na parede, e lá estão.
Mas não podia ter comprado um espelho novo e deixar-me de merdas? 
Podia, mas não era a mesma coisa.




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#jasofaltam12

05/03/2019

"Vamos para casa, menina"

Faz hoje dez anos que nasceu a minha Mia. Sei a data com precisão porque a dona da mãe mo disse, quando a fui buscar, com vinte e quatro dias de vida. Foi um absurdo, que reconheci quase imediatamente, tê-la trazido tão pequenina, mas ela não morava aqui ao lado, teríamos de voltar dali a duas semanas, tudo parecia conjugar-se para que eu tivesse tomado a decisão por outras cinco pessoas indecisas, pegando-lhe e segurando-a junto ao peito, "Vamos para casa, menina". E assim veio, minúscula, perdida, mal sabendo andar, tomando biberon de três em três horas, quando não menos espaçados. 
Culpa minha, ou porque seria sempre assim, nunca a senti feliz, nunca lhe vi uma atitude de alegria ou gozo pleno de bem-estar, como vi nas outras duas gatas que, uma, tivemos, outra, temos. Desconfiada, agressiva, ressentida, muito em particular nos primeiros anos. Escolheu uma humana para ela, de entre as minhas três filhas, apesar de, com o passar do tempo (e a esterilização?) ter amansado gradualmente, até se ter tornado uma senhora, com toda a altivez, independência e sobriedade que isso implica. Hoje já não trepa para o topo dos armários, não se recosta a dormir na parte mais alta dos roupeiros, junto ao tecto, não caminha pelos varões dos cortinados ou pela parte superior das portas, naquela elegância ímpar da magríssima jovem ginasta da trave olímpica. Reveza os seus dias entre o pequeno caixote de papelão da sua eleição, contendo uma manta macia, e suficientemente perto de um radiador, as suas idas à casa-de-banho, às taças e a uma torneira específica da casa, única por onde bebe, algumas incursões pelos cantos da casa, especialmente se banhados por sombras, a janela maior, a cama da humana eleita e várias perseguições à Molly, que pesa, seguramente, o dobro e tem menos de um terço da idade dela.
Sabemo-la doente, com a vida a prémio, em contagem decrescente. Mas não é essa a realidade efectiva de todos nós, mesmo que saudáveis? Não tem qualquer sinal de mal-estar, o último caroço não cresceu nem mudou de configuração, a patinha não inchou, ela não coxeia, não se mostra incomodada nem dorida. Tem dez anos, são cinquenta e seis em humanos. Percebo-lhe os enfados, as faltas de paciência, os dias de morrinha, por me perceber a mim própria quase assim. Não é uma desistência, é uma espécie de desvontade. 
Quero para ela o que lhe desejei hoje, ao enchê-la de festas e beijos na cabeça: "Só mais dez, por favor, por favor, por favor!". 

créditos para uma das minhas crianças, a humana da Mia

04/03/2019

E ao vigésimo dia

a deusa descansou.
Meteu-se no lar, chutou o belo do sapato novo que já lhe estava a morder o pezinho mai delicado, ligou a TV mais trash que algum dia se lembra de ter visto (programa nacional tão-tão mau!), enfardou m&m e batatas fritas sem culpa, mas com chocolate e sal, respectivamente, e sentiu que entrou em férias.

(Cada vez mais blogger, falando de si mesma na terceira pessoa do singular.)



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#jasofaltam14

02/03/2019

Hoje venho interagir

Davam-me uma ajudinha, por favor? 
Ponham-se no meu lugar.
Imaginem que têm a colaborar convosco, sob a vossa supervisão e dependente de pagamento que parte de vós, uma pessoa que trabalha depressa, que não olha a sábados, domingos, feriados, férias da canalha lá de casa, se calhar horas de sono, porque quando há prazos não há cá palhaços. Mas que trabalha mal. Sempre foi assim, mas tem vindo a piorar, até que, desta vez, me enviou um trabalho de tal modo mal enjorcado, que eu me enfiei no escritório, me agarrei às teclas e foram-se assim três horas no sábado passado (porque, não sabendo o que me esperava, só comecei depois de almoço, pois fui dançar de manhã, olha a maluca!), mais sete no domingo, o que, em não me falhando a matemática, foram dez horas em cima daquilo. Dez. Um fim de semana todo fornicado. Uma segunda-feira em jet lag, a ter que fazer a minha parte, pois lá está: o prazo não pára. Fora o facto de que dez horas correspondem exactamente ao tempo que eu despenderia a fazer aquele mesmo trabalho de raiz.
Falei com ela, acertámos agulhas, e os trabalhos seguintes que me enviou já vieram menos maus. 
Não estou contente e, provavelmente, terá sido a última vez que lhe pedi colaboração. Mesmo os menos maus, são trabalhos que me fazem perder um tempo precioso para o meu, ou para o meu descanso. 
Em suma, sinto que não é justo que lhe pague ao preço combinado, pelo menos quanto àquele que me pinou o fim de semana passado. Independentemente de serem dois dias de pausa, ter-me-ia custado o mesmo se tivesse acontecido em dois dias de semana, estou apenas a tentar situar-me.
A pergunta que urge é: como, ou por que parâmetros, lhe pago? Metade do que receberia por fazer aquele trabalho que me deu trabalhos (apesar de eu o ter feito, rigorosamente, todo de novo)? 
Não quero ser injusta com ela. Mas também não comigo.




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01/03/2019

Queridas anónimas,

Assim me dirijo a vocelências, no feminino, pois que estou certa quanto dois e dois serem quatro, ou melhor, nem disso estou tão certa, que vós todas haveis nascido munidas de pipi, pois foi? 
Foi.
E — contra mim, ou o meu, falo (atenção à vírgula, reparai que não escrevi o meu falo), mas — pode ser por essa razão que sois tão avessas a ser amiga de vossa amiga, esta aqui considerada, uma criada ao vosso dispor, tanto quando se trata de dar a boa da gargalhada, ainda que seca, ainda que roufenha, ainda que falsa, como quando é para verter a gota da comoção, que a pessoa humana ainda vai conseguindo provocar por estes dias que correm à velocidade da luz que nos ilumina a todos, que o Sol, quando nasce, já se sabe, uma distribuição injustamente equitativa, a tudo banha, quer tenha, efectivamente, banhas, quer só ossos, quer seja assassino ou santo, leva tudo pela mesma tabela, e eu acho mal. 
Mas não nos desviemos. 
Assim de repente, virou-me a boneca, e deixei de querer para aqui que vós, suas sem-nome, sem-cara, sem-sem, me comentem o buraco, pois isto não é da Joana, quanto mais da Maria Engrácia ou das Sorayas que vos habitam. Olhem, cansei. Ando demasiado ocupada, preocupada, extenuada e quase tudo o que termine em ada, para vos aturar aqui. Lamento.
Tenho pena, por causa de anónimas mesmo queridas que tenho, como é o caso da minha Miss Curvas (a quem baptizei!), a motard mais anónima e bem educada cá do coiso, mas isto é como aquele ditado estupidamente verdadeiro, que dita, passe o pleonasmo, paga o justo pelo pecador. É verdade, sim senhora, que a mim já me aconteceu vezes a mais, nomeadamente quanto a esta beleza toda, pois que o preconceito diz que não se pode ser gira e inteligente ao mesmo tempo e tudo no mesmo corpo, e já fui tomada por estúpida bastas vezes só por causa disso. Como agora, aliás. Portanto, querida Curvas, se me estiveres a ler, tem lá paciência com esta jarreta e arranja lá um perfil, que serás sempre bem vinda a esta luxuosa casota.
E sim, a gota de água foi uma anónima que já aqui andava a morder subrepticiamente há umas semanas, mas não foi propriamente a causa, não vá ela ficar impante de soberba e achar-se. Ó pá, se eu já tenho o pavio curto para dentadinhas que depois é "Ai, não, tu é que és paranóica e vês maldade onde não há" e mimimi, mas se o lar é meu, deixem-me cá correr à vassourada com o que não me interessa ter aqui. 
Já sei que me vão dizer que cada um vem com o nome que quiser, que Florzinha Frágil não é menos anónima do que Anónimo, mas chiu, que é. Com Florzinha Frágil, Borboleta Dorida, ou Presidente da República, eu posso sempre consultar o perfil e tirar as minhas ilações sobre há quanto tempo andam nisto, ou seja, se não é um perfil criado só para me moer, a mim e às outras bloggers topo de gama (caluda, já disse). Já com Anónimo, ando para aqui às escuras, às moscas, aos papéis, a ter que ser simpática com quem me trata mal ou me provoca. Pá, não. Ide com os porcos (coitados).




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