Apetecia-me vir para aqui armada em boa, pois há muito tempo que não o faço, e isto já se sabe: um blog sem litros de baba por autoestima, sem um exagerozinho narcisista, a dar a entender que somos jovens e belos e inteligentes e bem sucedidos, tudo a um tempo, não é um blog a sério. E eu ontem fui correr. Tenho que me preparar para a corrida Sempre Mulher do próximo domingo e tinha, ao todo, o dia de ontem para os treinos, a ver se melhoro o meu último tempo, apesar de já não me lembrar qual foi. Bom, achei que ia desfalecer aos primeiros passos, mas, talvez porque recentemente cafeinada, correu bem, corri bem. Uma volta completa ao Estádio Universitário, que devem ser dois quilómetros e meio, mais cerca de quinhentos metros a andar, mais outros dois de corrida. Pronto, foram quase cinco quilómetros a correr, pelo que acho que estou mais que preparada para a maratona do dia 31.
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Voltei a ter aulas de Jump, quem me apanha com aquelas botas nunca mais me agarra. É.pura.felicidade. O cansaço é tanto, ao fim de dez minutos, que não se pensa em mais nada, nem mesmo naquelas comezinhices de o-que-é-o-jantar-?. Acaba por ser uma actividade intelectual, em suma.
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Levei uma cornada de uma amiga. Ando há dias a matutar sobre isto. Já chorei um bocadinho e tudo. Ou melhor, aproveitei um catalizador qualquer e este assunto da amiga - que, afinal, não devia ser, eu é que confundo tudo e percebi mal -, foi na cheia, literalmente.
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Outro dia dei uma porcaria de umas moedas que tinha no porta delas a uma malabarista, do semáforo da Praça de Espanha. Daquelas que atiram pinos, maços e marretas pelos ares, sei lá se são malabaristas. Fico sempre fascinada, quando me calha o primeiro lugar no semáforo, sem perceber como é que nunca acertam num pára-brisas, no meio de tanto objecto atirado aleatoriamente. Ela era lindíssima, tinha os cabelos encaracolados e os collants rotos. Disse-lhe, "Desculpa, é tão poucochinho", e ela recebeu os cacos com uma espécie de vénia e respondeu, "É de boa vontade, chega perfeitamente". Fui-me embora feliz, tenho sempre medo/esperança de reencontrar o velhinho que vendia nougats naquele mesmo semáforo e que uma vez o taxista que me levava tratou mal. Tratei eu mal a seguir o taxista e comprei nougats ao senhor, mas porra, a ferida já lá estava. É uma vontade de lhe dizer, "Olhe, desculpe aquele dia, o homem era um bruto, mas nunca comi nougats tão bons como os seus". Nunca mais o vi, mas vejo-o de todas as vezes que cruzo aquele semáforo.
Contribuí com uma merreca para a UNICEF Moçambique. Tive vontade de repetir "Desculpa, é tão poucochinho". Na volta não recebi uns olhos belíssimos a garantirem-me "É de boa vontade, chega perfeitamente", e isso anda a fazer-me mal.
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Fui ao Martim Moniz ver das molas de que precisava, por sugestão da Izzie. Uma pessoa entra noutra dimensão desde que sai do metro. E ainda noutra a cada loja onde entra, a pedir indicações específicas de onde encontrar aquilo assim. O que vale é que levava uma, para amostra, porque ali ninguém entende nada do que uma pessoa diz. Finalmente, quando se atinge o armazém de retrosarias, meu santo Deus, Alá, olá, olá!
E sim, é preciso tão pouco para me fazer feliz! Obri-ga-da, babe, you rock!
1 euro cada 20, vieram 200, seriam 200 euros lá no outro magano, muáháháhá! |
LB's challenge rumo aos 3000 chouriços em 6 anos
#jasofalta1earesponsabilidadepesa
Ena, sempre conseguiste! E a diferença de preço é mesmo brutal (a malta do comércio tradicional anda uma gatunagem, e depois queixam-se que os 'chenezes' lhes roubam clientela. pois...)
ResponderEliminarPois consegui, com a tua dica. Caso contrário, estaria até hoje à espera que as outras chegassem da China...
Eliminar(Sim, mas são eles, claramente, os principais clientes dos chineses!)