09/11/2015

Sou uma visionária — pelo direito à vida do chato...!?

Tenho mesmo poderes de adivinho. Até me temo. Taco um olho — um qualquer — numa coisa e zás, adivinho cenas. Tipo uma barriga de grávida: é olhar e pau!, já sei o que lá vem. Só ainda não me deu para o Euromilhões, mas calma. Quando a coisa se der, eu aviso. E transformo isto no blog mais fixe da estratobloga, cheio de brilhantinhos e posts de sumo interesse, de sumarentos que os posto, com batatinhas no forno e tudo. Enquanto não se der, e se verificar — por tentativa e erro, que é o empirismo levado e elevado à cabeçada no betão — que a minha profissão não me anda a dar proventos nem proveitos, e ainda menos provas dos nove de valer a pena continuar a marrar na trave, sou bem capaz de montar uma mesinha ali à esquina da minha rua, turbante na cabeça, bola de acrílico que o cristal está pela hora da morte, ámen, e até cobro para alvitrar, que é aquele desporto tão nacional porreirinho de dar palpites na vida dos outros e de fazer prognósticos. Eu tenho esse dom: prevejo o futuro.

O PAN discutiu hoje, dia 9 de Novembro deste ano que já não me lembra, a natureza jurídica dos animais. Eu, Linda Limpa, fi-lo no dia 5 de Julho de atrasado

Por acaso, já mudei um niquinho em relação ao assunto. Continuo a considerar importante, e até urgente, que os animais deixem de ser considerados coisas à luz do ordenamento jurídico, mas depois lembro-me das pragas. O que faremos perante as baratinhas, que infestam prédios inteiros? E diante do formiguedo, que ataca tudo o que não mexe como se o mundo acabasse daqui a nada? E os piolhos dos infantis, que, quando se instalam, são aos milhares (e sim, acabei de coçar a cabeça. Faz parte do programa, e é um acto reflexo, que o Pavlov nunca estudou, mas estou cá eu — diz a palavra piolhos [o plural é importante] e tens 99,9999... % de probabilidades de coçar a cabeça em 4-3-2-1 segundos. Mesmo que seja só uma coçadinha breve e discreta. Diz piolhos. Aha.)? 
Isto põe-me renitente. E acredito que ao legislador também. Porque é fácil e lógico atribuir direitos e estatuto e diferenciação e prever punições para quem não respeite e tal. Mas depois, passamos a debater-nos — em consciência e à força de armas mais ou menos letais, como são as palavras — com problemas desta ordem: então e os direitos do piolho? O direito à vida e à integridade física do piolho? Que protecção lhes garantir? Que punição para o seu extermínio? No limite, as farmácias: poderão continuar a vender o produto? 
E os chatos? Alguém já se questionou, de forma adulta e isenta, o que é que vai ser de nós, no dia em que a lei garanta direitos aos animais, a todos os animais, incluindo os chatos? Imagine-se uma praga de chatos, livres, leves, soltos, para viverem até se fartarem, acobertados pela lei, feitos chatos. Já antevejo clínicas em Espanha, Clínica de Tratamiento e Extermínio de Sus Aburridos
Olhem, eu emigro, para me livrar deles.

6 comentários:

  1. E as ténias? Isso é que era. Não se pode matar as ténias. Deixem-nas lá viver em paz no intestino das pessoas :P

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    1. (Voltaste, Jé!)
      Elas depois saem, por via alta (nariz) ou baixa (orifício) e vivem felizes para sempre, umas com as outras :P

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  2. E não esquecer os ácaros... não há companheiros de cama mais fiéis!

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  3. Bolas, n joguei no euromilhões. Damn! A pensar q era desta q mandava a malta lá no estaminé pastar, e me fazia à estrada.

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    1. Pode ser que não tenha saído a ninguém, e sai-te na sexta. Pastam a partir do fim-de-semana.

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