24/04/2016

Eu estico

Voltei a Pilates. A aula é cedo e, como tinha (e mantenho) pela frente um fim-de-semana de muito trabalho e uma semana de cadela (a ordem dos factores é arbitrária), mentalizei que, indo cedo, voltava cedo, e ficava com o resto do dia para me organizar o melhor que conseguisse. Doce ilusão, das tais que engordam, de tão açucaradas (e, consequentemente, envenenadas). 
Depois de ter corrido o equivalente a uma maratona (de carro montada no meu boi) para lá chegar a horas de ainda apanhar senha, consegui exactamente a última. Estar na ponta da fila para retirar a minha, vinte minutos antes do início da aula, deu-me uma adrenalina tal que fiquei quase viciada em estar em filas. (Sabem que a adrenalina vicia, não sabem?) Depois foi a descarga de nervos (in)consequente, ao ver a cara da desgraçada que estava atrás de mim quando constatou que já não havia senha para ela. Muito gargalhei naquele corredor. Sou má e mereço o inferno. Mas a cara dela. Chiu.
Apareceu uma aluna espanhola, e Pilateiro, assim como fez para a inglesa em tempos, resolveu dar a aula com tradução directa, avisando que O meu espanhol tem sotaque argentino. O tangoso, que bien hablas portuñol, como todos los portugueses que se prezan. Pareceu-me que ficou obcecado com a questão abdominal, porque passou a aula toda a falar na panza — lo importante es la panza —, que já só me evocava Dieguito e su frase de final de carreira, quando questionado, Y ahora Diego, que vas a hacer de tu vida?, Ahora? Ahora me voy a criar la panza! — e assim disse, e assim fez. 
Na próxima aula, vou dizer que sou chinesa, sempre quero ver como é que ele se desemburra no mandarim, que isto ou há ping-pong ou comem todos.
Por falar nisso, o homem que tem os pés podres ficou — nem podia ser de outra maneira — deitado com os pés a confinarem com a minha cabeça. Eu estive com a cara a escassos vinte centímetros dos pés podres do homem dos pés podres (e não morri!) (Hades, há-des estar a guardar-me pitéu melhor), quando ele nos ordenou que nos virássemos de barriga para baixo, para apertarmos o nalguedo e, assim, obrigá-lo a ficar rijo. Disse-nos para escondermos as caudas entre as pernas, e eu fiquei a asfixiar de riso contra o colchão. Tenho que rever a minha postura. Principalmente, porque rabo entre as pernas não é a minha onda, eu lá agora sou um rato!?

Hoje voltei ao ginásio, mas o ambiente estava tão mau, que: 
UM - Escrevi, mentalmente, um post dedicado ao jovem que tem a pdm, porém é chungoso; 
DOIS - Decidi que vou abandonar o ginásio. Cada vez que alguma coisa me corre mal, abandono alguma outra coisa. Foi assim quando começaram a fazer troça de mim porque ainda usava chucha: tive que a largar. 

4 comentários:

  1. És tão doida, pá!!!!

    Beijocas, de pés lavados, claro! :P

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    1. Por acaso, agora que falas nisso, até acho que sou a pessoa mais saudável que conheço (na verdade, não conheço mais ninguém). Os outros é que me põem doida :P

      Beijocas limpinhas, dos pés à cabeça :)

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  2. Anónimo25/4/16

    Deves criar uma rubrica a que darás o título 'eu, pessoa que nunca devia ir ao ginásio' :)))

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    1. Até acho que deveria ir muito, os outros é que deviam ficar na caminha, como o Marco Fortes! :)

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