03/08/2015

Lista das mil porrinhas (actualizada)

As férias são tão cansativas. Estou exausta só da preparação. E ainda não fiz uma única mala. 
De roupa e cosmética, já desisti de fazer listas. Houve tempo em que tinha que fazer, por ser eu quem fazia a mala de seis pessoas. Leram bem. Na verdade, fazia seis malas. Por, às vezes, me descontrair da lista, é que aconteciam percalços como aquele de deixar em casa todas as camisolas de um deles. Sou até hoje famosa pela frase Estão as meninas, está tudo, resposta à pergunta Está tudo? E vrrrum, rumo ao Algarve, o saco dos biberons no chão da garagem. Ainda hoje é jargão, à saída para férias, mesmo depois do surgimento do infante, Estão as meninas, está tudo.
Por isso, agora faço listas de porrinhas, porque não me esqueço da roupa, com certeza — mas também não vou para nenhuma ilha deserta, posso comprar o que me faltar no meu destino (embora, convenhamos, numa ilha deserta não me fizessem falta os meus glamoures todos da Primark* e das boutiques da fancaria onde me abasteço, feliz pela grande oportunidade única, que agarro como uma agarrada) —, mas, das mil porrinhas, não estou livre de me esquecer. E a lista delas já vai em alguns itens:

* Comprimidos — é verdade. Sou hipertensa, já disse? Isto de ser blogger está a dar cabo de mim, raparaparaparaparaparapará.
* Carregador do telemóvel — deve haver mais trezentos telemóveis com entrada semelhante à do meu nesta casa, mas eu acho que devo levar mais um. Pode acontecer descarregarem-se todos ao mesmo tempo. Ou os outros 299 desaparecerem no meio da desarrumação, logo ao primeiro dia. Assim, estou segura.
* Cabo de dados — ando sempre a tirar fotinhas para vos mostrar. Tenho que as passar para aqui de alguma maneira. Chico-smart recusa-se. E eu não insisto, não vá ele amuar.
* Pela-batatas — é uma ceninha tipo Gilette, mas para tirar a casca a legumes e frutas. Eu não vivo sem aquilo. As minhas cenouras ficam lindas, deliciosas e quase inteiras, só que sem a pele. Depiladinhas à brasileira. Palavra que até lhes falo com sutáki quando estou a depilá-las.
* Kit de costura — a mim, é em férias, ou longe de casa, que me saltam os botões todos. Deve ser do stress ferial. 
* Alfinetes de dama — a mim, é em férias, ou longe de casa, que os decotes me parecem estupidamente pronunciados.
* Sacos de rede para lavar meias e sutiãs — porque sou peniquenta e não se fala mais nisso. Nesta casa, os sutiãs multiplicam-se. Até se dão à lata de fazer o amor e, consequentemente, terem bebés
* T-shirt que é a minha toalha do cabelo — aprendi esta com a Filipa e nunca mais mudei de hábitos. A minha, é uma t-shirt de homem, que comprei na Primark (mau, já me estou a repetir), para aí por 3 euros, tamanho XXL (e não, não sou cabeçuda, tenho é o cabelo comprido). Quem diz homem, diz mulherona.
* Máquina depiladora com carregador e todas as cabeças — porque eu descubro pêlos até na vizinha de colmo, e faço um esforço titânico para não a atacar de pinça, por isso é de bom tom levar a minha máquina, para o que der e vier. Não me devo ter feito entender, mas há piores, apiors (ou up your ass).
* Talheres com cabo de plástico — é que eu sou alérgica. Ao fim de três dias fora de casa, sou menina para ter as mãos numa chaga, boas para meter num par de luvas de boxe e socar-me a mim mesma, de raiva pelo esquecimento. (Thanks, Agridoce, como diriam os americanos.)

Também devia levar molas da roupa, que as casas de férias devem mastigá-las: a experiência diz-me que chego lá e há cinco molas para seis toalhas de praia. Isso e cabides. Acho que conheço todas as lojas de chinês do país, à custa da falta de cabides com que sou brindada à chegada. Se pensar bem, o ideal é levar também tachos e panelas: as casas de veraneio têm tipo uma panela de dez litros e uma frigideira de 10 centímetros de diâmetro. Isso e muitas colheres de pau com nhanha na ponta. E facas. Estas casas costumam ter a faca peixeira e uma faquinha tipo canivete, que deve ser para barrar manteiga no Pólo Norte. E copos. Não sei o que raio passa nas cabeças dos donos das casas arrendadas para férias, que enchem um armário de copos de pé alto, oferta das cervejas, para uma inocente como eu beber um copito de água. Se pensar bem, devia levar a minha cama e a minha almofada. Ah, é verdade, por falar nisso: a ver se acrescento *Almofada aos meus itens (chiu).

Quando me lembrar de mais alguma porrinha, venho cá dizer. A minha lista pode ser de uma utilidade extrema. 

* ninguém me paga para isto, era o que faltava. Pelintra, mas não tanto.


10 comentários:

  1. Olha, leva talheres. Nós éramos cinco e era sempre à justa.

    E cadeiras.

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    1. Muito bem lembrado. É que eu sou alérgica.

      E preciso de me sentar :)

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    2. E um saca rolhas!!!!

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    3. Podes crer. Estas casas costumam ter 3 abre-garrafas e zero saca-rolhas :D

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  2. Se ainda n fizeste a mala, tu aproveita, q anda p ai meia blogoesfera a ensinar como as fazer ;)

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    1. Ainda não vi nada. Até as temo. Se estás a falar de malas para meter lá dentro os laçarotes todos, não dão para nós. Cada um tem trilhentos laçarotes, vamos de laçarote para a praia, usamos laçarote na cabeça, nos sapatos (mesmo nas havaianas), parecemos uns helicópteros. Metade deles, podemos levar já postos na cabeça, mas temos a outra metade para arrumar nas malas-arca Louis Vuitton :D

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    2. Ahahahahah e agora estava a imaginar-te cheia de laços :)

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    3. Daqueles enormes, que metem nas cabeças das criancinhas. É desses que falo :D

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  3. Que parvoíce... De férias ou longe de casa, os decotes nunca são estupidamente pronunciados...

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    1. Eu é que sei o que passo com alguns camiseiros. A pronúncia é de gritos.

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