25/08/2015

I protest!

Nota mental para fazer reclamação fundamentada para o município lisboeta: cimentai os entrefolhos da calçada portuguesa, a bem dos meus tornozelos, pode ser? Uma pessoa humana aventura-se pelos passeios desta cidade a dar uma de pegada ecológica, com uns saltos vertiginosos (de calças, hoje de calças, está para cair um santinho do altar!), com uma compensação rígida à frente, vai à mercearia aviar-se de víveres, vá que o Avelino está de férias, mas, ainda assim, é confrontada com fenómenos do Entroncamento em Lisboa,


mal refeita, que é como quem diz rarefeita do susto, ainda tem que carregar com as compras todas no mesmo ombro...
Nota mental para fazer reclamação fundamentada para o iluminado governo da república que legislou a lei seca dos sacos, que nos impõe misturar, tudo no mesmo, as latas do grão, as uvas, os congelados, o champô, o detergente e o papel higiénico (já cá faltava a questão anal, isto ia tão bem encaminhado...), e depois nos põe a carregar, tudo no mesmo ombro, aquela balhana toda. Ando para ficar com uma curvatura no ombro direito que não possuo no esquerdo, tudo djast bicóse, e eu sou muito amante depravada das simetrias. Já sei que a solução é passar a carregar tudo à esquerda, mas o que eu queria mesmo era que a cabeça pensante de onde saiu este flash se pusesse a caminho das compras todos os dias, e lhe arrefinfassem com pesos que chegam a dez quilos no lombo, e se acavalasse em high heels (também já sei que a opção é minha, mas puxa, penico, posso ou não ser livre arbitriada e, basicamente, não me estoirar fisicamente, a não ser naquilo que eu escolha para o fazer eficaz e prazerosamente?).
Uma pessoa desce as ruas, de lá até aqui, que ainda são uns duzentos metros a andar bem, ou setecentos nestas condições precárias, a sentir-se uma mula de carga, em treinos mentais preparativos para o coice reclamante — apoiada nos quartos fronteiros (por oposição a traseiros, inventei agora), zás, com os traseiros rectos (chiu) à edilidade e à governança —, e, em desespero de (rebelde sem) causa, calcorreando pelas estradas, que sempre são mais lisinhas do que os passeios, porque, no fundo, mais vale arriscar a vida do que a integridade física ao nível dos tornozelos. 
Ao que isto chegou.

4 comentários:

  1. Pá próxima vai de carro... :p

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    1. Olha que bem verti lágrimas de sangRe por meu boi! :P

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  2. Já pensei em fazer um petição p acabarem com a porra da calçada.
    Ai q é mto típica. Seria, se fosse estimada e estivesse em condições.

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    1. Era porem cimento entre as pedras, em vez de areia e pó de pedra. Não fica mais caro e as pedras não saem do lugar. Acho que o que encarece é o alisamento que fazem a seguir. Mas era o céu...

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