28/05/2016

Isto já se deu ontem, mas ainda não recuperei do trauma


Levantei-me da cama, olhei-me ao espelho e havia de estar muito estremunhada, porque entendi cortar a franja, ou seja lá o que se entender por isso em alguém que usa o risco (ou aquilo que deveria ser uma recta a direito, e é antes um tortuoso caminho cocuruto-testa) ao lado. Lembrei-me da minha Ana, com aquela habilidade dela, repuxei a melena que fica mais perto da cara para cima, e vai de a escalpar nuns generosos 8 centímetros. Oito.
Aquela madeixa que já entalava atrás da orelha, é agora uma farripa que bate leve-levemente, por sobre esta vasta testa, sob a qual borbulham os meus melhores e os meus piores pensamentos.
Não digo meses, mas largas semanas me aguardam até voltar a ter cabelo com tamanho de gente ali, naquela zona.
Diz uma delas que eu pareço o Tintin. A mesma que me disse aquilo do Michael Jackson. Não devia tê-la amamentado tanto tempo.

E é claro que a nuvem não foi ali colocada por mim para tapar a cara. Ia ali a passar naquele momento, e depois choveu-se toda, não se vê logo?

(E é também claro, porém algo angustiante, que haja sectores na minha vida em que eu não consigo crescer como pessoa humana.)

2 comentários:

  1. Anónimo29/5/16

    Mas ficaste com uma cedilha, ali por cima da nuvem :)
    Bom domingo, beijinho.

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    1. Podia bem chamar-me Gonçala :)

      Para ti também. Beijinhos

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