12/05/2016

Desbloqueadores de conversas

Sabem? Aqueles assuntos que destravam a língua nas situações em que não pode existir um espaço de silêncio, ou uma falta de assunto tal que — assim como me acomete no blog, amiúde e cada vez mais frequentemente —, se torne embaraçoso/incomportável/trágico para os presentes? 

A mim acontece-me, mas ao contrário, e também cada vez mais frequentemente e com maior intensidade. Ou porque estou a ficar mais frágil, a cada acometida. São momentos de grande tensão cerebral, aqueles que sofro, e que talvez expliquem por que é que estou a perder qualidades, estéticas incluídas. 
Nos últimos tempos, por contingências cá minhas, tenho vindo a lidar com pessoas. Essas pessoas primam, genericamente, por soltar frases ou modalidades (olímpicas) de dizer as coisas que me deixam KO ao primeiro round. E depois fico ali, a tentar recuperar do choque, desatenta a tudo o resto que tentam transmitir, porque lá está: bloqueei. Parou-me a boneca. 
Vai de exemplos, senão ainda passo por exagerada, ou, pináculo, mentirosa:

Isso ia ser conectado como uma falta de educação — conotado, conotado, conotado, conotado... fsssh, um choque.

Na actual conjectura económica — conjuntura, conjuntura, conjuntura, conjuntura... fsssh, outro choque.

Se eu manter — manter? Já de volta para o primeiro ano do ensino básico. Fsssh.

As pessoas têm a fobia de ganhar muito dinheiro facilmente — talvez euforia, fsssh.

E depois descoram os pormenores — ficam... sem cor. Fsssh...

O facto de vermos para aqui dizer que... — verbo vir. Não o temeis, ele é pelo bem. Fsssh!

Temos que despejarmo-nos de preconceitos — e de roupa, não? E de tralha? E de lixo? Fsssh.

Isso despulta uma situação — através do recurso a uma catapulta? Fsssh.

Trata-se do revés negativo da medalha — é como os pólos da pilha (de nervos em que uma pessoa fica, fsssh!)

Criamos-vos as condições — ou talvez criamo-vos uma (des)carga de nervos com este linguajar vernáculo.

Fsssh.

17 comentários:

  1. Anónimo12/5/16

    Mas andas a falar com pessoal de Alfama ou tens tido muito contacto com o treinador do Zportem?

    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Por incrível que te pareça, é tudo gente que se tem em grande conta...

      :)

      Eliminar
    2. Anónimo12/5/16

      http://umblogdiferentedosanteriores.blogspot.pt/2016/04/ha-uma-desconfianca-de-que-inteligencia.html

      Eliminar
    3. Eu nem sei bem em que campo situar o pessoal que se acha tanto, e depois dá este tipo de pequenos deslizes...

      Eliminar
    4. Anónimo12/5/16

      Mandei-te este link só porque, tal como a estupidez, é mais fácil reconhecer a ignorância nos outros do que a própria...

      :)

      Eliminar
    5. O que vem um pouco na linha do post anterior, da magana do cão :)

      Eliminar
    6. Anónimo12/5/16

      Também...

      ...o texto é genérico e pode ser visto de perspectivas diversas...

      :)

      Eliminar
  2. As pessoas têm fobia a ganhar pouco dinheiro. É uma fobia muito real. E geral.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, o engano pode ter sido entre pouco e muito, e não entre fobia e euforia.

      Eliminar
  3. Cá para mim andas a ter uma «ralação» escabrosa com o meu director. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Impossível, por motivos vários, de entre os quais este tipo de linguajar me provocar um frémito, de cada vez que sai broa. E eu não vivo de frémitos. :)

      Eliminar
  4. Olha, já ganhaste o dia...fizeste-me rir num dia como o de hoje!

    ResponderEliminar
  5. Anónimo13/5/16

    Mas que interessante. Fsssh :)))

    ResponderEliminar
  6. Ahahahah descoram, tão bom!
    Espero que isso seja tudo da mesma pessoa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E o ar cheio de si com que dizem estas coisas... :)
      Não, basicamente, em duas, mas com a contribuição de uma terceira. Tudo da mesma empresa.

      Eliminar