12/11/2014

Diz que faliu a Moviflor (mas eu quero falar é do IKEA)

E que a falência está a ser investigada como fraudulenta. Eu só soube hoje de manhã, através dos títulos que me invadem o telemóvel.

Nunca comprei nada na Moviflor. Isto não faz de mim uma pessoa diferenciada, mas acontece que o armazém da marca ficava-me fora de mão, e nunca gostei de nada que eles lá vendessem. Mais tarde, vim a saber, pelo senhor Farinha, meu marceneiro de confiança, que as mobílias da Moviflor eram feitas de papel prensado, o que explicava o preço dos móveis ser substancialmente inferior ao da própria madeira, em bruto, que (não) os compunha. Foi nessa altura que apareceu o IKEA.

Vamos todos aprender a dizer IKEA.

Diz-se I-QUÊ-Á. E porquê? Porque IKEA é um acrónimo, é uma sigla que se pode ler como palavra. E, em português, aquele K (capa!) lê-se Q (quê), no meio de duas vogais. 

Portanto, se alguém disser IQUEIA ou qualquer outra variante à minha frente, já sabe: tem a violência garantida, que eu já não vou para nova e isto eu sou uma democracia: ou é como eu quero ou comem todos. Já com a Expo foi a mesma coisa, desde écccssspô a chpó, tudo valeu. EICHPÓ, pá. EICHPÓ. Ou, no Alentejo (alô, irmãos!), ÊXPÔ. Mais nada.

O IKEA trouxe-me vários problemas, todos insolúveis, designadamente porque os meti dentro de casa. E montei-os (ai a minha vida...). Começa porque me obriga a obedecer àquela sigla informática que me irrita: RFM, ou read the fucking manual. Nem sequer posso ser acusada de não ter tentado: ao fim de um roupeiro de 3 colunas (com 5 gavetas), uma cama, três secretárias de computador, sete cadeiras, uma mesa, quatro estantes, quatro mesas de cabeceira e um sapateiro, por falha de oportunidades que eu dei àquela loja é que não foi. Talvez a minha estupidez não tenha limites, isso sim. Eu leio, ponho as p. das peças pela ordem que eles mandam, e, mesmo assim, sobram-me coisas. Algumas não são assim. Outras são noutro buraco que eu não vi. Outras ainda, já martelei embuti de tal maneira, quando dou pelo engano, que já não consigo extrair do buraco. E o resultado final nunca, jamais, em tempo algum, me fica perfeito. Tenho uma estante com a parte de cima arredondada. Tenho uma mesa de computador cuja gaveta do teclado não entra totalmente na mesa. Tenho gavetas empenadas ao fim de poucos meses de uso. Tenho uma cama cuja piriqueta se soltou no primeiro mês de uso e nunca mais a consegui encaixar. E, surpresa boa, as estantes duram, na melhor das hipóteses, cinco anos. Um dia partem-se e acontece isto:




E verificamos, empiricamente, que, afinal, a nossa mobília de casa também é feita de papel prensado. 

Se alguém me vier dizer que a mobília do IKEA é barata e, ainda por cima, disser IQUEIA, já sabe. Ideias não me faltam.

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