Somos parentes demasiado próximas para termos conversas de calças, mas não somos irmãs. Liga-nos também a amizade, doa a quem doer. Só não somos melhores amigas, porque isso é mesmo impossível.
Ela: Hoje vi o sem-abrigo mais estiloso do mundo.
LP: Como assim, estiloso?
Ela: Olha, de calções de ganga, super-justos.
LP: Era gay?
Ela: Não, era paneleiro.
[aqui rimo-nos até às lágrimas, paradas num semáforo vermelho. Eu de cabeça pousada no volante, pesam-me os cornos quando asfixio de riso]
LP: Mas olha lá, os dois conceitos podem andar juntos? Sem-abrigo e paneleiro?
Ela: Claro que podem, ele é a prova.
LP: Eu vi o taxista mais estiloso do mundo outro dia.
Ela: Um taxista?
LP: Um taxista. E só percebi que era taxista porque estava na praça. A bater os tapetes contra a parede. Ai, que braços...
Ela: Mas como assim?
LP: Assim, perfeito. Lindo. Ainda bem que nunca apanhei o táxi dele. Toldava-se-me o raciocínio e esquecia-me do destino.
Ela: Tipo Ryan Gosling?
LP: Tipo.
Ela: Mas olha lá, os dois conceitos podem andar juntos? Taxista e todo-bom?
LP: Claro que podem, ele é a prova.
Ela: Mas olha lá, os dois conceitos podem andar juntos? Taxista e todo-bom?
LP: Claro que podem, ele é a prova.
E ficámos as duas, paradas no semáforo vermelho seguinte, de lágrimas nos olhos outra vez, numa muda oração de agradecimento aos céus. Porque eles existem.
Hallelujah, irmãs.
Hallelujah, irmãs.
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