10/04/2019

Hoje acordei magra

E então fiz a coisa mais blogger que me ocorreu no momento, que foi tirar uma autoselfie, em clara blogger-influencer-position, para mais tarde ou mais cedo recordar o momento, quiçá irrepetível. 


Perdoe-se-me a cara de desenterrada, que se deriva do facto já sobejamente conhecido e aqui publicitado, o cabelo em (ainda maior do que é costume) desalinho, mas lavara-o há pouco e ainda não lograra dominá-lo, o cenário dantesco em que ainda se encontravam os aposentos da magra - e já muito cortei eu, poupando-vos ainda à visão dos pés por arranjar, pois até cortei ali uns cotos -, mas também não possuo um elevador que me faça as vezes de estúdio fotográfico, o xnelo e tudo e tudo o mais. Mas deu-se que temi que a visão que estava a ter de mim mesma fosse fugaz como uma fuga de gás metano, e dei-me rapidamente à frugalidade da chapa, não fosse mais tarde ser acusada de algum delírio sem provas da efectiva magreza de que estava a ser protagonista. Neste momento, por exemplo, em que já almocei uma papa de arroz, uma banana e um iogurte, estou muito mais gorda, apesar de mais gira, pois o cabelo já tomou formas de gente e substituí o xnelo por umas meias muito confortáveis que vieram parar cá ao lar por obra e graça do espírito santo (não são de ninguém, ninguém as quer, provavelmente roubei-as inadvertidamente no ginásio, assim como me nasceu um sutiã na gaveta uma vez). 
Está bem que me desapareceu o rabo, mas, em compensação, desapareceu-me também a barriga. E, no fundo dos fundos, quem é que precisa de um rabo se, quando bate com ele no chão, lhe fica a doer da forma como ficou o meu, como se não houvessem nalgas nem amanhã?
Portanto, confirmo o que já suspeitava há uns anos a esta parte gaga: nada como uma caganeira em bom para nos pôr na linha. Quais dietas io-io, quais doutores da sabedoria endócrina, quais comprimidos do milagre, quais fechar a boca e passar fome. Era eu ser uma mulher de Ciências e isolava mas era o vírus da gastura, patenteava a coisa e vendia-o que nem pãezinhos. E depois comprava frascos. Frascos!
Está feita a minha quaresma, aleluia, irmãos.

(enviado por uma filha, algum dia tenho esta imaginação?)


6 comentários:

  1. Eu ando a sofrer de uns enjoos um bocado despropositados, pois que ando a alimentar o melhor que sei (mas se calhar, e pelo visto, não chega), que me têm dado um jeitão. Só não faço selfie porque continuo sem caber na lente...

    Mas olha que estás muito magrinha, vê lá isso. E não estou a ironizar, é sério.

    Beijinhos

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    1. Acho que anda aí uma virose que dá isso, só cá em casa já contámos duas no espaço de dez dias. Não será a mesma coisa? (Nem quero lembrar-me das náuseas, só passaram à custa de vomidrine e muitas horas a dormir!)
      Tomara eu manter-me assim, não tarda recupero os dois (?) quilinhos que hei-de ter perdido, e ainda como com eles em dobro. (Cabes na lente, cabes, que eu vejo com frequência.)
      :)
      Beijinhos, Gina

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    1. Obrigada! (Desde que não recupere o peso :))

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  3. A Linda é lindíssima !
    Escreve de forma tão engraçada e é mesmo muito linda !
    Não imaginava este final.

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    1. Também não exageremos :D
      (E estava péssima de cara, mesmo.)
      Mas obrigada.

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