chega, visivelmente nervosa, à entrada de um dos quatro elevadores do edifício. Na cabeça dela, vem atrasada, como o senhor coelho da Alice maravilhosa, sempre com pressa sabe-se lá para quê. Estou acompanhada por duas filhas, já somos três no elevador — cuja capacidade é de oito almas despenadas —, em não me falhando a matemática da contagem pelos olhos, adquirida ainda anteriormente à efectuada pelos dedos. Hesita se entra connosco,
Já estão três, comigo quatro —, o miolinho a começar a fritar.
Sim, mas a capacidade é de oito, ainda que vá com metade, quatro é razoável.
Três mais um, é igual a quatro; oito a dividir por dois, é igual a quatro —, claramente que se trata de um raciocínio paralelo com uma qualquer fórmula utilizada na Física Quântica, percebo no pestanejar miudinho, nas reviravoltas dos globos oculares, no murmúrio quatro, somos quatro, que toda ela é combustão, enquanto seguro a porta, entre o incrédula e o expectante. Põe um pé dentro do elevador, Podemos ir juntas, já nos conhecemos há tantos anos, e é no momento em que liberto a célula que ela bate em retirada, Não, é melhor não, e se dirige para outro elevador.
Pareceu-me daquelas situações em que alguém vai apanhar um avião e, por alguma razão, não embarca, e depois a coisa despenha-se. Só não percebi muito bem se era suposto, para que todo aquele episódio fizesse alguma lógica, qual dos elevadores despencar-se, o nosso ou o dela.
E depois o maluco sou eu.
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