pergunta-me, à chegada e à queima-roupa, se estou grávida. Fica imediatamente atarantada com a minha não sei se exagerada incredulidade, de tal forma que não respondo. Levo um vestido de corte império, que me faz napoleónica e bonapártica, mas também barriguda. Posso igualmente estar com os enchidos cheios, mas não será de ar daquele que sai intempestivamente (porque eu sou uma senhora e não faço essas coisas), ou, sendo, há-de sair integralmente por cima (discretamente, minhas mini-narinas afora, em ventinhos paralelos), se Deus quiser e o discurso de absurdas desculpas dela não continuar ao ritmo alucinante que já leva no embalo. Afirma agora que estou mais magra, eu que a balança diz que não, e lembro-me que aquele mesmo vestido tem catorze anos e ainda cá mora. Nunca perguntes a uma gorda nem a uma multípara cujo filho mais novo tem vinte e um anos se está grávida. Efectivamente, nunca perguntes.
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