Aqui há coisa de dias submeti-me À vacina. [Eu digo vacina com o primeiro A fechado. Estimo que quem diz vácina pondere muito bem como é que pronuncia quando, em vez do C, está um G.] Ia assim meio a medo que demorasse, não a entrada do líquido na chicha, mas entre o ir e o voltar, recobro incluído. Uma desilusão, nada para contar: militares desde a entrada até à saída, parecia que tinha entrado em, sei lá, Cuba, ou então num quartel-general, tudo muito musculado, só faltou baterem continência aqui à idosa, era da maneira em como lhes fazia o mesmo. Logo à chegada, um militar giro, grisalho e vestido de camuflado — olhem, podia ter que se esconder, assim de repente, na mata adjacente ao pavilhão, e ficava logo invisível, enquanto mulher-coragem dava o corpo às balas —, disse-me que não podia deixar-me entrar, mas hahahaha, era só uma piada. Lá dentro, o chão de acesso ao pavilhão muito torto, claro que perguntei ao senhor que ali estava se era para verificarem quem é que chegava ali sóbrio. Preenchido um questionário (Tem febre? Tem caspa? Doem-lhe os rinzes?) num sitinho tipo sala de actividades do jardim de infância, fui encaminhada para o espaço dos leprosos das pessoas que já tiveram covid e, por conseguinte, só merecem uma dose, logo chamada para uma espécie de gabinete, onde uma belíssima e simpatiquérrima militar me inoculou/ me salvou a vida, ou, nas cabeças mais torturadas, me injectou o chip para Alguém me controlar (calma, que eu sou tão interessante, que haverá neste mundo quem o queira fazer), ou, no limite, me transformar num jacaré. Olhe, pode antes ser aquele lagarto da Lacoste?
(Passei vinte e quatro horas com dores no braço e a sensação de estar outra vez covidada, mas depois passou tudo. Estou como nova, tipo botox.) (O FBI ainda não me contactou, não se percebe esta lentidão nas merdas.)
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