28/11/2016

Tem-me acontecido

muito e muitas vezes, abrir um campo de mensagem nova para escrever alguma coisa, e das minhas mãos não sair nada, por a cabeça estar demasiado cheia. Depois fecho, ou elimino. Também tenho enchido a pasta de rascunhos, ultimamente.
É que eu queria falar do orgulho e da alegria imensa que vivi já há mais de uma semana — e, por isso, há mais de uma semana que dura o meu mutismo e a minha manietação —, mas não posso, pois isso iria trazer à luz a minha identidade (o que, verdadeiramente, não me preocupa lá grande coisa), mas, pior do que tudo, iria identificar uma das minhas florinhas, que eu quero preservar de eventuais dissabores que a existência do meu blog lhe possa trazer. 
Mas sabe, minha tão querida primeira boneca, que tens em mim a tua maior fã, e ó: eu também fui fada dos dentes, também eu te pus o bicho. Ainda sei com absoluto rigor onde é que se deu este diálogo, aos teus cinco anos recém-feitos:
- Ó mãe, como é que se lê?
- Junta B com A e terás BA. 
Estávamos debaixo de uma árvore, na nossa rua, e tínhamos as mãos dadas. 
Depois disso, aprendeste sozinha — honra te seja feita (mais essa) — os nomes das letras, juntaste-as às duas e duas, depois às cinco ou às sete, conforme o tamanho das palavras, e estavas irremediavelmente mordida pelo bichinho da leitura. 
Agora calo-me e já não digo mais nada, senão ainda estrago a maquilhagem.



4 comentários:

  1. Anónimo28/11/16

    o bichinho da leitura...quando dá cedo, essa "bactéria" produz muito bons resultados.
    beijinhos,
    Mia

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    1. Faz nascer também o bichinho da escrita, que consegue maravilhas.
      Beijinhos, Mia

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  2. Não me espanta, filho de peixe...
    Parabéns :)

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    1. Obrigada, Be.
      Olha, eu quero-te na minha família. Tens estado nos momentos todos. Vê lá como é que podemos fazer isso.
      :)

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