17/09/2016

Eu sou aquela pessoa que nunca, em circunstância alguma, deves levar a passear à rua # 50

Hoje venho abordar a temática da retrete. Sinto que é chegada a altura, nomeadamente porque me vi na contingência de ter que ir comprar um tampo novo para uma das minhas duas. 
Chegada à superfície comercial, eu, que só queria um tampo redondo, e que até podia ser branco, deparei-me com possibilidades várias, as quais apresento — todas com marca d'água, não vá alguma copiona plagiadista levar-me pics desta qualidade artistico-humorista —, para que não julgueis que minto, ou sequer exagero. 
Ele há-os para todos os cus gostos. 

Assim, fiquei logo presa de amores pela chic. Qualquer pessoa humana minimamente ambiciosa e classuda, daria um braço (ou uma nalga) para poder sentar-se num trono desta categoria.


Gostei também bastante desta, pela lógica tecnológica (passe o pleonasmo), que lhe está subjacente. Temos o pause na tampa, o play no encosto. Para uma descoordenada como eu, é perfeito. Melhor do que isto, só ao som de stop and stare.


Vi também o modelo ideal para quem, como eu, tem saudades da praia todo o ano, numa subreptícia alusão à praia da Cruz Quebrada, tipo união da defecação com os areais sem fim.


Ou então, o modelo amantes da Natureza, essa grande devassa.


No final de contas, e porque sou uma pessoa que sofre de falta de originalidade e vistas largas, fiz minha a regra dos informáticos, que lhes dita que, na dúvida entre máquinas igualmente boas, deves sempre escolher a que tiver as mamas maiores. Assim, trouxe o azul.


Mas, enfim, como a minha vida nunca pode ser um mar de rosas, estes meros tampos de sanita, verdadeiros Legos para adulto, sob a forma de kit de montagem, têm sempre que constituir irresolúveis e intrincados quebra-cabeças, más charadas, ou então boas piadas. Refiro-me aos manuais de instruções, cujo desenho das peças nunca corresponde à realidade com que me deparo:



Alguém encontra a semelhança entre as peças apresentadas no desenho e as que a caixa continha?
Eu também não.
Devo ainda acrescentar que vinha em falta uma peça de atarrachação de um dos lados, pelo que — como explicar isto sem ferir susceptibilidades? — temos agora um tampo semi-deslizante, que nos obriga a manobras de equilíbrio verdadeiramente épicas, fazendo com que corramos o risco de nos despencarmos... e... pronto. Mas também, por outro lado, fazendo com que corra o risco o AKI* de levar comigo já hoje, no propósito de resgatar a peça que me pertence por direito (e vamos lá a ver se consigo reprimir a vontade de explicar a teoria do slalom cagadeiro). 
No entanto, tenaz que sou, montei o tampo. Lindo. Azul. Just like Linda Blue.

* Ninguém me paga para me calar.

2 comentários:

  1. Definitivamente, o tecnológico. Faz um tipo sentar-se com um sorriso, e isso ajuda à mecânica subsequente. :)

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    1. A tecnologia vai acabar por tomar conta da nossa vida toda. E teremos uma relação literalmente visceral com ela. :)

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