16/07/2013

Eu até tentei dizer adeus

Ontem fui ao ginásio decidida a denunciar o contrato com ele. O motivo é porque é muito caro. E porque estou sem o meu David e ginástica sem David não é bem ginástica, é uma aproximação tosca. Para isso, mais vale meter-me num low cost, ou lá como é que se chamam aqueles vãos de prédio aonde se metem uns tapetes e uns trogloditas e depois lhes chamam "estúdio". Provavelmente, será tudo tão low que nem no físico vou notar se estou ou não a fazer alguma coisa. Equipei-me toda e dirigi-me ao balcão dos serviços administrativos. Disse ao que ia, a pessoa que me atendeu mostrou-se pesarosa - devem ter caras para todas as ocasiões, aquela era só a cara "rescisão" - e depois fui treinar. Curiosa a perspectiva com que olhamos para as pessoas e para as coisas em função das casacas que vamos vestindo. Eu investida de outsider, depois de tantos anos de união - é que lhes perdi mesmo a conta, tantos que foram -, em que posso dizer, senão que ali me fiz mulher, pelo menos que ali me moldei mulher, comecei antecipadamente a ter saudades de todos os locais aonde suei. Escrevi bem, o que eu ali suei, hossana! - nas máquinas, nas salas, nos colchões, nas bolas suíças, nas toalhas, deixei pinguinhas por todos os cantos daquela casa, piscina incluída. Encontrei o meu primeiro PT que, por motivos que não interessam para aqui, me chama "Mamã" (pode ter a ver com este ar maternalíssimo que eu possuo) e a quem eu chamo "Meu filho", armário rapaz para cerca de 1,90 metros de altura (ou mesmo 2, nunca o medi) e quase lhe chorei no ombrão, não fora o facto de o dito estar um bocado longe da minha testa. 

Quando saí, mandei rasgar o papel da rescisão e decidi ponderar melhor a minha decisão por mais um mês. Sou uma fraca, incapaz de virar as costas a tudo. Ainda não tenho músculo suficiente.

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