20/10/2021

A libertação da máscara

A mim, está a correr-me extremamente mal. Abaixo a via respiratória ao léu, viva o véu! (Quem rima sem querer…)

Estou a transformar-me num homem. É só queixas, chiliques e espasmos. Hoje acordei com febre. O termómetro apontava 37,4º, o que, para mim, significa um grau acima do normal, ou seja, dez décimos. (Ou dez décimas, como diz o pessoal das gramas.) Tenho uma tosse cava e funda, daquelas de cuspir os brônquios nos próximos cinco segundos, algo parecido com dor de cabeça (que, longe vá, é coisa que não sei o que é há anos) e ranho, embora discreto. Claro que o meu primeiro pensamento foi dedicado ao covid, aquele vírus, apesar de os sintomas que tive quando o tive terem sido outros. Tomei antipirético, tomei xarope, e depois fiz o teste, a hiperventilar de medo. A sério, vou arrastar-me outra vez para o hospital? De novo TACs, análises, gasimetrias, o oxigénio, o oxímetro!, mas, sobretudo, e em primeiro lugar, aquele auxiliar com vinte e poucos anos que me dizia que eu podia estar à vontade à frente dele porque estava “farto de ver corpos nus”? Gostei de saber, sobretudo apreciei que o petiz dissesse uma coisa destas a uma mulher com idade para ser mãe dele, vestida com um pijama de cadeia feminina e com cara e cabelo de atropelada por um camião cisterna. E será desta que entro para as estatísticas que rebatem todas as certezas científicas? Socorro, não quero morrer, pelo menos não agora, pelo menos não assim! Ai, Lurdes, Lurdinhas!

Deu negativo, não estou grávido. 



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