17/10/2014

CATS, tudo miau

Não sei se fale do espectáculo, da envolvência ou de mim. Vou falar de tudo, se não me escapar nada (La Palisse, tu vives!). É que fui preocupada. Muito li e se disse acerca da sala do Campo Pequeno, que não era própria, e das cadeiras que magoam os rabos, e do som, que arranha os ouvidos, e das casas-de-banho, que prontos. E eu, por acaso, que até sou uma nojenta do pior e jamais urino (defecar então, esqueçam) numa dessas casotas, ontem até fui despejar a imperial que tinha bebido ao jantar, e a casa-de-banho estava a modos de se poder lá fazer qualquer coisa na direcção do alívio. Honestamente, e não desfazendo, ia mais preocupada com as minhas pernas inquietas. Um espectáculo daquele tamanho, à noite, ia-me dar uma crise das boas e deu. Portanto, a parte da cadeira ser desconfortável, passo. Esse pormenor tornou-se secundário, ou melhor, terciário, quando tinha outros dois a atormentarem-me muito mais: as pernas a picar e com comichão e os joelhos a bater nas omoplatas da senhora da frente. Esta semana foi, portanto, uma semana de auto-conhecimento e grandes revelações ao nível físico: tanto fiquei a saber que sou  gorda, como me apercebi que o meu fémur é demasiado grande para caber nos intervalos das filas do Campo Pequeno. Fiquei na fila B, aquela que tem a fila A à frente, sabem? A reter: quando comprar bilhetes para o Campo Pequeno, escolho fila A ou C, visto que a C também goza de um bom espaço para as pernas, já que confina com o corredor de passagem. Eu prefiro que, da próxima, as minhas pernas confinem.

Quanto ao som, nada a reclamar. Não sei se sou eu que sou mouca e não dou por nada, mas, para mim, estava de bom decibel. Ouvi tudo claramente e nada me irritou o tímpano. Luzes, excelente. Vi tudo com clareza, também. Agora, o corpo de baile, a sério que existe quem possa pôr defeitos naquele corpo de baile? Hahahahaha. Desculpem. Hahaha. Estou um bocadinho histérica, dormi muito poucas horas e estou com jet lag. Hahaha. Onde é que eu ia? Bom, eu explico o que é que me está a fazer cócegas: é normal cair em palco. Não devia ser, mas é. Eu já vi N espectáculos de ballet e de dança e em nenhum deles - repito, nenhum. Só mais uma: nenhum - deixou de haver quedas. Nem os russos escaparam. Nem o Royal Ballet. São as sapatilhas que não estão enceradas, é o chão que está demasiado encerado ou molhado, foi o treino que escapou, ou o azar que não escapou, há mil merdas. E é claro que ia preparada para assistir a uma queda das boas. No mínimo. Até porque o palco era pequeno para tanta gente e tantos adereços. Nada. Firmes e hirtos como barras de ferro, sincronizados a uns 90 % e ah, não esquecer que estamos a falar da Broadway, em que se dança e canta ao mesmo tempo. Então, a quem ainda restam dúvidas que aquilo se faz com uma perna às costas, experimentai. Ou então, ide assistir a um espectáculo do La Feria e depois conversamos.

Cômputo final: foi dinheiro bem dado pelos bilhetes, não me dói o rabo e fiquei a perceber um bocadinho melhor as minhas gatas.

5 comentários:

  1. Pronto, tirando três pormenores, gostaste. É isso?

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    1. Queres ver que o jet lag piorou? :D
      Por mais que releia o que escrevi, só encontro 2 pormenores: picadas nas pernas + pernas demasiado longas para os assentos. Para a próxima não levo as pernas.

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    2. Vou ler outra vez para ver onde perdi a conta :D

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  2. Por falar em gatas, é só para dizer que já anunciei o exclusivo.
    Obrigado.

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    1. Mas mas...
      Não sei se a madre superiora me deixa tirar retratos de gatas. Vou perguntar, já volto.

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