Já durmo, por isso devo estar a sonhar, quando à noite vem um anjo arrumar o que deixei à solta da minha vida terrestre: tira-me os óculos, põe no lugar os comandos da televisão que não vi, e então dá-me um abraço inteiro, em que me toma nos braços que tomei eu desde o primeiro dia para o alimentar de mim, segurando-me a cabeça com uma das mãos, pouco lhe importando a falta do cabelo, que eu lhe escondo numa touca, por vergonha e amor, e que ele ignora, por sabedoria e amor.