08/10/2016

Síndrome de abstinência

do café de todos os dias; do sol que se vai embora sem dizer adeus; dos cigarros que não fumo; do meu pai; de mãe; dos meus ausentes, que tardam em voltar desde o primeiro dia em que foram; dos meus presentes, no medo que se ausentem; da minha titi, que está em tudo o que me sai das mãos, quando sai bem feito; dos cheiros da minha infância; da minha Mel, que nem quando estou totalmente só se vem aninhar a mim; de mim mesma, quando não tinha o vício instalado, a corroer-me as entranhas de falta e falha e saudades.
[Devia ter a abstinência estampada no rosto, como qualquer dependente.]

4 comentários:

  1. O sol, ao menos, hoje fez-se de muito bem aparecido em grande parte do território continental, que eu bem o encontrei. Este ano, está preso com um elástico cósmico muito forte, parece.

    Uma boa noite, LB :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Parece mesmo que não se vai, quando está a fazer uma subreptícia e delicada despedida, que não lhe fica nada bem. Preciso dele, ou ele não sabe isso? Não sei como lhe fazer passar esta mensagem. :)

      Boa noite, Xilre :)

      Eliminar
  2. Pois... acho que também sofro do mesmo mal :P sobretudo com as pessoas de quem gosto.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Juro que não sei como é que não tenho cara de agarrada. Falta-me sempre alguém ou alguma coisa :)

      Eliminar