26/10/2015

Preciso de ajuda

Estive a ver as minhas valências, não por uma questão de autoestima — embora essa não seja de menosprezar —, mas por necessidade absoluta, e até concluí que sou razoavelmente boa em muitas áreas, tudo isto do alto dos meus saltos altos, que quase estreei hoje um par deles. E só não digo que estreei mesmo a sério, porque outro dia andei a patarinhar a casa com eles calçados, não para me habituar a eles, e sim para os habituar a mim — ou terá antes sido por vontade de andar em cima deles e sentir-me mais alta?, nem sei —, mas certo-certo é que foi hoje o dia que os levei à rua pela primeira vez, e sei que eles estão felizes, que é o que interessa. Digamos que fiz tábua rasa da possibilidade de ocorrência de aguaceiros, que é o que deveríamos fazer com tudo o que nos atormenta, designadamente quando temos diante de nós uma intransponível montanha, zás, tábua rasa. (Grande John Lock, cá beijinho.) Assim, através dos intervalos do sol, porque já lá vai o tempo que não volta pra trás em que passava nos intervalos da chuva, atingi a rua como um petardo e, investida de capa de executiva, que não sou (tomara eu que não me executem a mim), sob a forma de gabardine amarelo-histerico-histriónico, lá fui exibir as minhas valências para quem as quis testemunhar e, muito em particular, para quem não estava nem aí, como a outra do tô nem aí. Saí com a mesma cara com que entrei, mas um bocado mais velha.
Não apertam nada, é ilusão de óptica. Chiu.
E vinha a pensar, no regresso, que a felicidade se faz de pequenos merdinhos e eu vinha tão contente com os meus sapatos novos — poucas haverá que aturem uns saltos destes sem um ai um dia inteiro (mal sabem elas que eu me descalço em todo o lado onde me sento, o que já me trouxe férteis constrangimentos, designadamente quando não consigo encontrar um sapato — ou os dois — debaixo da mesa diante da qual estive sentada, por mais que tacteie com os dedos plantares) — e também com a iminência de ir ver o espectáculo do Gregório Duvivier, que é o meu Porta dos Fundos favorito (eu gosto do ar enjoado, safado e borrado dele, que fazer?), velha mania, como todas as minhas, manias de velhos, de gostar sempre daquele que não é o principal, já nos Gatos gosto é do Tiago (aqueles olhos sempre a rirem, quase me convencem de que a vida é bela).

E, no meio disto tudo, pensei assim: Realmente, ele há coisas [isto sou eu a pensar de mim para comigo]... tão valências nuns campos, férteis e verdejantes, tão invalências noutros. Então não é que eu não consigo adicionar fotos no blog se for através do telemóvel?

Alguém?
Bom, aquela fase de abrir o blogger | criar mensagem | juntar fotografia (no ícon da fotografia) | seleccionar do álbum do chico-smart | carregar imagem, isso já sei que não dá. Fica horas a carregar uma mera fotinha, e nunca a carrega. Estou farta de gastar dados com essas tentativas.

Dizei-me: o problema é ele, ou sou eu?

É o sonho de uma vida, poder fazer posts do género O que vês tu do teu postigo, Linda?, através do smartphone, e poder escrever algo enigmático, do género Cebolas. E lágrimas. Através das grades. (Ontem, por exemplo, tinha ficado giro.) Ou então, Onde estás tu agora, sua grandessíssima Linda? E pumba, uma foto do Duvivier a pedir-me um autógrafo, e o texto anexo, A ser feliz, o que mais, pá?

Estão a ver? 
Preciso de ajuda.

6 comentários:

  1. E do nada fiquei a sorrir. Valeu a pena espreitar de novo este espaço !

    Bem haja. :))

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    1. Eh... :)
      Obrigada.
      Precisava mesmo de resolver este imbróglio...

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  2. gosto muito de ver uma mulher de sapatos... gosto desses, gosto da cor, ficam-te bem.

    bj doce

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  3. Blue, ficas Linda com esses sapatos cor de pele.
    Ajudava-te a dançares com eles.

    Aquela vénia

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    1. Não os posso usar no Verão, ficam mais claros do que eu.
      Eu adoro dançar, sabias?

      Aceito.

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