16/08/2016

Mola para o nariz

Estava eu (muito pouco) descansada a fazer as malas (afinal são várias), quando me deparei com uma das molas que tenho, para quando nado ou mergulho, designadamente em piscinas, que também las hay. 

Esta imagem palmei-a da netty, pois nem tenho tempo de fotografar a minha, nem sei já onde a meti.
(Penso que não a tenho posta no nariz enquanto escrevo, que aquilo dói)

Pela enésima vez, experimentei-a no meu nariz, que — note-se!, e fique já aqui bem assente — é pequeno e foi, aí pelos meus 5 ou 6 anos, sujeito a uma adenoidectomia.
As dores foram, conforme já esperava, por memórias das anteriores tentativas, excruciantes. 
(Este estupor está a sublinhar-me a vermelho várias palavras, por ignorância dele. Vou ter que adicionar ao dicionário, passe a aliteração — olha, outra —, que é para ele ver se aprende alguma coisa comigo, que eu não duro sempre.)
Mentalmente, decidi que não o vou usar, embora o tenha guardado num dos sacos, não vá mudar de ideias durante o percurso, e depois chorar lágrimas de sangre e amargo arrependimento. 
Foi, no entanto, uma experiência que me confirmou a enorme admiração que nutro pelos atletas olímpicos, não pela força e pela arte (veja-se o caso das bailarinas da natação sincronizada), mas por aguentarem aquela tortura mais do que dois segundos agarrada às narinas. Antes uma mola da roupa.
Mesmo após higiene nasal profunda — qualquer monco, por pequeníssimo que seja, transforma-se num rochedo que ameaça detonar-nos todo o canal, qual pólvora seca em montanhas do deserto do Nevada —, quase pude jurar, entre ameaças várias de choro convulsivo, que os meus ricos adenóides haviam regressado, ou, quiçá, lhes haviam nascido um par de gémeos, tipo quadrigémeos (mais uma para o dicionário. Ou hoje estou particularmente erudita, ou este coiso está com dificuldades em acompanhar o meu ritmo).
O melhor é apertar o nariz, qual nauseada, cada vez que mergulhar, ainda que seja em profundidade, tipo nas poças.
Poças para o tango, como diria o povo.

6 comentários:

  1. Antes pirolitos pelo nariz!

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    1. Mesmo com as faringites e todas as ites que se seguem, mil vezes preferível!

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  2. Eh Linda, por aqui? julgava-te ainda em Idanha, no Boom

    Percebi logo que tinhas chegado, já anda tudo numa agitação cá em baixo e o mar ficou com outro sabor, mais azul.

    Beijos e Nivea!
    Shark

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    1. Por acaso, quem escreveu este foi a outra doida. Mas, já que chamas...

      Este ano pulei uma data de festivais (e não numa data de festivais), Shark, sabes lá da minha vida. Em compensação, estou a adorar o tom que pus no mar. Junta-te a nós, que o festival é aqui.

      Beijos e protector!
      La Bleue

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  3. já experimentaste nã respirar?

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    1. acho que não. Isso é o mesmo que me pedirem para não abrir os olhos debaixo de água...

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