27/07/2016

E tu, Blue, o que vês tu do teu mísero barquinho a remos?

Vejo uma pessoa a subir uma montanha muito maior do que ela, sem olhar para cima.
(A minha mãe sempre me disse que, quando subisse uma montanha, nunca olhasse para cima — sábias, as mães; e algumas usam metáforas que nos ensinam a vida.)
Vejo uma mulher a lutar com uma máquina, ciente, crente, consciente de a vencer.
Vejo uma guerreira pequenina, à briga com a elíptica, ignorando o esforço, subestimando o cansaço. 
Vejo uma filha, uma mãe, uma irmã, a cabeça tapada pelo lenço — faz um calor assassino, mas o que a assassina a ela será não só o frio de não ter cabelo —, persistente, resiliente, animada de animus, caminhando pela vida.

Remas e remas, cabelos ao vento — mas, diante dos teus olhos, o Adamastor enfrenta-o ela. Sem um pestanejar.

5 comentários:

  1. Linda,
    Hoje, só te quero enviar um beijinho.
    Irá correr tudo bem, com a tua irmã !
    José

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    1. José,
      Tu crias-me um grave problema de comunicação, que eu achava não ter.
      Então não se percebe que se trata de uma senhora que estava na elíptica, à minha frente (e eu no remo), no ginásio? Lê lá as etiquetas do post, pf.
      Longe vá, deixa lá a minha irmã em paz...
      :)

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    2. https://www.youtube.com/watch?v=h0JvF9vpqx8

      :D

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  2. Peço desculpa !
    Não percebi assim.
    Ainda bem !!!
    Irei cumprir o teu desejo !
    ;)

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