24/07/2016

A arte e a tristeza

Não me apeteceu dançar, durante toda esta semana.
Cada vez que não estou triste, perco a inspiração e não tenho veia para nada: nem para escrever, nem para cantar, nem para dançar. 
Até o sentido poético se me escoa, apesar de nunca ter escrito poesia nenhuma, para além de todas as que fiz sem querer. Não vejo beleza em quase nada quando a vida me sorri, a menos que seja um sorriso triste, e então é ver-me em produção artística em série, qual linha de montagem.
As minhas poucas e pequeníssimas artes somem-se e encolhem na directa proporção em que posso contar com alguma felicidade. Quanto às outras, não posso afiançar coisa nenhuma: pouco ou nada dedico às artes plásticas — tenho sempre as mãos demasiado ocupadas com teclados, tachos e molas de roupa —, nunca compus uma música, desconheço como se monta um filme, para mais do que aqueles que fiz com o telemóvel, sem cortes nem ensaios. 
É por isso que aqui estou hoje, desmemoriada e desinspirada — o que, vindo de mim, e estando longe do mar, é absolutamente admirável. Preciso urgentemente de arranjar de novo novos motivos para voltar a dançar.

4 comentários:

  1. Este post lembrou-me :
    Bethânia !

    https://youtu.be/buixV-ZJw_M

    :)

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    1. A letra é belíssima. Mas olha que gosto mais da versão da Rita Lee :)

      https://www.youtube.com/watch?v=XruXh5tpdTA

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  2. Então, mãos à obra!!
    Dançar é das coisas melhores da vida e de tudo aquilo que dizem ser bom e faz bem à alma!!

    Força, aí, nessa alegria!

    :)

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    1. Esta semana retomo, nem que façam 45 graus à sombra!

      :)

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