28/04/2014

O maravilhoso mundo feminino

Vamos supor que uma mulher vai ao supermercado Pingo Doce comprar abastecimentos para a periodagem, na medida em que está longe de casa e já torrou todo o abastecimento que levou consigo para o local de trabalho, derivado da circunstância de haver meses mais diluviais que outros. Esta é, digamos, a forma menos menstrual de colocar o problema. 

Agora vamos supor que a mesma mulher tem dinheiro à conta no porta-moedas para pagar uma embalagem de pensos (Super-máxi-alas-plus-e-se-fosse-uma-canoa-também-podia-ser) e outra de tampões (Super, e não superplus por não haver no Pingo Doce. Caro Soares dos Santos, escuta: há dias em que nem de fraldinhas. Põe lá os superplus à venda, que aquilo não desflora ninguém).

Continuando nas suposições, imaginemos que a mesma mulher não quer ir levantar dinheiro, por uma questão de princípio, seja lá qual for ele. Vai, corajosa, direita à estante das intimidades, escolhe o que lhe parece mais consentâneo com a desgraça uterina em curso e pondera. Qualquer mulher, nessas circunstâncias, pondera ir buscar um rabanete, um nabo, um pepino... não, um pepino, é melhor não, por nada, apenas porque não, mas uns iogurtes, para disfarçar a higiene íntima, ali exposta aos olhos de toda a gente, homens de todas as idades, credos e feitios (as outras mulheres estão nem aí, estão nem aí...). Mas esta estava com o dinheiro à risca.

É quando se dá o momento de colocar as coisinhas no tapete rolante da caixa. Olha para a frente e um homem está a pagar três garrafas de água de 1,5 litros e um cacho de bananas. Uma compra com vários significados. O homem bebe água. Come bananas. O homem vai lavar os dentes. Tem um macaquinho. O homem vai meter água nos depósitos do limpa pára-brisas. Tem cãibras. O homem é diabético. Precisa de potássio.

A compra da mulher apenas grita ao mundo: SANGRE!

2 comentários:

  1. Respostas
    1. As dos outros, nestas circunstâncias, parecem sempre tão mais interessantes! :D

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