03/09/2015

Procuramos uma coisa e encontramos outra


E essa outra leva-nos a mais outra
A famosa fonte, de água gelada, onde nos enfiávamos, todas vestidas — quando não tínhamos tempo de despir os vestidos durante a corrida —, e calçadas, porque nem tentávamos tirar as sandalinhas. Metíamo-nos, cada uma dentro de uma concha de ferro, tão gelada quanto a água que nela caía, e molhávamo-nos até à cabeça, a partir dos pés, ou seria ao contrário, e era tão bom.
Neste dia, não nos despimos na corrida — ela está atrás da fonte, com o chapéu na cabeça, e eu, extremamente ocupada, a segurar o meu, cheio de água, equilibrando-o, para o pôr na cabeça a seguir, assim mesmo. 
E o meu pai, amorosamente, a tirar a fotografia, sabendo perfeitamente o que é que eu ia fazer com o chapéu cheio de água.
Naquele tempo, ainda não tinha sido inventado o inferno, e ter três anos era só isto.


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