30/12/2013

Acabaram-se as cuecas


Este ano vou pôr fim à "história" das cuecas da sorte, azuis ou vermelhas. Já tinha esta ideia desde sábado, quando me empandeiraram umas cuecas encarnadas na Intimissimi, que fazem de mim uma cabra louca, com a desculpa que era para darem sorte. Mas hoje, em conversa com uma das minhas pretas, que é natural de terras de Vera Cruz, perdi totalmente as ilusões: os brasileiros usam, para a cueca do fim do ano, as cores em função do que pretendem do ano novo: a branca é da paz, a vermelha da paixão, a rosa do amor, a amarela do dinheiro, e eu ai pá, vou mas é vestir uma de cada cor, a ver se se junta mas é tudo numa só tranca. Mas lá está, voltamos ao mesmo: é mais uma tentativa de "suborno" do destino. Vou mas é experimentar vestir umas cuecas super-velhas (ou as mais velhas que tiver), ou então não vestir nenhumas. A verdade é que as cuecas azuis e vermelhas dos últimos anos não me trouxeram mais sorte do que se fossem salmão, lilases ou ocres (cores, aliás, deste  meu buraco, que tem, de longe, a combinação mais feliz que consegui na vida). 



27/12/2013

Felizmente, 2013 a acabar não tarda

Adoro chuva. Porra, odeio. Fui buscar uma pessoa a um local que ficava a cem metros do lugar onde deixei o carro. Mais perto era impossível, porque o portão que ficava próximo tinha um cadeado a fechá-lo. Fiz os cem metros sem barreiras, vestidinho, salto alto - é que só me apetece vestidinho e salto alto nos dias em que "ameaça" chuva. Nos outros, é calças e botas - e desatou a chover desalmadamente. O meu cabelo ficou logo uma merda, tão giro que estava. O limpa pára-brisas chia que nem uma porca. Houve molho no eixo norte-sul, tive que ir pela estrada da luz, com o rádio aos berros para não ouvir o limpa pára-brisas. Mas ouvi os dois, só que muito alto. À minha espera, três cordas de roupa a encharcar-se. Tive vontade de dar uma de Thelma and Louise e amandar-me por um viaduto abaixo. Valeu-me levar ao lado uma pessoa muito querida. 

25/12/2013

Eu preciso de descansar das festas

Só isso explica que esteja a ver o filme UP, que passou há pouco na televisão, e ter deparado com o presidente na figura deste boneco (Charles Muntz). Tirava-lhe o bigode e punha-lhe as pérolas de saliva nos cantinhos da boca, e era ele.



A minha not wish list

Era para ter feito este post a 24, para ainda ir a tempo de alguém (alô, alguém!?), que tivesse a intenção de me ofertar um bagulho que eu não quisesse, vir aqui, ler e ainda se ir meter numa grande superfície à procura de qualquer coisa que me contentasse. Mas não houve tempo, tendo em conta que passei o cabo dos infernos enfiada na cozinha a lidar com o forno e com o verdadeiro manjar que pus na mesa no final da lide, embora estivesse esgotada dos nervos, com dores pelo corpo todo até à roupa e o cabelo feito numa merda porque os vapores aliados aos graus de humidade exterior e aos esforços físicos a que me votei, mo puseram em modo lã de ovelha e a maquilhagem numa papa pelos mesmos motivos. No momento em que entendi que tinha o forno muito sujo é que se pode dizer que acabou o meu Natal, pois armei-me de esfregões e Sr. Músculo Forza Fornos e foi até aquilo luzir como novo, ao cabo de cerca de duas horas de raspanço. Sempre desejei a consoada na minha casa, mas cheira-me que vou enterrar esse desejo no lugar dos inconfessos e proibidos para todo o sempre, e mais vale ir para casa dos outros levar com as conversas da seca e um ou outro puto estúpido que resolve ser o bobo engraçado da noite do que isto de nem ter chegado a descalçar as havaianas e só ter arrancado o avental no momento em que procedia à inclinação traseira para me sentar à mesa. 

Eu sou tão fácil de contentar. Mas há três ou quatro categorias de coisas que dispenso que me dêem, sob pena de não usar ou ter que ir trocar, o que é uma grande maçada: 

- velas - as velas estão mesmo no top of the hits das porras que eu dispenso que me dêem. Não há cá velórios, obrigada. Na mesma categoria, os paus de incenso. Se quiser pôr o meu casebre a cheirar a missa, espalho umas bolas de naftalina pelos cantos, borrifo a casa com laca Elnett Satin e já está. Idem para os paus perfumados. Uma casa portuguesa quer-se com cheiro a dieta mediterrânica, com certeza. Alho, coentros, azeite, essas coisas.

- perfumes - é que vou direitinha trocar, ou, se vierem sem o talão de troca, ficam para desodorizar o ar do wc, pós-defecação. A minha fidelidade aos meus perfumes (são 2 amores, como MP) não me permite um desvio que seja. E tenho a consciência que o meu tom de pele deforma os cheiros todos. Um perfume muito forte fica só ordinário, posto em cima de mim.

- chocolates - que eu adoro e devoro, mas vá lá, não há melhor recado "não sabia o que te dar, não quero saber e nem estive para pensar duas vezes nesse assunto". Chocolates no Natal dão-se à porteira do prédio. Nem nos jantarecos do amigo secreto se tolera o bombom. Mais depressa uma latinha de leite condensado me faz feliz.

- barretes e cenas para a cabeça - eu não uso. Ficam-me mal. Pareço uma sem-abrigo. O meu cabelo enche-se de electricidade estática e pareço possuída pelo demónio. Não. Não me irritem.

- bâtons - eu não uso. Aquilo enerva-me. Derrama para os dentes. O cabelo cola-se-me à boca. E não preciso, mesmo. Já perdi a conta ao número de pessoas que me vieram perguntar que bâton é que eu uso. "Saliva"; "Baba"; "Cuspo"; "Nada"; "Nenhum, odeio".

- bijutaria - eu não uso. Sou tão alérgica que até me coço só de olhar. Só ouro ou plástico. E, mesmo essa, ou sou eu que escolho, ou morre na caixa.

- pijamas - mas eu lá sou mulher a quem se dê um pijaminha? Vade retro.

- cenas para a cozinha que não servem para nada - tipo uma forma de plástico para hamburgueres ou um suporte para aguentar o livro de cozinha aberto. Já me deram ambos e ambos acabaram no lixo comum, nem pelo ecoponto passaram. 

- (já agora) : livros de cozinha - eu não uso. Faço tudo a olho e de memória. Improviso, acrescento, retiro, acho que nunca fiz duas mousses de chocolate iguais (e já fiz o quê? Quinhentas mousses? Acho que só tiveram em comum o chocolate).

- cenas que eu já dei noutro ano - já me aconteceu por duas vezes, com a mesma pessoa. Parou no ano seguinte, quando lhe (re)devolvi o bagulho.

No plano imaterial, a minha lista vai, por esta ordem, para os desgostos, desilusões e secas. Não me dêem secas. O meu grau de tolerância está a diminuir com os anos e os meus pais gastaram uma verdadeira fortuna com a minha educação, não é para agora desmoronar tudo como castelos na areia.

22/12/2013

Cinderela de galochas

Pois que não há dinheiro para as Hunter high heel e o que choveu na semana passada, já não me lembro em que dia? E o que é que estas duas realidades têm a ver uma com a outra? Uma desesperada busca por galochas de salto alto levou-me ao Sr. Américo, no OLX. Ele tinha à venda estas preciosas


por 6 euros, novas, nº 36. Yes, para mim que nem uma luva. Uma meia. Vai de o contactar, que sim, que nos podíamos encontrar no Jardim do Campo Grande, por ter bancos e eu poder experimentar as botas. Eu ai que não, uma vez que o senhor mora em Benfica, vamos mas é para o Fonte Nova. OK, tudo combinado, a senhora dê-me um sinal distintivo, para que eu a possa reconhecer. Eu ai que sou pontual, ai eu também, nem nunca me passaria pela cabeça deixar uma senhora à espera. Sinal distintivo? Ai porra, mas o que é que me distingue da população em geral? Não sou gorda, nem anã, não me falta nenhum membro, o meu cabelo tem a cor e o tamanho de 33,333333 % da população feminina, olhe, Sr. Américo, eu sou alta e gira, o senhor vai logo perceber quem eu sou eu levo uma malinha de senhora da TOUS, azul-bebé azulinha, a tiracolo. O senhor topou-me logo, vamos experimentar as botas para o meu carro, ai que giras, ai que baratas, ai que bem que me ficam, ai que bem que lhe ficam, como é que tem um pé tão pequeno com essa altura? Não cresceu, se calhar, todas as minhas extremidades são pequenas [se eu fosse homem, estava tramada/o], agora é só tirá-las e pagar-lhe, puxa, puxa, puxa, a galocha que não sai, quer ajuda? Ai, ó Sr. Américo, se calhar tem mesmo que ser. E era Linda Porca no parque de estacionamento do Fonte Nova com um desconhecido a puxar-lhe pela galocha, o que não me parece nada grave. Grave, grave, foi ter chegado a casa e me ter apercebido que tinha o fecho das calças desapertado. 

E ter passado a noite com um intenso cheiro a petróleo e borracha no meu quarto, pelo que tenho que enfiar as lindas na arrecadação e só as tirar de lá quando chover bem outra vez, tipo aqueles gajos que usam as correntes nos pneus, quando neva.

19/12/2013

17/12/2013

A imbuir-me do espírito, mas prenhe de dúvidas # 2

Serei a única pessoa no mundo que briga com a estrela toda a época de Natal? Nunca, desde que me conheço por gente, consegui pôr a estrela direita. Ela tomba para a frente, ela tomba para um dos lados, ela tomba, apenas. Uma vez colei uma mola da roupa na estrela e ela tombou na mesma, mais a mola. Quando consigo pô-la mais ou menos direita, há qualquer fenómeno que a faz tombar. Não sei se são sismos. Sismos que acometem as minhas árvores desde a infância, sempre ao nível da estrela. Isto pode ser um trauma ou um TOC que eu tenho.

Tirada num raro momento. Se lá for espreitar agora, já ela está como o pai natal e o Horatio Caine.

A imbuir-me do espírito, mas prenhe de dúvidas # 1

Por que é que o meu pai natal me lembra tanto o Horatio Caine? Há qualquer coisa na cervical dos dois... então quando lhe aperto o pezinho esquerdo e ele canta jingle bells a abanar a cabecita torta, é tal e qual um yééééééééééahhh!


Ele há coisas...

A pessoa vê esta tabuleta e canta mentalmente "As meninas de Odivelas, as meninas de Odivelas..."


Algo que diz que tenho a palavra "rica" escrita na testa. Ou "otária"

Ligou-me a dizer que tinha um trabalho para me dar. Ai que bom, pese embora eu saiba que ela me pede sempre que lhe faça preço para amigos. Nem sei bem o que pensar do conceito, uma vez que esta pessoa surgiu na minha vida por ser irmã de uma conhecida. Não estou em fase de poder recusar trabalho, mas aceitar ao preço que ela me pede é irem-me ao cu e não me pagarem, essa expressão popular tão agradável ao ouvido. Mas digo-lhe que sim. Entre pouco e nada, para esta semana temos o pouco.

Surge-me de namorado novo (vulgo recente, o senhor tinha muito cabelo, mas todo branco), carro bom, cabelinho pintado há pouco, roupa bonita, boa maquilhagem. E começa a beca: que está numa situação muito difícil, que vai ter que mudar de casa por três ou quatro meses (wtf?), que não está a aguentar financeiramente, que, a este ritmo, se vai estoirar em breve (sic). Só faltou estender-me o saco de plástico para ajudar a freguesia de Famões. Ou os animais abandonados. Eu já quase derretida de dó natalício. E a beca continuou, com outro assunto, na mesma direcção: que ainda me vai pedir os meus serviços noutra área [que eu também abarco, por ser uma polivalente da vida], porque tem que resolver a vida dela, só que tem que ser um serviço não pago (o termo usado não foi este, mas eu prefiro escrever este porque vocês são uns espertalhudos e ainda me topam). E eu ali, especada, no meio da rua, já quase dobrada de tanta caridade humana, só à espera que ela me pedisse dinheiro para as fraldas da associação de ajuda aos aflitos do bairro dela e fosse a correr gastá-lo no hidratante da Lancôme que tantas maravilhas faz à minha cútis e tanto mal faz ao meu invejavelmente magro orçamento. 

A voltar para casa, no elevador, já a decisão tomada de lhe oferecer - dado! - o trabalho que ela me tinha vindo entregar, à medida que o elevador subia, assim me possuía a besta que se anda a apoderar de mim, contra tudo o que é pedincheira descarada e sem noção que, aproveitando-se do espírito da época, seja lá o que isso for, nos crava até as beatas e o cotão dos bolsos. Faço-lhe o trabalho, faço, mas não cobro preço para amigos a quem não é meu amigo. Perco uma cliente? Hã? 

15/12/2013

L'enfer c'est moi

Hoje consegui meter-me no Colombo porque fui para lá ainda não eram 11 da madrugada. É por situações como as várias que lá vivi hoje que me questiono muitas vezes se sempre quero ir parar ao inferno, em vez da pasmaceira do céu. Aterrorisa-me a ideia de levar com os anjinhos e as harpas, o dia todo a flutuar entre brancos e azuis-bebé, a ser boazinha, a falar candidamente, a apreciar com sentido fervor as asas dos outros e nunca mais ver um bom par de pernas ou de braços sem ter logo um pensamento pecaminoso. Sempre achei que lá em baixo é que é a farra, o calor, a risota, a desbunda, a festa. Mas hoje pensei duas vezes que, se o Hades for assim como o Colombo a nove dias do Natal, venham de lá os anjecos e que se lixe o vinho tinto, que eu devo quinar já cheia de caruncho e não devo estar propriamente para aturar o deboche diabólico. Pode ser que haja uma sub-cave para os indecisos, ou assim. 

Bom, saía eu do Tous R Us, loja cujo nome, já de si, me irrita. "Toys are us"? Ou "We are Toys"? É só estúpido. E saía eu completamente a fritar, porque lá dentro vivi na primeira pessoa uma cena épica derivado de a menina da caixa não ser capaz de perceber que dois brinquedos iguais têm, necessariamente, o mesmo preço, o que levou cerca de 15 minutos a explicar-lhe, envolveu mais duas colegas e, ainda assim, não a deixou convencida. Chego ao balcão para roubar papel de embrulho, e digo muito bem roubar, porque uma coisa é a pessoa tirar o papel que precisa para embrulhar as prendas que ali leva, outra coisa é o que eu e 99% das pessoas fazemos, que é tirar quantidade suficiente para forrar a casa toda, e então, estou a enrolar o papel naquela arte um bocado paneleira que se inventou há uns anos para cá, que é a de fazer um rolinho saído do rolo, e está ao meu lado, a embrulhar coisas, uma pessoa que me começa na beca-beca da pedincheira nataleira e eu passo-me. Pelo que percebi em décimos de segundo, era voluntária numa associação de ajuda a tudo - sem-abrigo, pobres, crianças desvalidas, mulheres sovadas, cães sarnentos, eu sei lá, aquilo dava para todos os gostos. Foi o momento em que um bom quarteirão do Colombo, desde, pelo menos, a Tous até quase, vá lá, à Calzedonia, ouviu um grito que terminava na palavra Famões. A voz elevou-se-me à medida que proferia a frase, e a palavra Famões já foi dita num urro, com esta vozinha que é quase um contralto dramatique que o Hades há-de(s) apreciar.

- Sabe para o que é que me pediram ontem? Para a freguesia de FAMÕES!

É isso aí...

Vi a reportagem acerca do assassinato da Alexandra Neno e do Diogo Ferreira. Não sei o que é que queria perceber, que não percebi na mesma. Mas a irmã dela disse uma frase que me atravessou o coração:

- O amor não vai com a morte. Fica aí, no ar...

14/12/2013

Assim não consigo imbuir-me do espírito

Hoje resolvi fazer compras de Natal. No caminho para o Colombo fiz a chamada fuga em frente - por causa das bichas - e fui parar ao Continente. À entrada estavam umas pessoas a distribuir sacos de plástico para ajudar as pessoas necessitadas da freguesia de Famões. Eu aceitei o saco porque sou cobarde e bem-educada, uma vez que no meu interior uma varina gritava: "Vai mas é para o c****** que te f*** e mais Famões, que eu nem sei onde c****** fica no mapa". Deitei o saco fora na primeira oportunidade, que foi logo ali onde ficam os carrinhos e os cestos. Depois fui para o Pingo Doce e à entrada estavam as voluntárias dos animais abandonados, de olho colado em mim, mas eu fintei-as no momento em que elas saíram do seu posto para se aproximarem, tendo-me, propositadamente, confundido com a multidão e as baralhado. No trânsito estão os peditórios para os antigos combatentes (pois. Isso), feitos por uns senhores muito sujos, a cheirar a álcool etílico e cujo discurso é mais ou menos incoerente. E qual é a probabilidade de se acercarem do vidro do meu carro e se demorarem mais uns cerca de 10 a 15 segundos do que se demoram nos outros carros, qual é? Acertasteis! São 100%! Aos outros, acercam-se, chagam e piram-se ao primeiro não. A mim, acercam-se, chagam, eu dou o primeiro não, e ficam, a chagar até a puta do sinal abrir o verde. Qual é o truque dos outros automobilistas? O que é que dizem? Se calhar também os mandam logo para o c******* que os f***. Não sei por que tenho que ser assim, cobarde e bem-educada. Por fora.

13/12/2013

12/12/2013

Karmen is a bitch

que é como diz uma das gajas. Recusa veementemente que o Karma seja masculino. Karmen.

Estou ao telefone com o Primo, que me ligou a dar Boas Festas. Enfim, é cedo, mas o Primo queria ligar-me. Digo-lhe que ele me dá sorte porque, cada vez que falo no chat com ele, aparece-me um trabalho novo.

Estrondo do lado de lá.

Espera, Prima, bateram-me no carro, já te ligo.

Primo, tás c'a Karmen, escuta o que eu te digo. 

08/12/2013

As imagens falam por si (e por mim)


Verniz Springfield, Rubi, em duas camadas + topcoat de uma marca que não me lembra o nome, mas também ninguém me paga para dizer isto, senão era certinho que chibava aqui tudo e até lhe rasgava elogios. Mas sim, resistiu a tudo, água a borbulhar incluída, e continua inteiro.

Quando tens uma mazela, tudo vai parar a ela - Ditado # 11

Hoje estou para aqui virada. Os ditados populares acompanham-me como pragas em rima. Mas o meu dedo indicador esquerdo é a prova em como não se pode ter uma feridinha mísera num dedo, que tudo lá vai bater e fazer mais feridas ou agravar aquela. 

Na terça-feira fiz um golpe no dedo agora em análise, numa pasta de plástico. Nada de grave. Na quarta-feira fui dar sangue e, para que a médica me medisse a hemoglobina, picou-me a ponta do dedo, mas, desta vez, deixou-me uma pequena nódoa negra. Na quinta-feira estava a cozinhar massa e meti o mesmo dedo na água a ferver, não sei bem porquê. Sexta e ontem dei-lhe descanso, mas hoje já lhe fiz um pequeno paper cut, de modos que estou a pensar amputá-lo logo à noite, antes que o electrocute e a corrente se me pegue ao corpo todo ou se me descole a unha. Ou assim.

Quem não tem dinheiro, não tem vícios - Ditado # 10

Ou, como diriam os ingleses, "No money, no funny".

Isto é um conselho, pelo que vale o que vale. E também imagino que vós, que sois jovens e avisados, já sabeis tudo sobre esta vida e não achareis aqui ensinamento. Mas não resisto a transmitir, à mesma, mais uma experiência de vida minha: quando tiverem um cliente que vos foi arranjado por um amigo, negoceiem directamente com o cliente desde o início e pontapé no cu do amigo - nem que ele seja o vosso BFF - logo que o primeiro contacto entre vocês e o cliente se estabeleça. Caso contrário, o cliente não se sente na obrigação de vos pagar - ou sente menos -, mas sente-se no direito de vos cobrar trabalho. E o amigo corrobora as palavras do cliente que arranjou, dando margem para que não haja pagamento, ou que ele se atrase ad infinitum, e ainda se sente no direito de vos dar uma lição de economia, ou coisa que o valha. Complicado? Então, vejamos com um exemplo, na prática:

Imaginemos que tive um cliente que era um município. Não vou dizer que era uma Câmara Municipal, porque é chato. Também não vou dizer de onde, porque isso então é mesmo de porca, e eu sou apenas Porca. Na adjudicação do trabalho, mil exigências: um prazo espartano, um preço sem margem, factura, o diabo a sete. Trabalho feito e entregue, pagamento sem data, ai o município está falido, ai as eleições, ai o staff mudou, ai. Promessa vaga (adiamento...) de pagamento até final de Novembro, um mês e meio depois da conclusão do trabalho. E eis que Novembro acabou. E nada de pagamento. Cortezmente, dirigi-me, em primeiro lugar, ao intermediário amigo que me pusera em contacto com o freguês municipal. Que teve o azar de me responder: "Estás fora da realidade! Anda todo o país assim!". Querido, hã? Quem precisa de inimigos? Comeu com este recado, para além, é claro, de ter falado directamente para a Câmara e ter resolvido o meu assunto em menos de dois minutos: "Não estou, não. Escusas de avançar com esse tipo de argumento. Fora da realidade está quem ainda não se adaptou aos novos tempos, à vida com menos. Fora da realidade está quem não fez o reajuste e continua a viver da mesma maneira com menos dinheiro".

07/12/2013

Eu sabia que, no fundo, um dia, as minhas pernas iam aparecer no Correio da Manhã. E a coisa deu-se esta semana.

Só não sabia que não era nos mortos assassinados. Sabia apenas que não era nos anúncios das massagistas, lá no meio dos regos.

Como a esquerda é mais bonita que a direita, ponho só aqui a esquerda. E calçados, estão os sapatinhos bought in Massamá. Um bocado foleiros, mas, para o CM, estão fixes.


Rockin Santa

O Natal também pode ser pop rock do bom.

05/12/2013

Nesta noite branca

Há uma sopeira em mim, que baixa no Natal. Uma roqueira também, mas essa fica para outras núpcias. Quando devia cantar mentalmente em repeat o "Last Christmas", que se tornou obrigatório ainda eu era tão verde - portanto, aos anos que isso foi - não.

Geralmente, passo a quadra a cantarolar isto:


O Natal é muito erótico.

04/12/2013

Desilusão quase amorosa

Nem sei como é que hei-de começar este post sem que, ao contar a minha pequena história de hoje, pareça que sou uma invejosa, uma stalker ou uma pobre de espírito. Mas pronto, vamos partir do pressuposto que sou uma das três coisas, ou todas muito. 

Quase todos os blogs que sigo são de pessoas mais ou menos anónimas, tal como este meu buraco. Digo mais ou menos, porque há quem vá pondo umas fotografias de perfil, na penumbra, de lado, de costas, etc., de maneira que se vai conhecendo a pessoa, o tipo físico, a idade, enfim. Mesmo as que são muito anónimas, por uma razão ou por outra, tem sido fácil conhecer-lhes a cara, através de coincidências várias, como seja, por exemplo, a grande ingenuidade que é porem-se como seguidores do próprio blog com o seu perfil verdadeiro, aquele que serve para o trabalho e os amigos. Ou, com esse perfil, deixarem comentários nos blogs dos amigos. Já aconteceu conhecer a identidade de uma blogger que teve a distracção de colar um post de outra blogger, comentando-o, e bastou ir ao facebook desse blog para ver quem é que fazia aquele tipo de comentários àquela pessoa - e lá estava, escarrapachado o nome e a cara que, no blog, só aparece em iniciais. Curiosamente, a mesma pessoa que comentou de forma tão mordaz um post, é das que vai para o facebook do blog criticado tecer elogios à autora dele. Estranhas, as gajas. Depois há quem mostre a cara ao fim de um tempo de anonimato e a coisa corre bem. Já conheci assim uma blogger, já outra me mandou uma foto de rosto sem eu lhe ter pedido - mas porque, de alguma maneira, sabia que eu me mordo de curiosidade - mas hoje deu-se a tragédia. E foi tão inesperada, tão indesejada quanto isto: andava eu na leitura de um blog dos "meus", quando reparei na foto de perfil de uma seguidora, mesmo ao lado da minha. Aquilo chamou-me a atenção porque me era "familiar". Cliquei em cima e fui ver os blogs daquela pessoa. Digo bem - os blogs. Vou exagerar, como sempre, mas apetece-me: são milhares de blogs, todos à volta do mesmo tema, mas tudo me dizia que ela era a tal, autora de um blog que eu sigo há anos. Queiramos ou não, há um cunho pessoal em tudo o que se escreve. Até o local das vírgulas nos denuncia. Mas o pior foi ter visto os N filmes no youtube que a pessoa em causa já postou. Filmes educativos - a sério! - em que aparece de frente, às claras, a falar para nós... e é de uma antipatia cortante. Nem vale a pena maior descrição: não é bonita, nem isso é relevante, tem uma dicção péssima, para quem fala para "as massas" mas, sobretudo, é tão antipática, transmite uma frieza e uma agressividade quando fala que, pá, adeus, nunca mais leio o blog de que tanto gostava com a mesma isenção. 

O anonimato, afinal, é uma boa protecção. Estou tão triste.

02/12/2013

Quando eu ganhar o Euromilhões # 4

Repare-se no quão próximo eu já estou: o meu boletim da passada sexta-feira devia ter sido premiado com um número e uma estrela. A chave era esta: 


O meu boletim era este:

(eu sei que está desfocada, mas caguê. Faz de conta que são vocês que precisam de óculos. O importante é acompanharem este raciocínio)

E o que é que estas duas série de números têm a ver uma com a outra? O sete. O 7 da vitória. O 7 nos números e o 7 nas estrelas - em ambas as séries. Isto só pode ser um sinal. Já sei 1/7 dos números que me vão sair. Nunca estive tão próximo.

E tenho tantos planos, será que demora muito?

01/12/2013

A minha dieta dos 31 - Dia 9

* 8:00 - Um pão de forno com queijo; um iogurte; um café.

* 11:00 - Um café.

* 13:30 - Sushi.

* 17:00 - 2 bolachas de linhaça (não, não estou de dieta de emagrecimento. Mas gosto genuinamente de coisas que é suposto serem de dieta).

* 19:00 - Avelãs (15 gr, para aí).

* 21:00 - A minha massa de salmão, que sobrou de ontem; bróculos; beterraba; uma tangera.

Resumo do dia: Hoje portei-me tão bem que amanhã devia fazer o dia da asneira e passar o dia todo a KitKat. E cajus. E amendoins com mel. E chocolate branco (pode ser o Ritter Sport, com avelãs). E bolachas Galak. E a minha mousse de manga. E a minha mousse de chocolate (também pode ser a do Honorato). E latas e latas, ou bisnagas, de leite condensado. E tarte de amêndoas, feita com leite condensado. E pipocas (doces e salgadas, marcha tudo). E queijos (todos!). E leitão da Mealhada (mas tem que ser do Pedro dos Leitões), com aquelas batatas fritas. Ah, e por falar nisso: e pacotes a perder de vista de batatas fritas Titi ou Saloinha. E migas de espargos. Migas de tomate. Migas de bacalhau. Migas gatas. E gelado do Santini - de manga, de brigadeiro e de pistachio. Por falar nisso, quilos de pistachios. E gomas, daquelas ácidas. E daqueles chocolates Rafaello (logo eu, que digo que não gosto de côco e depois como tudo o que leva côco). E m&m de amendoim. E aguentar tudo no estômago sem um ai. O pleno. A lócura.

30/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 8

* 8:00 - Pão com cereais e queijo; meio copo de iogurte líquido (acabou a garrafa e não comprei mais); um café.

* 9:30 - 25 minutos de elíptica; 24 + 24 + 24 + 24 abdominais; alongamentos.

* 11:00 - Um café.

* 13:30 - Massa com salmão, receita do blog da Maçã de Eva, à qual só acrescento delícias do mar; beterraba; um diospiro.
Este é o meu, também fica giro. E bom...
E sim, a fotografia podia ter apanhado o prato inteiro. Mas não calhou.

* 17:00 - Um chá de frutos vermelhos; um pedacinho minúsculo de bolo (4 x 3 cm...); um húngaro.

* 21:00 - Frango da Guia; batatas fritas; salada de alface.

Resumo do dia: Sou extremamente boring, gastronomicamente falando. 

Dúvidas que me assaltam à mão armada com alguma frequência

Serei a única mulher do mundo que, quando veste camiseiros de mangas compridas (tipo camisa de homem) o sutiã me salta por todos os lados? São as alças que saem dos ombros, ora uma, ora outra, são as copas que se deslocam e deixam a mama, ora uma, ora outra, sem capacete, ora se desabotoa, espontaneamente, o próprio sutiã!? É de passar o dia a meter as mãos pelo decote a repuxar as partes da coisa, a tentar colocar tudo no seu devido lugar, o que chega a ser algo constrangedor - mais para quem assiste do que para mim. Que coisa, terei alguma deformação que provoca isto? 

29/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 7

Hoje comi desalmadamente.

* 7:00 - Pão de forno com queijo; um copo de iogurte; um café.

* 11:00 - Um café.

* 12:00 - Duas bolachas de amendoins - acabei o pacote. Fui-me a ele e fiquei toda negra.

* 14:00 - Frango assado; arroz; alface; beterraba; meia maçã.

* 17:30 - Um pão de cereais com queijo; um chá de frutos vermelhos.

* 21:00 - Fettuccine verde à bolonhesa (no La Campania, pois); cerveja; tiramisu (pequeníssimo!).

Resumo do dia: Não fora esta genética de ouro e amanhã passava o dia a pão e laranjas. Ou a copos de água.

Don't smile to strangers

Vai haver um dia em que eu vou conseguir o meio-termo óptimo entre ser a antipática de serviço e a chateada porque já alguém abusou da minha confiança. Ou seja: eu sou simpática, naturalmente simpática, excessivamente simpática. Arreganho a taxa a toda a gente, sou incapaz de dar bons dias sem um sorriso, não sou mulher de não sorrir a uma simpatia, digo coisas agradáveis e jamais atiro a primeira pedra. Jamais. Quando respondo de forma brusca, é porque alguém já me pisou os calos. Mas todos os calos, não tenho cá calo de estimação. Eu preciso mesmo que me pisem o do mindinho, depois o do anelar, depois o do médio, e assim sucessivamente. Ou, se preferirem, podem começar pelo dedão. Só quando já me pisaram todos e eu denoto que, eventualmente, vão começar a segunda rodada, é que sai coice. E sou estúpida de todo, porque aguento tanto as pisadinhas, uma a uma, de tal modo que, quando me chego a indignar, já vou tão farta para a guerra que só me saem brutoidades. Também (ainda) não sou bem uma ameba proteus, porque sou capaz de me revoltar logo à primeira se me apercebo que não haverá segundo round, como outro dia na Primark, em que o engravatadinho das camisas me disse que não trabalhava ali. A probabilidade de o voltar a encontrar é tão ínfima, designadamente porque, ainda que lá trabalhe, da próxima que eu lá for, ele, efectivamente, já não trabalhará lá, que me deu logo ali para responder torto, à cobarde. Mas a regra é aturar desaforos dia após dia, ano após ano, até ao dia em que impludo, depois expludo e sai merda em todas as direcções. Na verdade, detesto ser tão querida. Há quem confunda isso com falta de carácter, ou então - pior, genitias! - com falta de inteligência. Não, cães, é a minha forma de me dar bem no vosso planeta de hipócritas, ou a minha pequena hipocrisia. Mas também porque gosto genuinamente das pessoas. Gosto de as tratar bem, e gosto de ser bem tratada. Já me chamaram miss simpatia, submissa, já me acusaram de dar demasiada confiança às pessoas e depois me arrepender. É que não. Eu não me arrependo nunca, e de nada. Gosto de pessoas, trato-as bem, se me tratam mal, saio de cena e tchau, foi bom para mim, foi bom enquanto durou, mas agora eu quero mais é ser feliz e tipo longe. Não sou de outra maneira, nem sei ser e, agora que vou para velha, não vou aprender - mesmo. Agora, há limites para isto. Eu às vezes pareço a Barbie no filme do Toy Story, naquela cena em que já lhe dói a cara de tanto sorrir. Só me falta ser loira.


Ontem saí do carro e dirigi-me ao parquímetro que estava mesmo ao pé. Ouvi uma voz, vinda do prédio em frente do parquímetro, de um homem que me disse que aquele parquímetro estava avariado. Agradeci e já ia a caminhar para o seguinte, vai ele e insiste na abordagem: "Há ali outro, ao fundo". Voltei a agradecer - porque eu sabia e até já ia a caminho, meu melga - e devo ter sorrido. Isso já deu ao homenzinho o direito de dizer uma anormalidade qualquer acerca do meu corpo. Eu ia de sobretudo. Era praticamente uma burka. Eu só sorri. Não me despi toda nem lhe ordenei que me possuísse logo ali, naquele passeio cheio de cocó de cão. Também já experimentei outro tipo de abordagem, que é a de usar a cara fechada e o ar sombrio, não responder a nada, não ser bem educada. Mas, para este tipo de pessoas, essa atitude dá logo oportunidade a uma deixa à Ribeirinho e Vasco Santana: "Então adeus, ó antipática!". PQosPaT.

28/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 6

Estou farta desta rubrica. Já sei onde erro, todos os dias, sem excepção. Mas até acho que como tão pouco (ou serei um secret eater?), tão poucas vezes por dia, que posso dar-me ao luxo de comer porcariazinhas. Diz o meu diabo para o meu anjo alado. 

E tenho sono. Não me apetece escrever. Ainda assim, faço um esforço homérico:

Hoje comi:

* 7:00 - Pão de forma sem côdea com queijo; um copo de iogurte líquido (sim, a quem se deu à pachorra de ler estes menus, eu ando há meses ou anos a comer a mesma porra ao pequeno-almoço. E não enjoo porque estou tão adormecida quando o tomo, que é completamente indiferente); um café.

* 10:15 - Um café.

* 11:00 - Fui fazer drenagem linfática e a minha massagista, que não quer que me falte nada, deu-me uma enorme fatia de panetone, que eu devorei enquanto ela me massajava. Faz sentido, é quase como comer e cagar ao mesmo tempo.

* 14:00 - Carne picada com esparguete de queijo; salada de alface; um diospiro.

* 18:00 - 500 gr de iogurte; uma bolacha de amendoins. Parece que o fdp do pacote cresce, em vez de diminuir.

* 21:00 - Um hambúrguer em bolo caco, com alface e tomate; algumas, poucas, batatas fritas; uma tangera.

Resumo do dia: Hoje comi pouca relva. 

27/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 5

* 7:00 - Duas fatias de pão de forno com queijo; um copo de iogurte líquido; um café.

* 9:30 - Por motivos aos quais não sou nada alheia, às 4.ªs feiras tomo sempre dois pequenos almoços, o segundo na Padaria Portuguesa. Eu não gosto da padaria portuguesa, mas a companhia que lá me leva vale a pena - Um galão; um pastel de nata; um café.

* 13:00 - Sabe-se lá porquê, quanto mais como, mais fome tenho - duas bolachas de amendoins.

* 14:00 - Esparguete com atum que sobrou de anteontem; salada de alface; tangera.

* 18:00 - 4 bolachas de amendoins. O que vale é que a puta do pacote já passou de meio. Se ele não existisse, eu quase não tinha problemas.

* 21:00 - Um hamburguer de atum; massa de lacinhos; um arbusto de bróculos.

Resumo do dia: Não fora a mania de fazer orgias de coisas boas, e a Gisele Bundchen bem podia meter os papeis para a reforma.

Primark, love you, hate you

Eu tinha jurado nunca na minha vida pôr os pés na Primark e, já agora, também não punha o resto. A experiência com a do Dolce Vita era péssima. Multidões. Trapos pelo ar. Coisas pelo chão. Filas gigantescas para as caixas. Vários gatunos a quererem a minha mala. Eu paranóica.

Depois abriu a do Colombo e passei a ir. As montras chamam uma pessoa lá para dentro. Os preços gritam Isto nem paga o material!, e uma pessoa vai. Lá dentro, confirma-se que o Martim Moniz caiu ali em peso. Acredito que muitos artigos são mais baratos para as china lojecas e para as feiras do que nos armazéns. É tudo estúpida e demasiadamente barato. Mantas polares do mais macio que há a 6 euros. Conjuntos de 2 sutiãs giríssimos a 7 euros (sim, 3,5 cada um). Tudo dado.

Os empregados são recrutados pela simpatia. Só pode. A forma afável com que nos atendem, nem que façamos a pergunta mais abstrôncia do mundo (tipo as minhas "Esta saia é azul ou preta?").

Perto do meio-dia, começam as enchentes. A essa hora, começa a cheirar a coisas humanas. Também a peidos. As pessoas peidam-se muito, lá dentro. É por isso que eu só lá vou antes do meio-dia.

Eu hoje vivi um filme de David Lynch lá dentro, só mesmo para confirmar a regra de que toda a regra tem excepção. Fui lá à procura de umas luvas que têm na ponta dos dedos indicador e polegar uma coisa qualquer que permite mexer no touch screen sem ter que tirar a luva. Queria para rapariga e para rapaz. Fui à parte de senhora, a funcionária acompanhou-me ao sítio onde estavam as luvas e eu aviei-me de um par. (1,5 euros). Perguntei-lhe pelas de rapaz e ela, por motivos que me escapam, percebeu que "rapaz" é homem jovem, não menino pequenino, e indicou-me a zona de homem. Mais ninguém ali dentro percebeu que eram luvas para jovem moçoilo o que eu procurava. Senão vejamos: dirijo-me à zona de homem, acerco-me de um homenzinho de calças e gravata pretas, camisa branca, que estava a dobrar camisas. Pergunto-lhe pelas luvas e o homenzinho responde-me: "Eu não trabalho aqui!". Primeiro choque. "Ai não? Então é só embaixador da boa vontade?" e rodo os calcanhares na direcção de uma menina vestida de preto. Pergunto-lhe pelas luvas e ela entra em pânico. Segundo choque. Sai a correr à minha frente, a dizer "Isso não é comigo!" e dirige-se a um grupo de três ou quatro colegas que estão ali a conversar animadamente (rubrica a inaugurar neste meu buraco - "Só a mim não me saem empregos assim"). Pergunta-lhes pelas luvas, uma delas era igualzinha a uma drag queen e disse para outra: "Luvas cor-de-rosa, temos?". Terceiro choque. "Olhe, eu disse cor-de-rosa alguma vez neste texto todo?". E diz-me a drag: "Luvas para rapaz é ali ao fundo", a apontar para a zona de rapazinho. Quarto choque. Não sei como não explodi e as minhas tripas não se projectaram em todas as direcções. Em vez disso, rodei outra vez os calcanhares e disse a verdade, como sempre: "Já percebi que não é com nenhuma de vocês que eu me consigo aviar hoje". Então fui direita ao expositor das meias, numa de razão lógica, pés-mãos, e encontrei as luvas. Dois euros. E, como sou muita vingativa, tirei uma fotografia aos slipinhos que estavam mesmo ali ao pé - na zona de homem. Os da esquerda brilham como ouro. Os da direita são para brincar aos pais natais. Brutas.




26/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 4

* 7:00 - Um pão de cereais com queijo; um copo de iogurte líquido; um café.

* 8:00 - 40 alteres de 5 kg + 5 kg; 64 abdominais; alongamentos.

* 10:30 - Um café.

* 14:00 - Uma baguete de delícias do mar; um nectar de manga-laranja;

* 17:00 - Três bolachas de amendoins; 500 gr de iogurte.

* 21:30 - Bifinhos com cogumelos (os meus, ah, pecado!), arroz frito (o meu, ah, delícia!), as batatas fritas que eu inventei e já deviam estar num altar desta cidade com uma etiqueta "Batatas Linda Porca"; salada de alface.

Resumo do dia: Fruta, nada. Ando numa fase (há 24 horas) em que me enerva comer fruta gelada e não posso tê-la fora do frigorífico e esqueço-me de a tirar antes de começar a refeição e é esta desgraça.

25/11/2013

Grande verdade, que devia ser levada ao pé da letra em mais ocasiões do que só a de comer com as mãos

Na casa-de-banho do Honorato.


Fotografia tirada por uma das minhas boas companhias ao antro dos hamburgueres.

A minha dieta dos 31 - dia 3

* 7:00 - Um pão de cereais com queijo e um copo de iogurte líquido; um café.

* 10:00 - Um café.

* 14:00 - Pão alentejano; queijo de Nisa; secretos de porco preto; migas de espargos; batatas fritas; laranja; Sumol de ananás (Na verdade, devia pôr esta refeição toda a letras mínimas, só a laranja é que se safava).

É que hoje fui ao Alentejo, e lá só consigo comer secretos e plumas. Pode ser ao pequeno-almoço e ao lanche também. Hoje calhou ao almoço porque era hora de almoço. O Alentejo está assim:


* 18:00 - Uma tangera; um copo de chá de frutos vermelhos (outra tara do momento).

* 21:00 - Bola de atum com chouriço e azeitonas (oferta da festa de aniversário da filha de uma das minhas pretas); bróculos à grande; uma tangera.

Resumo do dia: Ainda bem que não vivo no Alentejo. Transformar-me-ia rapidamente numa Linda Porca Preta.

24/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 2

* 8:00 - Duas fatias de pão de forma sem côdea com uma fatia de queijo; um copo de iogurte líquido; um café.

* 11:00 - Um café.

* 13:30 - Um hamburguer do Honorato, com batatas fritas, tudo à doida, regadinho a imperial (mínima!). Rematei com uma mousse de chocolate daquelas de uma pessoa chorar. Eu acho sempre que a boa comida merece lágrimas, não palmas nem elogios. O segredo está no pó com que a tapam, que mais não é do que caramelo picado na 1-2-3. Caramelo, mesmo, aqueles cubos rijos de Badajoz. E também menos claras de ovo e mais margarina. Muito espessa, muito... buáááááá!


Quanto ao Honorato - Muito rápidos a arranjar mesa, apesar de ser domingo (a sala da Rua de Santa Marta é enorme); muito rápidos a atender; muito rápidos a servir; empregados bonitos e simpáticos (sem excesso de intimidade), serviço despretensioso (ninguém ali tem salamaleques de curso de hotelaria, mas sabem servir à mesa). Hamburgueres deliciosos para quem gosta, como eu, de carne de vaca, vaca-vaca, sem misturas de porco ou soja, torrada por fora, a saber à grelha, quase crua por dentro, a ensopar o pão. 

* 18:26 - Não tenho fome. É possível que coma um pote de iogurte, coisa para 500 gr, antes de ir a uma reunião de histéricos daqueles que acham que ao domingo à noite é que se resolvem semanas de inactividade. 



Descobri isto há pouco, ando agarrada e a segurar-me para só comer um por dia. Uma pessoa olha para o pote, lê 500 gr e pensa: "Hah, dá para dois dias". Pensa mal, aquilo vai tudo de uma vez. Eu já não tinha problemas que me chegassem.







* 21:00 - Janto a minha super-hiper-mega receita de atum com esparguete e quilos de orégãos. Com bróculos cozidos até transbordar do prato. 

Resumo do dia: Não perdi um grama; não ganhei um grama. Não sei qual dos dois objectivos pretendo atingir.



23/11/2013

A minha dieta dos 31 - dia 1 (actualisadíssimo)

É hoje que começa o meu 31.

Não vou comer menos nem seguir a dieta dos 31 dias, por razões que já expliquei aqui.

Vou apenas registar o que como, ao longo de um dia inteiro, durante 31 dias, até perceber o que é que está mal. Se é que está alguma coisa mal, uma vez que eu não engordo.

São 13:29 e eu comi, até agora:

* 8:00 - Duas fatias de pão de forma sem côdea com uma fatia de queijo; um copo de iogurte líquido; um café.

* 9:00 - 25 minutos elíptica; 24 + 16 + 16 abdominais; alongamentos.

* 10:00 - Um café.

* 14:00 - Um hamburguer de feijão - Bean burguer, do Burguer King. Estou viciada há meses. Aquilo forra-me o estômago para o dia todo, mas é amor; um copo de Sprite (um erro); batatas fritas (poucas, mas erro na mesma); uma tangera.

(Actualização)

* 19:00 - Um KitKat (um erro).

* 21:00 - Vou jantar um bacalhau com natas que fiz e sobrou de ontem, tão delicioso que só me apetece chorar antecipadamente de prazer. Com salada de alface. Com uma peça de fruta, provavelmente, outra tangera. Acabei com as romãs ontem, com os diospiros anteontem e não gosto muito de maçãs e pêras.

Resumo do dia: Eu sou mais barata de alimentar que um burro a pão de ló.

O Google + é pior que o facebook das pitas

Que cena é esta de qualquer pessoa poder adicionar-nos no Google + e depois termos que levar com as coisas que essa pessoa adiciona e partilha connosco? Eu tenho um Andrea não sei das quantas, que deve ter engraçado com o nome Linda Porca (eu também, mas não me adiciono) e agora levo com as partilhas dele.

Sarava, meu irmão.

19/11/2013

Ronaldo e o canário

Está bem, Beto. Desta vez concordamos. Canário, tá?


Vídeo enviado por um querido.

WTF is happening with this generation?

A liga-me a dizer mal de B e de C. Que B é uma falsa e fez tudo para me lixar (assim). Que C é uma cabra, uma invejosa e uma merda (tal e qual isto).

Logo de seguida, o karma a testar a minha paciência?, B liga-me a dizer mal de A e de C. Que A é uma peixeira e mal resolvida. Que C deve ter algum rabo preso, por aguentar os desaforos de A.

Depois fiquei à espera que C me ligasse a dizer mal de A e de B. Ou de si mesma – que é uma cabra, uma invejosa, uma merda e que deve ter algum rabo preso, por aguentar os desaforos de A.

Senti-me de novo com 14 anos, horas ao telefone, e sim, já a psiquiatra de serviço, a confessora forçada, a correspondente feminina de Jó (ou Job, como preferirem. O gajo da paciência). Um lifting inesperado, no fundo.


Disclaimer: A tem 30 anos e B tem 34 anos. Não estamos a falar de meninas da escola.  

Eu tenho problemas com médicos # 11

Não sei se sou eu ou se são eles, mas nunca reina a calma quando me encontro num gabinete médico. 

Fui acompanhar uma das gajas ao dentista. Pronto, outra especialidade que só frequento uma vez por ano para ouvir "Volte cá para o ano" ou para fazer companhia a alguém. Por outro qualquer motivo, esta cruel boa genética não me leva lá. 

Era a primeira consulta dela com aquele dentista. Vai daí, explicou-lhe que já tinha usado aparelho, embora esteja na mira de ter que usar outra vez. A consulta desenrolou-se normalmente e, no fim, quando ele estava a completar a ficha dela, virou-se para mim e perguntou: "Que idade tinha quando fez o tratamento ortodôntico?"

Eu não sei que espécie de bloqueio tive, quando respondi: 

- Eu?

...

...

...

É que nem sei o que escrever aqui.

...

...

E ele respondeu, seríssimo: "Não, não. A [disse o nome dela]."

Portanto, ele equacionou a hipótese de me estar a perguntar que idade EU tinha quando ELA usou o aparelho. Pior, ele equacionou a hipótese de eu responder a semelhante artoada.

Fiquei tão aflita. Acho que me apeteceu vomitar. Até perguntei à empregada se ela me tinha ouvido dizer "Eu?", ou se eu tinha tido um pesadelo. Ela confirmou e começou a rir-se desalmadamente. Eu ri-me dos nervos. O médico, coitado, riu-se porque ouviu rir e chorar era um bocado fora de contexto.

Quando eu ganhar o Euromilhões # 3 – Obsessive compulsive cleaners

Preciso de um tarado das limpezas para me lavar o lar. Desses do TLC, que têm um transtorno obsessivo compulsivo e limpam até tudo estar um nojo de tão brilhante. Desses de uma pessoa lhe entregar um frasquinho de álcool e um macinho de algodão e dizer-lhe tão-somente "Just do it", à inglesa. Desses que nos deixam a casa num estado tal que até temos medo de nos sentarmos no sofá a ver televisão, porque os olhos sujam e a electricidade estática atrai mais pó. Eu, rica, mal o transtornado compulsivo venha com ideias de manter tudo limpo, até posso dizer-lhe: "Just shut up" ou, simplesmente, "Cala-te, pá!", porque a excêntrica vou ser eu.

17/11/2013

And that awkward moment

em que vais à conta bancária, constatas a penúria, verificas os últimos movimentos, e lá está o pagamento de um trabalho que fizeste quase de graça, de tal maneira que, quando te pagaram, nem deste por isso? A pelintrice manteve-se inalterada.

Quando eu ganhar o Euromilhões # 2 – Babyliss Pro Perfect Curl

Até mudei o título ao post anterior. Ando cheia de ideias para quando me cair El Gordo Europeu em cima. 

Os outros comprariam casas e carros. Acabariam de pagar a sua casa ou o seu carro. Por isso é que não lhes sai. Eu tenho ambições muito mais alternativas altas. Era as Hunter e este miminho, para ter o meu ondulado sempre perfeito. Cansam-me os dias em que tenho um lado mais ondulado que o outro. Em que uma madeixa alisa por obra e graça do Espírito Santo. Em que a chuva me frisa. Vi este amor a funcionar ao vivo na feira da cosmética e pensei: "Eureka!", embora cheirasse um bocado a guedelha queimada. Mas quero na mesma. Tenho que continuar a jogar.



16/11/2013

Quando eu ganhar o Euromilhões # 1 - Hunter High Heel

O mundo tem de saber que, se eu não achasse um absurdo gastar 200,00 euros numas botas de borracha... ou melhor, numas botas, eram estas as minhas Hunter:


Ou, vá, na pior das hipóteses, estas:


Há dias em que não devíamos sair de casa. Da cama.

Já com o olho na quadra, planeei ir ao Chiado com uma das gajas para lhe comprar um casaco na Blanco, com vista a colocar-lho no sapatinho. Estão a acompanhar? 

Decidimos ir de metro, dada a lonjura e a chatice que é estacionar na Baixa. Sinceramente, parece-me que tínhamos tudo tão bem planeado, não sei como é que correu tão mal.

À ida para lá, logo na primeira estação de metro, ela começou a sentir-se mal. Eu sugeri voltarmos para trás, mas ela não quis. As dores de barriga dela aumentavam à medida que nos afastávamos do ponto de partida e nos aproximávamos do ponto de chegada, sempre comigo a insistir para voltarmos para trás e com ela a insistir que melhorava... piorando. Pedi-lhe que fizesse respiração de cão e ela fez, mas piorou.

A chegada ao Chiado foi épica. Ela ia dobrada de dores e estávamos a quatro lances de escadas rolantes da pastelaria mais próxima, se não contarmos com as escadas de cimento de saída da plataforma. Só tivemos tempo de subir as escadas rolantes todas, parar na Brasileira e pedir uma água das pedras. Mas ela piorou. Fomos para a casa-de-banho, a ver se ela vomitava, mas não conseguiu e piorou mais ainda. Encontrei umas moedas no chão da casa-de-banho e, em vez de fazer o que me competia, que era segurar na cabeça dela, apanhei as moedas. Eram € 5,70 o que, nos dias que correm, não se pode desperdiçar. Levei-a para a esplanada e nada a fazia melhorar, enquanto eu começava a sentir frio e desconforto e a amaldiçoar a minha vida porque não fiz o que me disse o primeiro impulso - volta para trás. Agora estava na esplanada da Brasileira, a 30 metros da Blanco e sem poder lá ir, com frio, a acompanhar uma pessoa que só lhe faltava desmaiar no passeio, nota zero para os empregados da Brasileira, que não ofereceram qualquer espécie de ajuda. E para a funcionária que estava à entrada da casa-de-banho, a limitar as entradas, a pedir a toda a gente a mesma coisa e a ouvir de toda a gente a mesma resposta: "Só com talão de consumo", "Ninguém me deu talão nenhum". A mesma que, quando eu lhe disse: "Ela está a sentir-se mal", nem ó burro queres água. Levantasse mais vezes o cu e os € 5,70 eram dela. Azar dela. Ou azar meu?Pensava eu nisto tudo ali sentada na esplanada, o Fernando Pessoa estático e indiferente, os pombos a passar, as pessoas todas a ignorarem o nosso drama, vai a gaja e queixa-se que tem um pêlo da camisola a entrar-lhe no olho, no segundo seguinte cola-se-lhe à lente de contacto, no preciso momento em que eu faço o seguinte raciocínio: "No metro não me meto com ela neste estado, para apanhar um táxi tenho que ir levantar dinheiro e deixá-la aqui a cair para a frente sozinha, depois a saga seguinte é desencantar um táxi e voltar a deixá-la aqui sozinha, e depois dizer ao taxista que espere aí que vou ali buscar uma pessoa que não está nada bem...", vai daí ela diz-me aquela merda do pêlo na lente e eu pensei que me ia dar um stroke público, porque só me apeteceu levantar a merda da mesa pelos ares e gritar ali em bom português para aqueles estrangeiros todos das máquinas fotográficas: "Fo**-se, mas hoje tudo me acontece, cara***?". O que vale é que eu sou uma senhora, mantive a compostura e ainda me apeteceu chorar, por cima. Tirei-lhe o pêlo da lente sem lhe arrancar a lente, liguei a um dos meus SOS que nunca me falha, agarrei nela e levei-a quase em braços, o raio da blusa a largar pêlo cor-de-rosa para cima do meu casaco e da minha alma, fomos até à Rua da Misericórdia - nem de propósito -, onde apanhámos a boleia salvadora.

Moral da história? Segue sempre o teu primeiro impulso e - sem excepção! - o teu instinto. Esses nunca te falham. 

15/11/2013

De uma vez por todas

O guardanapo é à esquerda. Es-quer-da. 

Dedicado à minha cunhada. Dedicado a todas as pessoas em geral que acham que sabem pôr uma mesa. Dedicado a todas as fotos que as pitas postam - "olhem a mesa do meu aniversário que mamã querida pôs para mim!". Ensinai mamã querida que é à esquerda. Tipo comunistas, sabem? Tipo canhotos. À esquerda. Não sei se repita ou se explique porquê. 

À esquerda. 

14/11/2013

Dicionário # 1

Eu uso a função dicionário para escrever sms.

O dicionário é português.

De vez em quando, tenho surpresas. Ou porque ele admite, com as mesmas teclas, duas palavras diferentes (ex: colega e boleia, sopa e rosa, em e do), ou porque ele é estúpido e conhece palavras em sueco? holandês? islandês? e não encontra a mais básica, que eu procuro, em português.

Agora, digitar as letras de RIJA e ele escrever PILA é que nunca me tinha acontecido. Até a tecnologia básica que eu uso faz associações libidinosas. 

13/11/2013

PYORN

A pessoa vai ao multibanco e a mensagem do visor é igual a esta:


É que entra no campo do desagradável.

Chega ao computador, está placidamente a jogar um joguinho inocente (quem pode, pode, dei-me um dia de férias bem merecido, tá?), e lá vem a vaca Yaca outra vez.

Lembro que há uns meses a publicidade a esta mesma fartura mamária envolvia imagens deste calibre:


Porn. De mau gosto. XXX. Sem piada. Mau. Péssimo. Buuu. Muuu.

(é que nem entro em descrições da teta, do líquido branco na boca da tatuada e do patilhoso. É tudo hard porco. Hard cow. Animal porn. Dirty-minded zoo porn loversNão consigo adjectivar mais, tanto que até já mudei de língua)

12/11/2013

Porque há pessoas como eu

que são pelo mal, também há outras que deviam ter mais talento a inventar nomes para as empresas. Uma pessoa vê isto


e assim, de relance, lê GENITÁLIA.

Só me lembra o gajo da Rua das Portas de Santo Antão mais a papelaria MAGINA, que eu estava sempre a ver quando é que caíam as perninhas àquele M.

10/11/2013

Eu tenho problemas com tudo # 1

Quer dizer, não sabia que título pôr e saiu isto.

Eu gosto de delícias do mar. É que defeco no argumento de que aquilo é altamente industrial, e no outro, de que aquilo são restos do camarão, da gamba e de todos os primos deles, ou lá de que é que é feito. A massa de esparguete também é altamente industrial e não deixa de ser boa como o milho, comida por todos, etc. E alguém sabe como é que se faz margarina? Então chiu.

Só gostava que alguém inventasse uma ceninha que abrisse aquele plastiquinho em que eles envolvem os tubos de delícias um a um. Ou então, que deixassem de os embrulhar no plastiquinho. Já quase tive um esgotamento nervoso a descascar uma embalagem inteira, que traz para aí uns vinte.

Grata. 

08/11/2013

Tudo muita excitado com o Nutella


Mas de valor, de valor era o nome na Cerelac, catano.


Isso é que era, seus meninos!

Pragas que me rogam

Eu tenho pragas. Existe uma praga de baratas na minha casa. No meu prédio, que tem dezenas de casas. Elas são enormes. Ontem matei a maior barata do mundo. Na verdade, era um cão. Um elefante. Uma vara de porcos (não sei como se diz manada de elefantes ou vara de elefantes, ou grupo de elefantes, nem estou para ir estudar). As mocadas que lhe dei com a parte rija da vassoura matavam um homem. Àquela gaja, puseram-na moribunda. Eram 11 da manhã quando a golpeei. Às 14:30 ainda agonizava no hall dos elevadores (varri-a para a porta da cabra que mora em frente, sim, porquê?). Às 5 da tarde teve que levar o golpe de misericórdia. 

E mosquitos. Deixei apodrecer duas batatas no móvel da despensa e houve uma mosca que resolveu ir parir ovos para lá. Já deitei fora as batatas, mas as moscas bebés eclodem às centenas - pronto, dezenas - por dia. Ontem achei por bem acabar-lhes com a raça, já que tinha assassinado a Cuca. Estava uma serial. Armadilhei tudo, arrumei todos os alimentos, tirei os passarinhos da cozinha, tirei também a água, comida e caixa de areia de uma das gatas, preparei-me para borrifar o tecto todo da cozinha com Dum Dum, ao som do velho jingle "Com Dum Dum não escapa um, Dum Dum é o fim" e depois fechar a porta toda a noite, quando percebi que não tenho mata mosquitos em casa. Aliás, não tenho mata nada. Nem a Cuca morreu bem morta pelas minhas mãos. Sou uma merda de assassina. 

Se calhar, a minha casa é uma farm, mas em ponto muito pequenino. Tenho as gatas, os passarinhos, milhares de mosquitos e várias baratas. Já tive peixinhos. E bichos da seda, mas não quero falar nisso.

06/11/2013

Mais um serviço público - Fragrâncias e Cosméticos

Já uma vez me queixei aqui do facto de as minhas coisinhas serem "descontinuadas". Ele foi o perfume de toda uma vida, ele é um creme que a marca funde noutro, ele foi o rimel. Neste caso, foi mesmo a marca que deslizou para fora do país, acho que porque não atingia objectivos mínimos de vendas. Acho eu, ninguém me disse, mas eu também posso criar as minhas próprias teorias.

O sexy black - pronto, caraças, agora não me ocorre o resto do nome, e não me apetece levantar daqui para ir ver, mas vai numa continuação de hard cores ao estilo "long lash queen" qualquer coisa, porque isto de pôr rimel só uma gaja de bordel (não, a sério, atentem nos nomes dos rimeis e depois falamos) - dizia eu, o sexy black é o único que me põe as pestanas a bater nas sobrancelhas sem ficar a parecer uma drag, mas a assemelhar-me o mais possível à Scarlet O'Hara, só que em bom. Ora, uma pessoa que não vai para nova enche-se de taras, manias e teimosias, e foi assim que, ao sabê-lo "descontinuado", dei largas ao meu sentido prático e encomendei-o pela net. Se até em Espanha, que é já aqui ao lado, o sexy black existe, quem sou eu para andar a pôr outro qualquer no lugar dele se o posso alcançar com dois cliques? 

Tive o cuidado de escolher um site com a extensão pt, reparem. O meu objectivo, nestas aventuras, é sempre acertar na União Europeia. Já sou demasiado conhecida na alfândega e não é nenhuma alegria lá ir. Então, mandei vir da Fragrâncias e Cosméticos, portuguesa em tudo menos no português, que é tão mau que me devia ter logo saltado a pulga da orelha. Mas a vontade de ter o sexy comigo e a consciência de que se escreve tão mal por essa net fora, levaram-me ao duplo clique. Passados cerca de 20 dias, o que é demasiado para qualquer encomenda que venha do próprio país, recebo a cartinha da alfândega para ir levantar o rimel. Proveniência: Suécia. Eu a puxar dos parcos conhecimentos CEE que ainda me sobram de outras vidas (em que a Europa era a Europa dos seis, dos nove, dos doze) e a afirmar-me "Porras, mas a Suécia faz parte da UE!". E com este pensamento me dirijo à alfândega. E do pensamento faço palavras (sem o porra) e das palavras nasce a luz, sob a forma de resposta: "A Fragrâncias e Cosméticos está sediada na Suécia, mas manda vir tudo de Hong Kong. E quem paga as taxas alfandegárias não é o intermediário, e sim o consumidor final. A senhora tem sorte [olá se tenho, migue] porque não atinge 41 euros. Tudo o que seja para lá de 41 euros paga direitos". 

Pá, mas tive que me deslocar à alfândega, fazer figura de candongueira, traidora da grande pátria que é a União, tia desocupada que vai levantar um rimel, fora a chatice de ir lá para os Olivais e não existir, de todo, lugar para estacionar. Olha agora, e se, em vez de um, tivesse encomendado dois rimeis? É que atingia os 41 euros! Os suecos e os chinas levavam comigo que até se consolavam. Isto não se faz. A sorte deles é que ando feliz com as minhas mega-pestanas e já me farto de ser a maluquinha de serviço que escreve nos livros de reclamações todos do mundo, on line ou on caderno, mesmo.

Pensamentos escatológicos do dia - no plural, porque são 2

1. Tudo me indica que ando a abusar da beterraba;

2. Tudo me indica que ando a abusar das castanhas.

04/11/2013

Castanho

Tudo se aprende nesta vida, menos uma coisinha ou outra, com maior ou menor importância. No meu caso é a vestir-me de castanho. Já houve tempo em que era a vestir-me de roxo, problema que resolvi pela raiz, nunca mais tendo tentado. Tinha umas calças roxas que tentei combinar com branco e não dava, com preto nem se me punha a possibilidade, com lilás era o horror, com outros roxos impossível, porque não existem à face da Terra dois roxos iguais, e isto quem diz é quem já o constatou empiricamente - eu.

Com o castanho vivo o drama que vivi com o roxo, com a agravante de que as minhas calças castanhas são dez vezes mais giras do que algum dia foram as roxas. Então, ponho-as e tenho logo a brilhante ideia de as combinar com uma blusa... castanha. Não me dá para o branco, para o cor-de-rosa, sequer para o begezinho. Depois sinto frio e vou buscar um casaco de malha... castanho. Ali não ficam bem as botas pretas, nem sapatos pretos, então ponho... castanho. A mala já não pode ser senão... castanha. Para finalizar, o meu cabelo, apesar de eu ser uma pessoa de muita idade, mas derivados às maravilhas da química, é... castanho. E eis-me mascarada de bocado de cocó. 

Ouvi eu, com estes que o forno há-de cremar # 13

Era de manhã, e eram as notícias das 8, é certo. Eu só tinha arrancado da cama há uma hora, também é certo. Mas já tinha tomado banho e lavado as orelhas, o que também é certo.

Agora não encontro online, menos ainda no site da M 80, que foi a querida que me forneceu esta pérola, por outras palavras: Sondagem Cetelem revela que 68 % dos portugueses consideram que em 2014 terão menor poder de compra do que este ano. Os mesmos pretendem gastar mais até ao final do ano 2013, canalizando a despesa para electrodomésticos [eu percebo. Máquina de fazer pão, daquelas que se amortizam quando já se fez tanto pão que a máquina falece de cansaço, máquina de costura, para fazer roupa em casa, robot de cozinha, para evitar o restaurante...?] e iPhones.

A sondagem Cetelem é isenta ou só vê o mundo a duas cores? Preto e electrodomésticos?