08/12/2013

Quem não tem dinheiro, não tem vícios - Ditado # 10

Ou, como diriam os ingleses, "No money, no funny".

Isto é um conselho, pelo que vale o que vale. E também imagino que vós, que sois jovens e avisados, já sabeis tudo sobre esta vida e não achareis aqui ensinamento. Mas não resisto a transmitir, à mesma, mais uma experiência de vida minha: quando tiverem um cliente que vos foi arranjado por um amigo, negoceiem directamente com o cliente desde o início e pontapé no cu do amigo - nem que ele seja o vosso BFF - logo que o primeiro contacto entre vocês e o cliente se estabeleça. Caso contrário, o cliente não se sente na obrigação de vos pagar - ou sente menos -, mas sente-se no direito de vos cobrar trabalho. E o amigo corrobora as palavras do cliente que arranjou, dando margem para que não haja pagamento, ou que ele se atrase ad infinitum, e ainda se sente no direito de vos dar uma lição de economia, ou coisa que o valha. Complicado? Então, vejamos com um exemplo, na prática:

Imaginemos que tive um cliente que era um município. Não vou dizer que era uma Câmara Municipal, porque é chato. Também não vou dizer de onde, porque isso então é mesmo de porca, e eu sou apenas Porca. Na adjudicação do trabalho, mil exigências: um prazo espartano, um preço sem margem, factura, o diabo a sete. Trabalho feito e entregue, pagamento sem data, ai o município está falido, ai as eleições, ai o staff mudou, ai. Promessa vaga (adiamento...) de pagamento até final de Novembro, um mês e meio depois da conclusão do trabalho. E eis que Novembro acabou. E nada de pagamento. Cortezmente, dirigi-me, em primeiro lugar, ao intermediário amigo que me pusera em contacto com o freguês municipal. Que teve o azar de me responder: "Estás fora da realidade! Anda todo o país assim!". Querido, hã? Quem precisa de inimigos? Comeu com este recado, para além, é claro, de ter falado directamente para a Câmara e ter resolvido o meu assunto em menos de dois minutos: "Não estou, não. Escusas de avançar com esse tipo de argumento. Fora da realidade está quem ainda não se adaptou aos novos tempos, à vida com menos. Fora da realidade está quem não fez o reajuste e continua a viver da mesma maneira com menos dinheiro".

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