08/09/2015

É tão pouco blogger da minha parte # 2 — Parte III

A farinha de milho com que o polvilhei não tirou as nódoas todas. Ou melhor, eu é que não consegui tirar a farinha de milho toda do vestido, entranhada que ficou até às costuras mais profundas, até aos entrefolhos mais recônditos. Então, lavei-o outra vez com detergente da louça. E as poucas nódoas que tinham ficado, saíram. Mas apareceram outras, noutros locais do meu vestido verde. Além disso, o cheiro a óleo alimentar, onde o tinha mergulhado, não saiu. Estou mesmo convencida que, se o tivesse usado para filtro da fritura do batatal, o cheiro não seria mais intenso. Não me perdoo não ter usado óleo para bebé. Então, lavei-o outra vez, outra vez em detergente da louça. E já não sei se dos meus olhos, mas as nódoas voltaram a mudar de lugar. Exausta de mim e das minhas técnicas, comprei um poderoso tira-nódoas qualquer.

*
E vai de mergulhar o vestido naquilo. 
Depois do Clarim* em sabão e em gel, depois de não sei quantas idas ao Superpop*, depois do Blancotex*, é de afirmar com segurança que o meu vestido verde estava cada vez menos verde. Mas malhado, qual vaca verde. Cada água onde o lavava, essa sim, ficava verde. Em compensação, desta vez, ficou com o cheiro do produto acoplado ao cheiro do óleo. 

Vai daí, comprei tinta para o tingir. Tive o cuidado de comprar verde.
A tinta trazia um manual de instruções que parece uma cábula de sistema harmónio, daquelas que nem na faculdade, em desespero, algum dia fiz (nós utilizávamos muito o sistema de Irnério, com as glosas marginais e interlineares), com uma letra de um tamanho que nem a minha visão de lince — não confundir com olhos de gata — foi capaz de alcançar. No entanto, caso os caracteres romanos me falhassem, sempre podia recorrer aos chineses, já que também traz. Muni-me de uma lupa cá de casa, doada pelo Mc Donald's*, mas a lupa é tão pequena, que fiquei a ponto de ter que ir comprar uma lupa maior, só para ver aquela lupa. Portanto, li aquilo com estes quase em bico (os olhos. Pá.).

*

Diz que as sedas devem ser tingidas à mão, numa panela, em fervência de vinte minutos.
Ora, eu lembro-me da moca com que ficava, quando era adolescente, a tingir tiras de gaze para fazer lenços para o pescoço, e ainda tenho o trauma. Resolvi, portanto, abraçar o tingimento na máquina. Para tanto, lavei o vestido com detergente da louça, mais duas vezes, pelo que ele saiu de lá duas vezes menos verde. Depois meti-o na máquina, com a tinta, que é onde eles rebolam juntos a esta hora. Espero, daqui a bocado, tirá-lo de lá, senão verde, pelo menos sem nódoas. Na embalagem, diz que é verde, tom "Jungle".

Eu só quero voltar aos meus DisneyBounds. Se não puder continuar a mascarar-me de Belle, 


ao menos que o meu vestido verde Jungle, num farrapo, me transforme numa Jane of the jungle.


* Não me pagam, infelizmente. 

4 comentários:

  1. Ahaha :P opá... raios partam os tira nódoas que não tiram nada. No mínimo, todas as marcas que mencionaste deveriam oferecer-te outro vestido!

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    1. É tudo péssimo. Mas a pior de todos sou eu: quem me mandou pôr o vestido em óleo? :D
      Agora, parece-me que desapareceram as nódoas todas, depois de o ter tingido. Ou sou eu que já não as vejo, de tanto não as querer ver. Olha, se não tiverem desaparecido, a cor dele passa a ser verde-nódoa.

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  2. Então e Clarim gel????????

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    1. Também usei. Bela moca, a benzina do meu ;)
      Olha, mas o tingimento de hoje parece ter resolvido o assunto. Se não resolveu, vou mesmo assim para a rua e acabou-se. Daqui a pouco acaba o Verão.

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