A farinha de milho com que o polvilhei não tirou as nódoas todas. Ou melhor, eu é que não consegui tirar a farinha de milho toda do vestido, entranhada que ficou até às costuras mais profundas, até aos entrefolhos mais recônditos. Então, lavei-o outra vez com detergente da louça. E as poucas nódoas que tinham ficado, saíram. Mas apareceram outras, noutros locais do meu vestido verde. Além disso, o cheiro a óleo alimentar, onde o tinha mergulhado, não saiu. Estou mesmo convencida que, se o tivesse usado para filtro da fritura do batatal, o cheiro não seria mais intenso. Não me perdoo não ter usado óleo para bebé. Então, lavei-o outra vez, outra vez em detergente da louça. E já não sei se dos meus olhos, mas as nódoas voltaram a mudar de lugar. Exausta de mim e das minhas técnicas, comprei um poderoso tira-nódoas qualquer.
E vai de mergulhar o vestido naquilo.
Depois do Clarim* em sabão e em gel, depois de não sei quantas idas ao Superpop*, depois do Blancotex*, é de afirmar com segurança que o meu vestido verde estava cada vez menos verde. Mas malhado, qual vaca verde. Cada água onde o lavava, essa sim, ficava verde. Em compensação, desta vez, ficou com o cheiro do produto acoplado ao cheiro do óleo.
Vai daí, comprei tinta para o tingir. Tive o cuidado de comprar verde.
A tinta trazia um manual de instruções que parece uma cábula de sistema harmónio, daquelas que nem na faculdade, em desespero, algum dia fiz (nós utilizávamos muito o sistema de Irnério, com as glosas marginais e interlineares), com uma letra de um tamanho que nem a minha visão de lince — não confundir com olhos de gata — foi capaz de alcançar. No entanto, caso os caracteres romanos me falhassem, sempre podia recorrer aos chineses, já que também traz. Muni-me de uma lupa cá de casa, doada pelo Mc Donald's*, mas a lupa é tão pequena, que fiquei a ponto de ter que ir comprar uma lupa maior, só para ver aquela lupa. Portanto, li aquilo com estes quase em bico (os olhos. Pá.).
Diz que as sedas devem ser tingidas à mão, numa panela, em fervência de vinte minutos.
Ora, eu lembro-me da moca com que ficava, quando era adolescente, a tingir tiras de gaze para fazer lenços para o pescoço, e ainda tenho o trauma. Resolvi, portanto, abraçar o tingimento na máquina. Para tanto, lavei o vestido com detergente da louça, mais duas vezes, pelo que ele saiu de lá duas vezes menos verde. Depois meti-o na máquina, com a tinta, que é onde eles rebolam juntos a esta hora. Espero, daqui a bocado, tirá-lo de lá, senão verde, pelo menos sem nódoas. Na embalagem, diz que é verde, tom "Jungle".
Eu só quero voltar aos meus DisneyBounds. Se não puder continuar a mascarar-me de Belle,
ao menos que o meu vestido verde Jungle, num farrapo, me transforme numa Jane of the jungle.
* Não me pagam, infelizmente.
Ahaha :P opá... raios partam os tira nódoas que não tiram nada. No mínimo, todas as marcas que mencionaste deveriam oferecer-te outro vestido!
ResponderEliminarÉ tudo péssimo. Mas a pior de todos sou eu: quem me mandou pôr o vestido em óleo? :D
EliminarAgora, parece-me que desapareceram as nódoas todas, depois de o ter tingido. Ou sou eu que já não as vejo, de tanto não as querer ver. Olha, se não tiverem desaparecido, a cor dele passa a ser verde-nódoa.
Então e Clarim gel????????
ResponderEliminarTambém usei. Bela moca, a benzina do meu ;)
EliminarOlha, mas o tingimento de hoje parece ter resolvido o assunto. Se não resolveu, vou mesmo assim para a rua e acabou-se. Daqui a pouco acaba o Verão.