21/09/2015

Pensamento escatológico do dia # 12

Estava aqui a pensar, sentada na minha cadeira de pau azul (true-true-I-never-lie-to-you) — e não onde pensais, porque, conforme sabeis, eu sou uma senhora e não faço essas coisas —, no quão agradável que é ler em plena defecação, quanto mais não seja o catálogo do LIDL, ou um rótulo qualquer, daqueles que não têm só uma letra tamanho 3, mas também uns termos que só entende quem os escreveu, tipo Actinomicoses causadas por Actinomyces israelii (daqui, entendo o verbo e a preposição e é tudo). Quando eu ainda não era uma senhora, nem senhorinha sequer — e, por conseguinte, ainda fazia essas coisas —, lembro-me de proceder à evacuação dos espaços intestinais no recanto da casa-de-banho de serviço (eu sou desse tempo), onde se guardavam os detergentes todos. E, numa perspectiva perfeitamente futurista e visionária, instruía-me, assim, na verdadeira arte que é a lavagem da roupa e dos ladrilhos, lendo os rótulos dos pacotes e dos frascos, elucubrando teorias várias acerca do tema. Ora, isto, parecendo que não, contribui em larga escala para o relaxamento esfincteriano, e, consequentemente, para o bom porto da causa, que é, conforme se sabe, aquela águinha lá do fundo, que tudo recebe sem protestar, mas, em compensação — e felizmente —, sem nada dar em troca. 
Uma vez fui a casa de umas pessoas mais chegadas em termos de genética do que eu gostaria, e verifiquei que possuíam uma estante — uma pequena estante, com quatro ou cinco prateleiras, mas, ainda assim, uma estante — na dependência reservada à defecação. Dotada de uma irreprimível incapacidade para ficar calada, questionei-os acerca da peculiar organização dos espaços e arrumação dos móveis, e foi-me respondido que a estante é para quando o tio vai fazer cocó. Mas é que nem quis saber mais nada, não fosse o tio ter algum fétiche alternativo e os livros que lá se encontravam terem carácter meramente decorativo. 
Bom, no fundo, isto tudo para dizer o que já disse em parte lá para cima: estava aqui a pensar, sentada na minha cadeira de pau azul, que bom que era saber que, pelo menos, o meu blog é uma boa leitura de cagadócio.
Nem isso sei.
E se quero saber?
Às vezes.

8 comentários:

  1. Ahaha :P só tu! Eu leio o teu blogue na cadeirinha do meu quarto de estudo ;)

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    1. Mas... mas... eu só peço que alguém me diga, para me sossegar, "Olha, teu blog é um relax para o esfíncter". É só isso que eu peço...
      :D

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    2. O teu blogue não é blogue de casa-de-banho :P

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    3. Não é o verdadeiro clister, nem piaçá virtual? :P

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    4. Eu leio bastantes vezes enquanto cago.
      O teu.
      E outros.
      Só pra me entreter enquanto pratico a arte.
      Não quero com isto dizer que seja um blog de merda.
      Na pior das hipóteses, seria um blog Porco.
      Que, agora, já nem isso é.

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    5. Um blog clisteriano é um blog anti-clean, praticamente Porco.
      Folguei em saber que isto é quase insubstituível, em termos de utilidade.

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  2. A LB é um tratado !
    Até dói ... é só rir !
    Lembranças apenas possíveis ... devido a essa cadeira de pau azul ! Digo eu !

    https://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.centrotorneiras.pt/img/6202/620024.jpg&imgrefurl=http://www.centrotorneiras.pt/print.php?id%3D6202&h=254&w=254&tbnid=QSz6yK6hJFUwEM:&docid=Fjc_kv5D3OgKDM&ei=w1IAVv24OITravTkqLgJ&tbm=isch&ved=0CB0QMygAMABqFQoTCL2mmPfmiMgCFYS1GgoddDIKlw

    Moi é na sala !

    Beijo,
    José

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    1. Não, é mesmo uma cadeira de madeira, e é azul! :)

      Beijo

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