Daqui a pouco, começo a gostar a sério dos meus vizinhos.
É o que passa por mim, aí pelo Aqueduto das Águas Livres, me vê parada no trânsito e, cinco minutos depois, me telefona a dizer "Vai por Alcântara, que é muito mais rápido, o acidente é à chegada à ponte e, se continuares em frente, vais a passo até lá".
É o que me convida para um churrasco lá para as hortas dele, alicia-me com favas, e eu, só porque estou inebriada pelo mar — escrevam o que eu vos digo: este amor ainda me vai matar um dia —, declino, dizendo que tenho que ir à praia, e ele, mesmo assim, me oferece uma dose de favas para que eu não deixe de desfrutar de um prazer que ele me quer proporcionar.
Também me deu limões. Deve partilhar comigo a teoria Eu não posso fazer milagres sem limões, como diria uma professora de filosofia que eu cá sei.
(O dos cães anda mais calmo. Eu trato-lhe os animais como se fossem bebés e ele fica desorientado. Acha-me parva, e é isso mesmo que eu quero que ele ache. Temo-o, pois ainda não há uma semana me disse que eu estava com muito bom aspecto)
É a que me ofereceu a tinta, para que eu pintasse a minha porta da entrada — e que eu, naturalmente, nunca pintei — que se me emigra para o Dubai, não chegando a aperceber-se da minha não pintura da porta com a tinta dela, porém leva-me com ela a filha gritona, que eu adorava de paixão, e que falta me anda a fazer aquela piquerrita, que era uma alegria estrondosa, senão para o prédio todo, pelo menos para o meu andar, para a minha casa, para o meu coração. Que saudades da minha Francisca, a berrona, que dor me dá a privação dos gritos daquela patifinha.
Se a vida te dá limões, aceita! São de graça ;)
ResponderEliminarOuve, se visses o tamanho dos limões do vizinho, perguntar-te-ias acerca do tamanho do resto do pomar! ;)
EliminarAi jesus, tenho medo de perguntar :D
EliminarUns monstros, não sei se o senhor ainda é do Entroncamento... :D
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