Desta vez, até foi pouca coisa.
Mas eu...
Nem sei explicar como é que tudo começou. Ainda estou em prantos (não literalmente, mas ficava aqui giro).
Fim da tarde, quase 7 horas, uma pessoa a precisar de ir ao supermercado para adquirir víveres para a janta. Só isto.
Pego no camião e aí vai disto.
O meu bairro é uma aldeia amorosa, dentro desta grande metrópole que é a cidade de Lisboa.
Tem algumas ruas estreitas como a minha cinturinha. E de sentido único, como eu. E com curvas, como eu.
E há quem estacione nessas ruas, para ir à sua vidinha a seguir, defecando (espero que com cólicas) para o estorvo que causa na dos outros.
Preparava-me para atravessar, no sentido longitudinal, uma dessas ruas, quando me apercebi que o carrão (chiu) não passava entre um estacionado e o muro que ladeia a rua. Vai de iniciar a marcha-atrás e vai de me aperceber que já tinha três carros atrás. Que caneco, parece que tenho mel, em vinte segundos já tinha três na cola da minha traseira.
O que estava logo atrás de mim dá de me apitar.
Ora, eu, embora me transforme numa besta ao volante, também não quero ficar conhecida pela tonta da aldeia, e quis dar uma de civilizada. Saí do carro, oferecendo todo o meu esplendor ao senhor, para lhe explicar, verbalmente (por oposição a gestualmente, já que, neste caso, estranho seria que o fizesse por escrito), que não conseguia passar e, por conseguinte, teria que fazer inversão da marcha.
(Deve ter sido este o momento em que ele, doido de amor, resolveu sair do carro, e eu, inocente, e, consequentemente, indiferente, não vi)
E meti-me outra vez no carro.
E reiniciei a minha marcha-atrás.
Vi, de facto, um senhor, no meio da rua, a gesticular, para ajudar à manobra.
O meu grande mal é que eles reparam em mim, mas eu nem os vejo.
Acabei de manobrar, abri o vidro para agradecer ao senhor e ó: era aqui que eu me calava, não era? Obrigada, boa tarde, beijinho bom (não, isto era a brincar) e seguia.
Lá está: isso era com outra pessoa. Mas eu, não. Não consigo. Ainda tive que acrescentar: Aquele ali não me saía de trás, como é que queria que eu fizesse marcha-atrás? E ainda me apita...? É que não percebo, dificulta-me a vida e ainda me apita?
Sei lá, os vidros eram escuros, eu não vi que o carro não tinha ninguém lá dentro, eu não vi que o homem da manobra era o condutor daquele carro, eu não vi nada. Aliás, quando a criatura entrou no carro, eu deixei de ver, por momentos.
Nem sair de casa, nem ir ao supermercado, pelos vistos.
Amarrem-me, brutos.
Tu não tiveste culpa nenhuma! A culpa foi dos vidros escuros :P
ResponderEliminarBeijos LP
No fundo, é a minha opinião, também :P
EliminarBeijos, Imp :)
És mesmo uma besta :P
ResponderEliminarSou, pois :P
EliminarO Monstro agrilhoado no corpo da Bella :P
ah ah ah eu também sou míope!
ResponderEliminarE eu, que nem essa desculpa tenho? :D
EliminarO truque é: não sair do carro. para não pores essa malta toda a trabalhar para ti, rendidos ao teu encanto ;)
ResponderEliminarPara a próxima, é o que faço. Braço de fora, gritos pela janela, "Sai daí, ó caramelo", e é a andar ;)
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