Saí do carro só, mesmo só, no parque de estacionamento, também ele deserto, apinhado de carros, mas o dia era claro. Carregava comigo a possibilidade, que se tornou diária, de o reencontrar, a ele, com a mão cheia de uma ameaça de pedra colhida do chão. Vi-o ao longe e logo desapareceu do horizonte. Devia ter sentido medo, porque até à distância vi o corpo enorme e esguio balançando uma morna que seria lá das terras dele, não fora a dele ficar mais a sul e ele não estar a fazer dança nenhuma, a não ser a involuntária da embriaguez. Peguei nas moedas, pequenas e poucas, e segui na direcção dele. Calças novas e pretas, casaco novo, bege, boa imitação de camelo, a mão — vazia — estendida ao encontro da minha — sem pedra —, negros eram os olhos dele e os meus quando se encontraram num segundo de raiva,
Deixo-te extorquir-me este dinheiro para que não me apedrejes,
Dá-me o dinheiro que me deves por eu permitir que aqui te atravesses sem te fazer mal,
nem uma palavra, nem um bom dia, que o dia era escuro.
http://duvidascor-de-rosa.blogs.sapo.pt/ambrosio-apetecia-te-algo-595747
ResponderEliminar(pareço aqueles maluquinhos, a deixar links por todo o lado)
(pareces)
EliminarEu, parecendo que não, estou dentro, porque já tinha visto.
Mas estou fora, porque não percebi tudo. Vou-te amandar um mail.
Eles são aos magotes!!!
ResponderEliminarDesde que não tragam pedras na mão, por mim está tudo bem.
EliminarCredo mulher, isso é demasiado agressivo. Pedras?!
EliminarNão exagero nada, te garanto! :)
ResponderEliminarhttp://lindaporcaoucheirodeestrume.blogspot.pt/2016/02/pedradas.html