17/02/2016

Dia das minhas gatas

Hoje estava a observar o comportamento hiperactivo da Molly, a tentar lembrar-me se a Mel ou a Mia eram assim, a ver se percebia se aquilo se deve apenas ao facto de ser um bebé, ou se tenho em casa uma pequena terrorista, que a tudo trepa, em todos os cantos se mete, em tudo morde, de tudo se pendura para saltar (e depois fica presa por uma unha negra, metaforicamente falando, ou seja, por uma garra branca). Dizia, então, que noto a tristeza numa das minhas bonecas — para quem a Mel era tudo, a quem a Mel considerava tudo —, pelo facto de a Molly não se assemelhar em nada à Mel — o que, para mim, é um enorme alívio: não as queria parecidas, nem mesmo fisicamente. Procurei uma gata que não fosse preta (mau feitio), preta e branca (já tenho uma), castanha e preta (não sei explicar), branca (muitas vezes, são surdos, e, com uma gata agressiva em casa, não me pareceu boa ideia meter cá uma gata surda) ou amarela (iria sempre ver a Mel). 
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Lembro-me das discussões, no quarto da maternidade, acerca das semelhanças do bebé com os parentes, É a cara do pai, Parece-se com a mãe, Acho que dá ares à tia, Lembra muito o seu pai — e de a minha titi ter ouvido aquilo tudo, calada, e ter dado a sua opinião, que foi de todas a mais sensata, quem sabe se não por ser ela o elemento mais idoso do grupo: Não se parece com ninguém, parece-se com ela mesma.
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A Molly é a Molly, não é mais nenhum gato. E eu quero-a assim. Independentemente de poder vir a deixar de ter olhos azuis, de acalmar este ânimo infantil (ou não), de ser mais uma territorial como é a Mia, não a quero diferente. Por mais saudades que tenha da Mel, por mais falta que ela me faça, quero que a Molly não se pareça com nenhuma outra gata — mas que se pareça com ela mesma.



6 comentários:

  1. Perdoa a comparação, mas como cada pessoa é uma pessoa totalmente diferente das demais, também cada gato é um gato, com o seu feitio, as suas manias, as suas qualidades. Tenho dois gatos, tirando serem ambos lindos ;), são completamente diferentes um do outro.

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    1. E é esse grande parte do encanto dos gatos: é impossível treiná-los, modificá-los, evitar os vaipes quando está para chover, ou obrigá-los a ir arranhar ao poste, se eles querem é arranhar no cesto. Dormem onde querem, como querem, quando querem. E têm, efectivamente, uma personalidade única :)
      A comparação com as pessoas é excelente. Nem irmãos se parecem, quanto mais gatos.

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  2. Tão fofinha. Vai dar arrelias mas depois faz beicinho e tudo passa ;)

    (Estava a escrever isto e lembrei-me duma coisa que macaquita me disse noutro dia quando chegou da avó. "Mãe o Sírio arranhou-me e fez sangue mas olha que foi sem querer porque quando me viu chorar ficou com um ar preocupado.")

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    1. Pois, não acho que os animais façam alguma coisa por maldade, mesmo quando são agressivos. Aquilo é um instinto qualquer que os determina.

      (Que amor! :))

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  3. Uhuhmmmm !
    Molly pêlo na venta ! Todo o "ar " !
    E os bicos de lacre ????

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    1. Completamente!
      E, por pêlo e por ar: anda sempre com o pêlo no ar...
      Para já, ainda os ignora...

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