Fui à Intimissimi*, nem digo fazer o quê. Mais porque sou uma senhora, e longe vão os tempos em que confessei no blog a cor das minhas cuecas e aqui-d'el-rei que ai-jesus, que elas agora até já dizem de que cor são as cuecas delas. É verdade, por acaso, nunca mais vesti as amarelas. Cá traumas.
Chegadas a um consenso quanto ao tamanho, a funcionária e eu, debatemos de seguida a problemática da cor: eu queria branco e cinzento escuro, ela estendeu-me o branco e um cinzento ratazana, já para não dizer rata, uma coisa indescritível. Péssima a distinguir tons, que mais pareço um homem, disse-lhe que aquilo era bege. Então, ela mostrou-me o bege e disse que era lindo.
- Mas não quero bege, porque bege sou eu, e o bege faz-me ficar em falso nu. Faz algum sentido vestir uma lingerie em falso nu?
Ela, de pele castanha, concordou. Eu peguei numa peça castanha e pus ao lado do braço dela:
- Vê? A si, o castanho faz falso nu. Fica-lhe melhor o bege, enquanto a mim fica melhor o castanho.
Tons de pele e de roupas interiores esclarecidos, resolve ela sacar da gaveta das cuecas que, no fundo, é para o que este post aponta desde o início. Queria, à viva força - de argumentos, entenda-se - enfiar-me cuecas da Intimissimi, giras que doem - literalmente, conforme vamos ver a seguir -, mas eu arrumei-a com a seguinte argumentação:
- Eu adoro-as. Mas o ano passado, mandei vir uma data de pares de Itália, através do vosso site, e olhe, enchi-me de comichões, nem lhe posso dizer aonde!
Senti claramente que ela vergava, derrotada, no momento em que balbuciou:
- Não é preciso...
[* Ninguém me paga para isto]
Sem comentários:
Enviar um comentário