04/10/2015

Abstenção, essa abstinência

Hoje dois santos sentaram-se à mesa, ou num banco do jardim celestial — não o da Celeste, giroflé-giroflá — e combinaram o tempo, mas o tempo que o tempo tem, aquele do estado, que é o clima.
Só isso explica que o santo das plúvias não mande uma carga de água a parecer carga de polícia sobre a multidão, que hoje é dia de ir às urnas, salvo seja três vezes, lagarto, lagarto, hoje também é dia do dragão, que chinesice, e da águia, vitória, vitória e ainda não se acabou a história, ó Vitória, vê lá isso, e manda pôr a Vitória a planar o relvado antes do confronto, qual drone, que hoje é dia dos animais, e isto, parecendo que não, dá a sensação de uma campanha encapotada pelo partido dos bichos — cujo manifesto político contém zero referências às pessoas e à economia do país (pormenores irrelevantes, chiu, caluda) —, ou então, lá está: o santo pluvioso, Pedro, não quis estragar o dia ao dos irracionais, Francisco de Assis, e hoje absteve-se da torrencial que já se vaticinava, aquela que é sempre a culpada pela fraca votação, pela alta taxa de abstenções, ah, foi da chuva, os eleitores não saíram do sofá, só saem para ir assistir ao tal confronto, nem que chovam picaretas ou então foguetes e petardos, pois claro que nunca é da abstenção — demissão — que se lhes apresenta pela frente, prá frente é que é o caminho, façamos frente ao que lá vem, e siga o baile, a abstinência — de paz, de felicidade, de pão — há-de aumentar, a abstenção é que não pode.

4 comentários:

  1. Tu nem me fales da abstenção q eu fico doente. Meto dinheiro em q vão ser os atrasados q mais vão reclamar estes próximos 4 anos.

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    1. Os do sofá. Os que acham que tudo tem que lhes cair no colo, sem terem que mover uma palha.

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    2. Os q permitiram isto...

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    3. Que são sempre os mesmos...

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