25/10/2015

Plaza Suite — não sei se isto é spoiler ou não.

Teatro com a bicomadre, supostamente ver a última sessão do Plaza Suite. Digo supostamente, porque a minha comadre leva-me ao teatro e diz sempre que é a última sessão, e depois aquilo fica em cartaz mais não sei quantos anos. Para ela, estamos sempre a ter a última oportunidade que a vida nos dá, pelo que temos que a aproveitar muito bem. 
Eu já tinha visto a Alexandra Lencastre em palco, n' Um eléctrico chamado desejo.
Ela é uma monstra. Cada vez que a vejo — e a televisão e suas novelas de pastilha elástica não lhe fazem qualquer justiça —, fico na dúvida sobre quem é que considero, verdadeiramente, a nossa melhor actriz: a Alexandra Lencastre, a Fernanda Serrano ou a Maria Rueff (esta última num registo completamente diferente das outras duas). 
É muito amor, o que eu sinto pela Fernanda Serrano, aviso já. Ela é linda, mas linda de morrer quedo e mudo, tem quatro filhos e continua linda, e é de uma simpatia ao vivo que só apetece dar beijinhos. Ainda por cima, é excelente actriz. No 40 e então?, interpretou vários papeis, e ficou claro que era a melhor em palco (com a Maria Henrique e a Ana Brito e Cunha).
A Maria Rueff faz-me rir e isso é motivo suficiente para que eu goste dela para sempre.
Posto isto: Diogo Infante.
O Diogo Infante foi o meu primeiro desgosto de amor showbizzicamente falando. Eu amava-o quando, um dia, sem qualquer preparação, me foi dito que ele nunca seria meu.
É mentira, mas eu gostava muito dele. E achava-o giro de estalo. Continuo a gostar muito dele, e a achá-lo giro de estalo, mas não lhe perdoo. Quer dizer, até o compreendo. E percebo perfeitamente os rapazes que o rodeiam. Ainda por cima, também é um actor ímpar. 
Adorei a peça. 
~
A sala estava cheia de cabelos brancos. Talvez se explique isso através do abatimento ao preço dos bilhetes para a terceira idade.
Atrás de nós ficaram duas senhoras, que seremos nós daqui a uns anos.
Dois actos, duas situações diferentes, de dois casais diferentes, casados há vinte anos. E elas a teimar que eram os mesmos. Nem o facto de terem nomes diferentes lhes acendeu uma luz. Nós, daqui a uns anos, seremos assim: desatentas e divertidas.
~
Muita falta fazem as pancadas de Molière. Nas tolas dos atrasados. Agora a sério, o segundo acto a decorrer há dois minutos e ainda gente a entrar na sala? Mas ninguém dá uma paulada no povo do cigarro, do café, dos mil sms, do telefonema para a sogra e da mijinha, num mísero intervalo de 15 minutos? Era fecharem-lhes as portas, como acontecia antigamente, e acabava-se o desrespeito pelo trabalho dos outros. Esta é uma medida que, embora pareça ultrapassada, era bastante eficaz.
(Hoje pareço o JAS a falar. Por falar nisso, há que tempos que ele não me irrita. Será que me imbuiu?)


2 comentários:

  1. Como eu a compreendo. E digo mais, as pancadinhas de Molière faziam falta era num sítio que eu cá sei :)

    Um beijinho, Blue

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    1. Era mesmo.
      Será que são as mesmas pessoas que exigem respeito em todos os lugares que frequentam?
      (Cambada) :)

      Um beijinho, Miss Smile.

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