04/01/2015

O pote das coisas boas

A minha preta ofereceu-me um pote transparente, para eu encher, ao longo deste ano, com papelinhos, onde escrevo as coisas boas que me vão acontecendo. Diz que viu na net.

Aquilo ali, vazio, por enquanto, põe-me numa ambivalência, que é: ou o encho em duas semanas, ou o deixo quase vazio ao longo de um ano inteiro.

Porque é tão fácil fazer-me feliz. É tão rápida a sensação de plenitude, por dá cá aquela palha, em que eu fico. A minha mãe sempre me contou que, em bebé, me levava no carrinho constantemente a rir para tudo, e que agitava os braços de gozo até para as folhas que se mexiam nas árvores,  com o vento.

E eu sei que isto não é exagero. Vou à rua, simplesmente beber um café à esquina, e basta passar por mim um gato-sapato, que é como quem diz, uma cadelinha bebé, para me encher o momento, mas também o dia todo, de uma sensação de que isto vale mesmo a pena. Apesar das tristezas e das rasteiras e das pedras, que confirmam que, sem elas, o isto nem graça teria, por não haver termo para comparação.

Por exemplo, só no dia de ontem:
- Um sol de tirar a respiração;
- Um senhor que me chamou "minha querida";
- Uma senhora que me disse que se vê o tamanho do amor que há entre a minha mãe e eu;
- Um monitor de ginástica que me pôs a fazer os exercícios mais difíceis, por considerar que eu tenho capacidades acima do que são exigidas naquela classe (esperta sou eu, que me meto na aula dos idosos e dos marrecos);
- Um jantar animadíssimo, com ambiente e comida top;
- A constatação, pela terceira vez este ano (uma por cada dia) de que este blog me trouxe uma pessoa especial. E outra. E outra. E mais outra.

Isto, já para não falar da minha vida-vida, recheada de gente que só apetece espremer e depois estrafegar de tantos beijos pelas alegrias que me dão. 

Vou rebentar com o pote em dias, escrevam o que vos digo.


14 comentários:

  1. Anónimo4/1/15

    LP, repara no que escreveste: "A minha mãe sempre me contou que, em bebé, me levava no carrinho constantemente a rir para tudo, e que agitava os braços de gozo até para as folhas que se mexiam nas árvores, com o vento".
    Isto não é mais que a capacidade dos bebés-crianças de ver além do evidente. Saberás que assim é.

    As coisas que ontem te disseram ... principalmente "Uma senhora que me disse que se vê o tamanho do amor que há entre a minha mãe e eu", está na mesma 'onda'.

    Um blogue traz sempre pessoas, algumas das quais especiais.

    É bonito sentires que "Isto, já para não falar da minha vida-vida, recheada de gente que só apetece espremer e depois estrafegar de tantos beijos pelas alegrias que me dão". Muito bom mesmo.

    Já escrevi o que disseste. Veremos em quanto tempo enches o pote.

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    1. Sim, veremos.
      Vou arranjar também um saco, para as outras coisas. Esse também é capaz de encher num instantinho.

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  2. Anónimo4/1/15

    que se encha o pote, que ânimo para tal, é coisa que não falta. Bom ano. Bom domingo. Bom tudo!!! :)))

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    1. Pois claro, a ideia é partir o caneco!
      Bom tudo, Mia! :)

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  3. Achei gira a ideia do pote :)

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    1. E é, e eu vou enchê-lo!
      Posso enchê-lo só de minudências, mas são as minhas coisas. E isso é indiscutível :)

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  4. A mexer nos pés..?!?!
    Foda-se!! Que badalhoquice! Lava as mão LP Maria!!
    Aie.........

    :P :P :P

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    1. Badalhoquice é tu vires para aqui ajavardar o meu coiso (já não digo buraco, não vá surgir aí a brigada) a chamares-me badalhoca. Olha agora... :P
      Aquilo foi um ataque de reumático que me deu e pareceu-me agradável de fotografar para o blog :P

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    2. Imagino... parece que serugas os dedos dos pés e de seguida lanças uma bomba "cheirosa"!!
      Ca nojo, pá!! :P :P :P :P
      Parece os putos a brincar no berço...

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    3. Tu és uma pessoa extremamente doente dos nervos, mas eu não sou psiquiatra. :P
      Até posso serungar, como tu próprio dizes, mas bombas dessas, é do conhecimento blogosférico que jamais lanço. Jamais, repete comigo.
      Sou tão infantil, blé-blé-blé :P

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    4. Sim. "Eu" tenho problemas psicológicos... pois. :P :P

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    5. Olha... agora que falas nisso, acho que há por aí casos bem mais graves ;)
      Nem essa medalha levas :P

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  5. Acho uma ideia 5******:)
    Vou adaptá-la à minha vidinha lá em casa e passar a mensagem às meninas...cada uma de nós vai ter dois frascos transparentes um para as coisas boas, outro para as menos boas e no final do ano vamos abri-los e ler tudo umas às outras:) Obrigada Linda:)...tão fácil por em prática, acho mesmo que vai valer a pena:)

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    1. Eu também acho tão gira :)
      E tenho noção que cada um acha momentos bons em coisas que os outros acham minudências, mas também pode ser giro, no final do ano, olharmos para os papelinhos de Janeiro e pensarmos: "Mas eu achei isto bom porquê?" :)
      Para as coisas menos boas devia ser um saco de plástico, enterrado no final do ano, não fora ser poluente :|

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