Estava para aqui a limpar o pó à minha casa, por querer deixá-la a luzir de fresca e saborosa para o regresso, quando me caíram nas mãos, nos olhos e no peito estas duas pecinhas — que estão todos os dias no meu quarto, mas hoje, sei lá porquê, ainda as vi melhor, de tão grandes que são.
De vez em quando, iam passar um fim-de-semana fora, e traziam com eles um bocado do percurso, numa coisa pequena. Já éramos adultas e ainda recebíamos uma recordação, para que participássemos dos momentos a dois deles, como se isso fosse possível. Normalmente, escolhiam a meias, mas quem fazia a distribuição era o meu pai. A mim calhou-me a cadeirinha azul, por ser de azul que eu gosto. É mesmo muito pequena, tem o tamanho de um frasco de verniz. Mas é enorme.
Quando vieram os dois frasquinhos, dizia um ELIXIR DA LONGA VIDA e o outro ELIXIR DO AMOR. O meu pai pegou nos dois e distribuiu, creio que às cegas. Calhou. Foi um acaso. Só pode ter sido, e não tenho eu o descaramento injusto de querer que tenha sido de outra forma.
Verdade, verdadinha, é que me entregou a mim, até hoje, o elixir do longo amor. E fiquei eu com ele — longo e eterno.
Se te calhou em sorte o elixir do (longo) amor, mantém-o guardado e não digas nada a ninguém.
ResponderEliminarNunca se sabe quando precisarás dele, do elixir, do amor que se for longo sabe melhor :)
Boa semana, Linda agora Blue. Beijinho.
Guardo-o e dissipo-o, e divulgo-o, porque toda a gente merece conhecer o efeito do elixir :)
EliminarBoa semana também, Observador. Beijinho
Tão terno...
ResponderEliminarNota - Veio-me agora um pensamento maroto à cabeça... A quem vais deixar, um dia, estes pequenos nadas que são tudo?...)
Nota (outra) - Não ligues, que eu tenho esta mania... Fico a pensar, às vezes, a qual das minhas filhas (ou outra pessoa) deixarei isto ou aquilo. E o "isto" ou "aquilo" são, geralmente, mimalhices minhas.
Nunca pensei nisso... :)
EliminarOlha, mandem esmagar, e misturem com o meu pó. Depois soprem :)