21/08/2015

Eu sou aquela pessoa que nunca, em circunstância alguma, deves levar a passear à rua # 11

Na senda da rota do iogurte, que proclamei para este Verão, ando perto de já ter experimentado todos os frozen desta cidade, e também os que não são gelados (o da Confeitaria Lisboa é iogurte biológico — pois. Não sei explicar, mas é o que lá diz —, mas não é gelado), hoje ataquei o My Iced, lá para Alvalade. De todos os que já provei (Smoöy, IOGU, Llaollao, Yogurice), é o mais caro, e não necessariamente o melhor. Fiquei logo irritada com o conceito quando a funcionária me recebeu com a frase O nosso conceito é..., depois de me perguntar se era a minha primeira vez (e tudo me gritar Socorro, vou perder a virgindade!). Então, o conceito deles é um copo que a pessoa humana enche até vazar, mas só se for tola ou rica (ou então, pródiga, ou perdulária), porque quanto mais pomos, mais pagamos. Já por causa disso, mandei pôr pouco, com ares de quem está numa dieta férrea para ficar mais suculenta. Depois os toppings, é à vontade do freguês, e em sistema de self service. Pudera, vai tudo para a balança. E a balança determina o que regista a caixa. E depois temos a balança de casa a bradar-nos que exagerámos nos créditos que demos à outra. Ai, nã, nã. Pus todos os que me apeteceram, mas pouco de cada. Tudo muito incompatível, que é o meu tal truque para que me deixem comer o meu em paz. Ou porque, efectivamente, não sei fazer composições comestíveis. Sou uma bruta. Não me ponham num self service com ensopado de borrego e pescada cozida lado a lado, que eu meto os dois no prato. Não tenho critério, diante da diversidade. É tudo ao molho, tenha ou não molho. Só isso explica que tenha metido framboesas, morangos, amêndoa torrada, chocolate branco ralado e umas bolas azuis. A colmatar, um creme chamado doce de leite, que é leite condensado cozido, mas cheio da mania. Diz a gaja, quando eu meti as bolas: Ah (não sei porquê, as gajas à nora começam as frases todas por ah), são as nossas bobas, para o nosso chá, mas pode meter no iogurte... Até a ignorei, porque era óbvio que podia meter, uma vez que já tinha metido. Ainda por cima, azuis, podiam lá escapar-me as bobas. 

Peço desculpas por se perceber que, quando tirei o retrato já me tinha alambazado a uma parte, mas foi só quando me lembrei de o tirar.

Boba ia ficando eu, quando, um minuto após, me pede ela 10,26 euros por três iogurtes e ainda me informa que não têm multibanco. Não fora estar acompanhada e, no momento em que disse "Vou ali levantar dinheiro, já volto", ia, ia, mas não voltava, e a boba é que comia as bobas.

Na verdade, só queria mostrar-vos este cartaz e sua subliminar mensagem erótica. Ora atentai no requinte:

A minha vontade...
As minhas bobas...
A minha fruta...
Agora desfruto (e não desbobo?).


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