Estava aqui a lembrar-me de um post que escrevi há uns meses, a propósito das pessoas que se impõem na nossa vida, e que querem ficar, porque, nisto das relações bilaterais, quem decide da chegada, permanência e eventual partida, são elas. E a nossa opinião e vontade são absolutamente secundárias.
Então, e quando é ao contrário? Quando somos nós a oferecer a nossa amizade, a nossa atenção, o nosso mimo, e nos começam a surgir sinais de que, do lado de lá, eles já não são bem vindos, ou não fazem falta? Há ou não há um momento em que devemos parar, escutar o coração (como naquele anúncio antigo da Becel *), ou melhor, escutar os corações, ambos, perscrutando-os, e baixar os braços, antes abertos? E qual é esse momento?
Continuo para aqui cheia de dúvidas, mas ainda acho que o melhor é seguir a minha própria receita:
Pergunto-me se as pessoas fazem auto-análise, verificam a postura ao espelho, quando fazem a primeira abordagem, ou se, mais tarde, quando percebem que tudo correu mal e não foram bem aceites, não terão alguma responsabilidade no assunto.
A mim também já me aconteceu apetecer-me amizade ou algo mais com alguém que não me quis na sua vida. E, na minha infinita modéstia, sempre concluí que o problema não era ele/ela, era eu. Mas não fiquei a achar que a outra pessoa era uma convencida, se achava, se coisava e os genitais.
Isto escrevi eu, e aplica-se-me também, para o bem e para o mal.
Quando pegamos num pássaro ferido, tratamos dele, e ele começa a dar mostras de querer voar, o que é que fazemos? Não o prendemos numa gaiola, pois não?
Então, é a mesma coisa.
* ninguém me paga para isto.
A parte mais difícil é deixar ir embora. Acredito que se o pássaro quiser voltar, há-de fazê-lo.
ResponderEliminar:)
Claro. Os braços baixados são os mesmos que voltam a abrir-se logo.
Eliminar:)
Acho que das duas hipóteses é a que mais acontece. Quereres amizade de alguém, estares de braços abertos e perceberes que do lado de lá o interesse é nulo. O que fazer? Cagar e partir para outra, rsss. Life is to short to spend time with fucking assholes.
ResponderEliminarA questão é quando te convences, como eu tantas vezes, que os outros precisam de ti. É uma presunção, um egoísmo, mas vale o que vale. E sair de cena pode ser um processo muito lento e doloroso. Tem que se fazer uma boa auto-análise e assumir que nem toda a gente é obrigado a gostar de nós.
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