Não sei comprar Pantene*.
Por contingências cá minhas, de vez em quando sou recambiada para a estante dos champôs. Quem dera a muitas bibliotecas municipais estarem tão bem munidas de livros como aquela champoteca.
Eu só uso Johnson's baby**, aquele detergente superpoderoso fabricado nas traseiras da fábrica do Super Pop limão**, e que se encontra no sector, conforme indica o nome, dos bebés. Mas, ou porque vou comprar para os outros cá do lar, ou porque decidi, como esta semana, dar uma facada na minha relação com o Johnny, lá me vejo obrigada a acercar da dita. E vejo-me e desejo-me ardentemente diante do móvel onde se alinham os frascos dos champôs, designadamente à custa e por conta do Pantene.
Estaco, estarreço, hipnotizo, perante tantas possibilidades. Estou desconfiada que o Pantene e suas variações em ré menor foi pensado para ensandecer pessoas como eu — sem tempo nem capacidades para ligar a minudências. Deve ser mais ou menos isto que os homens sentem quando as mulheres lhes escrevem na lista pensos higiénicos. Já nem vou deter-me, amarrada, nas linhas específicas Pantene Expert, Acqua Light, nem na incrível semelhança entre os frascos de champô e de amaciador. Fico-me só pela linha base: por exemplo, se uma pessoa tiver o cabelo pintado, estragado, baço, desidratado, e velho, que Pantene é que usa? O Pantene protecção da cor? O restauração? O brilho extremo? O hidratação? O reparação rejuvenescedora? Ou compra um de cada e mistura todos?
Das vezes que usei Pantene, experimentei o cabelos normais, o cabelos pintados e o caracóis perfeitos. Tudo igual, no cheiro, na consistência, no comportamento (mais ou menos espuma), e no resultado final. Fiquei com a impressão que a fabricação do champô é feita num enorme tonel, que, depois, distribui para os frasquinhos, com rótulos diferentes uns dos outros.
Lembra-me isto aquela anedota dos amigos que chegam ao balcão do café, e um pede cheio, o outro normal, o outro descafeinado, o outro pingado, o outro em chávena escaldada, o outro carioca, e o empregado vira-se para o colega que está a tirar cafés da máquina e grita: Tira aí seis bicas!
* ninguém me paga para me calar.
** ninguém me paga para isto.
O melhor deste post é o *. :D
ResponderEliminarConcordo. :D
EliminarSou livre, posso dizer mal à vontade.
Publicidade invertida, que céu!
E acho que deves. Também se aprende alguma coisa, quando não se gosta das coisas. Eu até aprendo mais. E também não uso Pantene. É nhecas, para o meu cabelo. Uso Ultra Suave :D (E, dizendo bem, fica mesmo suave!)
EliminarEu gosto da publicidade assim. E pelo menos ninguém te acusa de publicidade encapotada :D
Eu vai de Johnny, senão isto fica que parece lambido por uma vaca.
EliminarA mim, não me acusam de nada. Quanto muito, um dia, este é o blog que vai ser pago para se calar :D
Entre o Elvive e o Garnier, lá vou levando a coisa, mas acho que tens toda a razão, é tudo muito parecido, tudo igual e uma grande treta. Agora estou a usar um da farmácia, quase pelo mesmo preço e muuuuito melhor.
ResponderEliminarSe calhar lavar com Super Pop é que era ;)
Em estando muito sujo, qualquer Clarim serve. Lembro-me de um Super Bock e de um certo parque de estacionamento ao pé da praia que, de cada vez que lá venho, só me apetece meter o cabelo na máquina. Não há champô que entre :)
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