Fui-me aos saldos, que isto não é só uma pessoa ir para a praia porque está calorinho e depois andar para lá despida, sem ter um trapo para se tapar.
Quer dizer, eu não ia para comprar nada. Ia para fazer de motorista, o que fiz na mesma, e me investiu de uma enorme paz de espírito, derivada da certeza do dever cumprido. E ia para laurear a minha pevide, embora, vamos lá a ver uma coisa: eu não sei, ao certo, o significado do verbo laurear, nem tão pouco onde é que fica a pevide de cada um, mas penso que corresponderá, grosso modo, ou em modo fino, a arejar a passarinha. Tipo espairecer, por estar a pairar, ou desanuviar, por estar cheia de nuvens.
Olhem, fui.
Amandei-me para o Dolce Vita, mas é sempre a mesma cegada para lá chegar. A pessoa vê placas a dizer Famões, Casal não sei de quê, Belas, Paiã, tudo menos Dolce Vita Tejo, marra para uma saída qualquer, numa das quatrocentas rotundas, que é um enjoo para quem enjoa como eu, deixa de ver toda e qualquer placa que diga Lisboa (ao menos para saber se está na direcção errada), dá um belo passeio por dentro de qualquer coisa que responda pelo nome de A-da-Beja, ou Quinta das Pretas, ou o genital, mas vai lá dar.
Perdi-lhe a conta ao número de lojas que esmifrei, ao número de vestidos e biquínis que experimentei, porque eu sou assim: uma alegre pelintrinha, mas antes pelintra que pilantra.
Só que não saio do salto, e isso um dia vai ser a queda em cristo de uma grande dama. E, ao fim de duas horas a bater pernas para cá e para lá, e aquele veste e despe, e aquele "Não tem o número abaixo?" mais o "Só há o que está exposto" que me provoca aquele silvo do feedback no melhor da festa, sabem?, estava cansada das minhas pernas, o que só prova que esta vida de esbórnia também exaura, e dar uma de gaja-só-gaja é esgotante, designadamente para os nervos e para as pernas.
Vai daí, sentei-me para lanchar um iogurte guloso (ele, não eu).
Eu ainda não acredito que paguei € 2,50 por um micro-copo, só visível a microscópio, de iogurte, com uma niquinha de leite condensado em cima. Pensei que nunca mais ali voltaria, enquanto saboreava aquilo, consternada. Estivesse Eça na minha companhia, e, certamente, me descreveria saboreando um consternado iogurte.
Foi quando as costas do rapaz que me serviu o iogurte responderam à minha ambivalência undó-litá.
Voltarás pelo meu sabor
Convencido.
Nunca se sabe! :)
ResponderEliminarMas o rapaz, pelos vistos, sabe... :)
EliminarTambém ando para ir aos saldos no Dolce Vita, precisamente. Mas mais a Norte...
ResponderEliminarExperimentar biquinis é que não, só partes de cima. Partes de baixo que foram experimentadas por A, B, C e sei lá quem mais?! Não, obrigada.
Detesto comprar biquinis por esse motivo, às vezes dá asneira, obviamente. Depois de lavar não dá para trocar, pois sim...
Tens a certeza que é um moço o convencido? Parece uma "gaja", ou menina vá!
Esquece lá o preço, agora já era... :)
Os biquinis têm selo higiénico, e não lembra a ninguém experimentá-los sem cuecas...
EliminarDe resto, uma pessoa, normalmente, acerta no seu tamanho à primeira, experimentar é mais para confirmar se aquele modelo nos fica bem, ou não?
Olha para os braços. Era um latagão, para aí com 1,90 m.
Agora, já. Tudo para as ancas, com a graça do Senhor.
Mesmo com selo higiénico, faz-me confusão, não gosto. E sim, o tamanho é fácil acertar mas depende dos modelos. Sou uma esquisitinha com biquinis, confesso.
ResponderEliminarTendo em conta o braço, já parece mais um género masculino, verdade.
Usava troço, com rede e tudo, mas era macho, mesmo :)
EliminarEle lá sabe :) a ver vamos se lá voltas ;)
EliminarClaro que volto ;)
EliminarSou demasiado gulosa para que a despesa me demova :)
Olha o gajo, cheio de manias!!!
ResponderEliminar:p :p
Armado em saborosão :P
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