É o que me apetecer. Melhor ainda, só ao sábado: poucas visitas, a pessoa estende-se ao comprido, esbornega-se em disparates, espraia-se à parva. Parece Carnaval, ninguém leva a mal.
Agora tenho uma gata com défice de atenção. Não que eu não lhe dê atenção suficiente, ou que haja alguma falha, em termos de horas, da nossa parte. A falha é dela. Tectónica.
Tem 12 semanas de vida, e ainda não conseguiu perceber que:
1. A própria cauda lhe pertence — e roda, e roda, e deita-se, e dobra-se, num afã para a apanhar, que dá gosto ver. Quando a apanha, morde-a. E continua sem perceber que aquele enguiço lhe pertence;
2. A própria sombra lhe pertence — e ataca-a, e atira-se, e salta no ar, e arqueia-se, e eriça-se, e assanha-se. A sombra mexe-se tanto como ela, que não consegue nem caçá-la, nem ser mais rápida do que ela, como o Lucky Luke. E são horas nisto, quando cai a noite na cidade, e a luz artificial banha cá o lar;
3. A própria imagem no espelho lhe pertence — e observa, mira, levanta a pata, toca com a pata no espelho, vai à volta, sai do quarto, para tentar perceber onde raios se esconde o outro gato, depois volta e irrita-se logo, porque, que diabo, está ali um gato que não sabe brincar, e, por isso, merece ser atacado. E isso corre-lhe sempre mal;
4. A Mia não é opção, lá do alto dos seus 7 anos de idade, e com um volume três vezes superior ao dela, para brincar às garraiadas académicas;
5. Eu não sou um poste de arranhação — e fico histérica, e bufo e grito e perco a noção, sobretudo quando, como hoje, com uns collants acabadinhos de estrear de novo, ela lhes enfiou as garras e ficaram com uma bonita janela aberta, de par em par, com vista sobre a cidade;
6. Os meus livros da mesa-de-cabeceira não são pranchas de surf/skimming/snowboard — vem de lá disparada, salta em cima de uma ponta do livro, derrapa até à outra ponta, fá-lo entrar em desequilíbrio, e vai tudo — o livro, toda a pilha de livros que está por baixo e ela — parar ao chão. Tem uma predilecção especial por este, que é grande.
A bicha deve ser poetisa. Ou escritora universal. Heterónima, ou assim.
Agora tenho uma gata com défice de atenção. Não que eu não lhe dê atenção suficiente, ou que haja alguma falha, em termos de horas, da nossa parte. A falha é dela. Tectónica.
Tem 12 semanas de vida, e ainda não conseguiu perceber que:
1. A própria cauda lhe pertence — e roda, e roda, e deita-se, e dobra-se, num afã para a apanhar, que dá gosto ver. Quando a apanha, morde-a. E continua sem perceber que aquele enguiço lhe pertence;
2. A própria sombra lhe pertence — e ataca-a, e atira-se, e salta no ar, e arqueia-se, e eriça-se, e assanha-se. A sombra mexe-se tanto como ela, que não consegue nem caçá-la, nem ser mais rápida do que ela, como o Lucky Luke. E são horas nisto, quando cai a noite na cidade, e a luz artificial banha cá o lar;
3. A própria imagem no espelho lhe pertence — e observa, mira, levanta a pata, toca com a pata no espelho, vai à volta, sai do quarto, para tentar perceber onde raios se esconde o outro gato, depois volta e irrita-se logo, porque, que diabo, está ali um gato que não sabe brincar, e, por isso, merece ser atacado. E isso corre-lhe sempre mal;
4. A Mia não é opção, lá do alto dos seus 7 anos de idade, e com um volume três vezes superior ao dela, para brincar às garraiadas académicas;
5. Eu não sou um poste de arranhação — e fico histérica, e bufo e grito e perco a noção, sobretudo quando, como hoje, com uns collants acabadinhos de estrear de novo, ela lhes enfiou as garras e ficaram com uma bonita janela aberta, de par em par, com vista sobre a cidade;
6. Os meus livros da mesa-de-cabeceira não são pranchas de surf/skimming/snowboard — vem de lá disparada, salta em cima de uma ponta do livro, derrapa até à outra ponta, fá-lo entrar em desequilíbrio, e vai tudo — o livro, toda a pilha de livros que está por baixo e ela — parar ao chão. Tem uma predilecção especial por este, que é grande.
A bicha deve ser poetisa. Ou escritora universal. Heterónima, ou assim.
A bicha é eléctrica, isso sim!
ResponderEliminarBeijocas e muiiiiitaaaaaaa paciência, Lindinha azul :)
Bem, então em véspera de chuva, nem com um camaroeiro sou capaz de a apanhar. Aquilo voa!
EliminarObrigada, Maria (hoje Silenciosa). Beijocas :)
também tenho guardadas umas considerações sobre felídeos. pedi um emprestado. amanhã falarei sobre o assunto. só estou a dizer isto para te distraíres um pouco da maluquice que por aí vai! :))
ResponderEliminarbeijinho,
Mia
Calhou-me uma doida, Mia. Tu não te metas nisto. Qualquer dia escrevo do hospício :)
EliminarBeijinhos de boa noite
Não. Só o pedi emprestado para me safra de falta de assunto, logo de manhã, à segunda -feira. Tranquilo, como se diz agora.
Eliminarbeijinhos e boa semana.
Boa semana, Mia.
EliminarBeijinhos :)
Pode ser que um dia a poesia a acalme :)
ResponderEliminarBeijinhos, querida Blue, e grandes doses de paciência :)
Ando tentada a ler-lha declamada, como a Natália Correia fazia — aos brados :)
EliminarBeijinhos, minha querida. Obrigada :)