Povo que frequentas o ginásio e talhas com tua foice as pontas dos meus neurónios

Há um tipo de frequentadores dos ginásios, nomeadamente do meu, que profere com hiperbólica frequência, mormente quando cuida que está a ser escutado, particularmente quando me toca ao meu particular, a mim, em particular — ou não tenha eu a mania da perseguição —, frases do seguinte teor,

uma ex-namorada minha...

vai que uma pessoa até lhes dá o benefício da dúvida se algum dia possuíram namorada (não literalmente, até mesmo porque tal envolveria papeladas e distinções entre posse e propriedade e outras chatices burocráticas, que nunca mais haviam de possuir namorada nenhuma), quanto mais uma namorada, o que pressupõe logo que se trata de uma de várias, ou, pelo menos, uma de mais do que uma. 

Então não é que hoje me deparei com o correspondente feminino deste estilo, em pleno balneário, nas fartas figuras de duas vá-que-ainda-jovens (aquela casa em que já não são meninas, mas ainda não são isto tudo — ou seja, as preferidas de Balzac), quando uma diz assim para a outra,

Andreia, sabes que tu e o Fábio juntos, era de eu e o Vítor nos amandarmos para o chão escaqueirados a rir, não sabes?

momento em que, numa só tirada, esclareceu a plateia — constituída apenas por... eu, distintíssima — que tanto ela (Soraia?) como a Andreia, têm macho à altura (ou, principalmente, largura) de suas finezas?

Isto é no que dá frequentar um low cost, com programas de treino very low, too much low, bitch, cansei de ser pobre.