Vejo cenas.
Num LIDL perto de mim.
28/02/2015
Eu não poria um vestido lilás e cobre
Bela discussão, essa que toma conta das conversas da rapaziada desde ontem: afinal, o vestido é branco e dourado, ou preto e azul?
Perguntam-me a mim, que respondo: "Lilás e cobre".
Lanço o pânico.
- Não podes estar a ver lilás num sítio branco.
- Mas vejo lilás.
- Mas tu vês mal?
- Não, repara: quem usa óculos és tu.
- Isso só quer dizer que tu vês bem as formas, já as cores...
- Lilás.
- Esqueço-me que tu és daltónica.
- Eu sou mulher, não posso ser daltónica.
- O daltonismo também afecta mulheres.
- O meu avô era daltónico. E um dos meus tios. Mas eram homens...
- Tu és daltónica e mulher. Esqueço-me sempre disso, cada vez que te faço perguntas sobre cores.
Espero que o esquecimento seja só quanto ao daltonismo.
Defesa pessoal
Já lhe ouvi chamar muita coisa.
Também já vi começar por menos.
Num ginásio perto de mim.
Também já vi começar por menos.
Num ginásio perto de mim.
Sou eu que só vejo sexo libidinoso em tudo?
Mais uma vez, questiono-me: ter-me-ei enganado na porta?
27/02/2015
Pensamento escatológico do dia # 9
Pode parecer estranho o que vou escrever a seguir, mas, vindo de mim, nem por isso.
Inspirada por mim mesma, pru-cósa do post de ontem, hoje acordei impregnada do seguinte pensar:
Inspirada por mim mesma, pru-cósa do post de ontem, hoje acordei impregnada do seguinte pensar:
Pedras que me atiram: junto-as num montinho. Defeco para elas, edificando, assim, o meu montinho de merda personalizado. Devolvo-as, uma a uma, já com os juros e tudo.
Sou tão urbana
Estou no chat e, do lado de lá, ouço cocorocó.
- Ha-ha, uma galinha!
- Não, é um galo.
- Ah, pois é, as galinhas não piam assim...
- ...
- ... não cacarejam assim...
- Ha-ha, uma galinha!
- Não, é um galo.
- Ah, pois é, as galinhas não piam assim...
- ...
- ... não cacarejam assim...
27 de Fevereiro de 1998
Penso em ti todos os dias. Fazes-me a mesma falta que fizeste a partir do momento em que soube que nunca virias. Disse o médico, com uma cara muito séria, Não encontro batida cardíaca. Os médicos dizem as coisas mais sérias com caras tão sérias, que uma pessoa não os leva a sério. Depois percebi que só o meu coração é que batia e, se tivesse sabido antes, nem esse. O teu coração parado, o meu a parar, de te saber ali, a ter que arranjar
maneira de me separar de ti, e a não querer. Queria dar-te vida outra vez, operar o milagre da reconcepção, as mães tudo podem, até reconceber. Uma boca desdentada. Era assim que eu me sentia. Ia na rua com a sensação que me faltavam os dentes da frente. Incompleta. Toda a gente olhava para mim e notava que me
faltava qualquer coisa. Barrigas a crescerem à minha volta, a minha plana. Estou grávida da cabeça. Agora estou de quatro
meses. Já se começa a notar a minha barriga, tenho que usar roupas mais largas.
A cabeça de quatro meses, o ventre liso, enquanto tentava esvaziar o balão que tinha cá em
cima. Enquanto tentava esvaziar o vazio que tinha na barriga. Cada vez que olho para eles, vejo-vos a todos. Sem nunca te ter visto, visiono-te perfeitamente, dentro do grupo. Mas há dias, como hoje, em que as imagens não te incluem, volto a ser a boca
desdentada, e sei que falta ali um.
Tears in heaven.
26/02/2015
E quando tens um lapsus linguae
que já não tens no word porque te chegou e sobrou, durante uma época da tua vida em que trabalhaste com bancos, e escreveste, vezes a mais, a palavra conta sem o T, e resolveste, por isso, ter uma opção de correcção automática, em que te basta digitar ct para te aparecer a palavra conta,
mas, mesmo assim,
sem tu mesmo conseguires explicar como,
sai-te a bela frase, proferida oralmente (chiu)
Eu tomo muito bem con(t)a de mim
...
o que, já de si, e dito daquela maneira, entra em directa e flagrante contradição com o conteúdo da frase?
Hã?
Foi bonito. Genital, pelo menos. E, para variar, feminino.
Mostramos o peito ao blogger ou não? Quem é que tem tomates?
Ando para aqui a germinar umas ideias anti-medida de fechar blogs ao público, avisada pelo blogger a alguns blogs, na passada segunda-feira.
Eu não recebi o aviso, porque, pelo menos por enquanto, ainda vou podendo meter aqui os meus genitais, denominar a isto o meu buraco, chamar cabrão ao meu boi de quatro rodas e puta à minha vida de todas as vezes que se me apresenta uma puta de uma pedra no caminho - que eu, cândidamente, e com a carinha, repito, de anjo devasso que o de lá de cima me ofereceu de bónus, logo após me construir com este corpaço, vou amontoando, num montinho de merda (lá está outra coisa que vou podendo dizer as vezes que me apetecer, merda-merda-merda), para, um dia, devolver uma a uma -, e só não digo mais vezes aquela palavra começada por car e acabada em alho porque não gosto de distratar o órgão genital masculino, tão bonito e prazeroso, e que tanta falta faz a tanta gente, o que é muito diferente de considerar que um bom barrote pelos canais anais acima de pessoas como estas, de onde saiu a medida anti-bloguista em questão, é que era uma medida, se não de higiene mental, pelo menos de saúde pública, para acalmar afrontamentos puritanos e outros pruridos beatificantes do mesmo género.
No entanto, solidarizo-me. Não posso aqui afirmar que frequento com assiduidade blogs com gente nua, mas também só não o faço por motivos absolutamente pessoais, que nada têm a ver com pudores ou vergonhas, que isto, na minha idade, já é cena que não assiste há qu'anos e ai de quem me venha cá com a merda da conversa que ai eu cá não porque a santa madre igreja e o genital. Simplesmente, e atendo-me apenas ao meu caso concreto, dá-se que não me interessa especialmente ver gente gira toda nua, pois que basta despir-me ao espelho e tenho o assunto arrumado, diante daquilo tudo, chego a ouvir as minhas próprias exclamações de espanto e consideração "Mas como é que é possível?", "Agarrem-me, senão desgraço-me", e "Não fosse eu heterossexual empedernida e já ias ver. Ó boa.". Portanto, vou pouco.
Abstraiamo-nos da questão jurídica inerente ao assunto - que, parecendo que não, é a mais importante no meio disto tudo, e está absolutamente desconsiderada. Ou seja, temos uma empresa norte-americana a tomar uma medida violadora de um princípio fundamental, constitucionalmente consagrado pelo Direito português, que é o da liberdade de expressão. E outros violará, mas este será , talvez, o maior estandarte, e aquele de que me lembro já-já. E digo abstraiamo-nos, porque, conforme sabem, eu exerço a profissão de empregada doméstica, tirei a 4ª classe na escola rural à noite e prefiro passar a questão para quem de direito, ou melhor, de Direito.
No fundo, este post é uma auscultação: vamos deixar chegar o dia 23, ver fechar blogs (que ficam confinados a convidados, ou seja, mortos), ver limpar outros blogs, ver a blogosfera portuguesa reduzir-se a generalistas, culinária, baby e poesia (não erótica, ou, pelo menos, não ilustrada)? Ou vamos a uma acção concertada, massacrando o blogger com um texto comum (tratando-o como ele tratou os bloggers portugueses, exactamente com a mesma deferência pessoal), com um header comum, com um painel na barra lateral, com uma imagem de perfil comum...
Não tenho mais ideias.
Alguém?
Sim ou não?
E, se sim, ideias...?
Será que os senhores da América lêem francês?
25/02/2015
Mg não mente # 3
Criei um perfil para nossa campanha BILF 2015.
Arrefinfei com ele nos seguidores de nosso candidato, uma vez que já lá andavam 68 e já só faltava um para ser um número que produzisse uma certa magia eleitoral.
Fui eu.
No entanto, o Escriba queixa-se de ter passado uma noite em claro. Diz que lhe dói tudo, ou assim. Eu, sinceramente, não duvido. Parecendo que não, estas coisas puxam pelo corpo de uma pessoa. E quem já não vai para nova sou eu. Esta campanha está a esgotar-nos.
Mas eu acredito numa grande vantagem, e numa brilhante apoteose.
~
De seguida, vou pô-lo a seguir-me a mim mesma.
Depois, esta espécie de bandeira de campanha, seguirá vários outros blogues.
Isto é de loucos?
É.
Teste ao blogger
É só para aferir um determinado critério, e quais os seus parâmetros.
Como não recebi o tal aviso...
Como não recebi o tal aviso...
A ver se estas entram todas na categoria de "alguma nudez em circunstâncias artísticas, educativas, científicas ou documentais", ou se voltámos ao Estado Novo e se António Oliveira, afinal, não está em Santa Comba tão sossegado, ou se houve um terramoto de noite e, afinal, Riade fica aqui tão perto, ou se há ervas daninhas que, por mais que queimes...
As hipóteses são inúmeras.
24/02/2015
Ó Irina, chhhhh, rio abaixo, rio acima, chhhhh, vou abrir uma torneira, chhhhh
Duas gajas boas, no mesmo dia, no meu buraco, não meto.
Por isso, peguem mas é o link, que ilustra o meu texto e já está de bom tamanho.
Irina Shayk apresentou-se na cerimónia dos Oscars toda nua.
No entanto, e visto que, à saída de casa, corria uma brisa, ainda agarrou num par de collants e puxou-os até ao pescoço. E um tuno, que cantava em coro Eu gosto dessa mulher, ao vê-la passar tão delgada e roxa da aragem, amandou-lhe com a capa à entrada do Kodak. Só isto explica aquele f(l)ato.
Pergunto-me como é que se faz chichi com este coiso em cima do pêlo.
1. Não se faz chichi;
2. Faz-se chichi, à vontade, mesmo com ele posto. É indiferente que fique molhado e a cheirar porque, na verdade, metade é uma redezinha;
3. Faz-se chichi, aos pinguinhos, ora aqui um, ora ali outro, até completar, discretamente, uma mijinha;
4. Antes de o vestir, está-se três dias a diuréticos, esvaziando, assim, a bexiga, a expoentes máximos, que é para evitar;
5. Vai-se algaliada e esconde-se o saco na parte opaca;
6. Leva-se uma fralda, que prende só de um lado (again, o opaco);
7. Dança-se aquela dança dos aflitinhos;
7. Dança-se aquela dança dos aflitinhos;
8. Vai-se à casa-de-banho e pratica-se, definitivamente, a nudez total.
Outra dúvida me assalta, à mão armada: e cocó, Irina?
Estou sempre alegre. Essa é a melhor maneira de resolver os problemas da vida – Charles Chaplin
Um mantrinha que, no fundo, mais não é senão uma boa desculpa para me exibir mais um bocadinho.
Ah, não, é verdade: aquela ali é uma miúda gira, de 20 anos, que estava a ver-se ao espelho num espelhinho pequenino (jovens...), enquanto eu, badochíssima, tirava o retrato. Assim está melhor.
23/02/2015
As lágrimas amargas de Nani da bola
Baralhada, eu?
Finalmente, tenho disponibilidade para me debruçar sobre as farpelas dos Oscars de há umas horas. Blogger que é blogger, se não fala nisso, não é cá da malta, e eu não sei bem o que quero desta vida.
Porém, vou poupar-vos aos vestidos giros. As giras, bem feitas, bem vestidas e, principalmente, as que juntam tudo em uma, corri com elas daqui para fora, que, no meu buraco, a diva de Holly e Bolly sou eu e mais nenhuma, e não há pares melhores do que os meus, quer se fale de olhos, de pernas ou do que for, pulmões e rins incluídos.
Poupo-vos ainda, em calhando, aos nomes das raparigas, que eu sou péssima para nomes (eu sou a pessoa que apresentou uma morta a uma pessoa viva, só porque lhe troquei o nome, nada de extraordinário, em se tratando de mim, não fora o facto de o ter feito diante da neta da morta, pá, calem-se) e, a menos que constem da legenda, deixo fugir os nomes de toda a gente. Façam como eu faço, se quiserem saber de quem se trata, uma vez que a possibilidade de clicarmos em "pesquisar esta imagem no Google" é nossa amiga. Muito me tenho divertido eu com essa coisinha, a descobrir quem vai buscar o quê aonde, para posts e imagens de perfil. A sério, é giro, está lá tudo, o Google bufa-se num traque.
Ai.
Não tomei café.
Ora atão:
Miss vestido preto,
estão todos proibidos de me perguntar o que genitais fiz eu ao meu cabelo. Acabou-se-me a laca, o supermercado estava fechado, e tive que usar betume. Invejosas.
Miss Pirómana,
eu vou incendiar aquela merda toda, e amanhã de manhã, as gajas em Portugal não falam de outra coisa. Até porque o meu cabelo lembra quelque chose da Nazaré lá deles.
Miss Que Chatice,
já não se pode estar com o período em paz? Mas nota-se? Nota-se, como? Oh. Parvos.
Miss Tanque,
não há meio de o MQT me oferecer uma máquina de lavar roupa. Não tarda nada, tenho braços de lavadeira. O cabelo, apanhei em casa, mas chove-me na casa-de-banho, ficou assim. Mas está querido, não está?
Miss Só Pude Depilar Uma Perna,
por isso vim como a Jolie aqui há uns anos, e está a correr bem. Devia ter metido uma camisolinha interior, que está um griso do genital, mas agora já está.
Miss Paguei à Depiladora a Meias ca Chrissy,
mas ainda me sobraram uns trocos para ir à dóna Lina fazer as unhas e o cabelo. Tá fixe, ó quê? Hã? E a posição do pezinho? Treinei durante dois meses, óviram?
Miss Chefe de Sala, Prince, Ringo Starr, wtf
Miss Vou Manter Semblante de Psicótica Porque Era de Psicótica o Meu Papel,
e eles têm que acreditar que eu sou mesmo assim. É que ainda não há psicóticas que cheguem em Hollywood, designadamente a Zeta Jones, de mim separada à nascença.
Miss Fartei-me de Ser Sempre a Mais Gira,
e hoje vim de Calígula. Adaptei o lençol e meti-lhe o laço, não ficou meio Chanel? Não? Oh. Parvos.
Miss Já Tou Habituada
a ser o disparate dos pés à cabeça, mas vivo feliz. E só tenho acessórios lilases, lá em casa. O cabelo? Inspiração Úrsula, claro. Sou tão femme-enfant. Pró ano venho de Ariel.
Miss Ó Pá Toumacagar,
sou uma senhora, visto o que quero, faço o que quero, digo o que quero, e ai das gajas. Amanhã é tudo a pôr likes, armadas em que percebem de classe, e eu ó pá toumacagar.
Miss Robe Mainteau,
quem dera à Marlene Dietrich este charme todo. Alevantei-me com dores nos calos, ca anca meio empenada, passei uma escova no cabelo, olha, e vim com o peignoir que estava pendurado da porta. Já não dou para mais.
Miss Tapei o Decote,
era o que mais faltava agora, verem-se-me as mamas. O cabelo foi aquele bruto que mo pôs assim.
Miss Tira-me o Retrato Tipo Agora,
porque daqui a 4-3-2-1 segundos a cauda aumenta de tamanho e ah, a ver se não vem aí outro engraçadinho a pisar-ma...
Misses Dupont e Dupond
Miss Ó Pá Látãovocês,
é sempre a mesma merda, mas porquê, só estou com uma crise de prisão de ventre e 14 dioptrias, onde é que está o botox nesta equação? Ah, e trouxe a mala das ferramentas, porque nunca se sabe.
A noite dos Oscars 2015 - uma opinião como outra qualquer, mas com valor intrínseco
Era a brincar.
Eu é que sou má.
Vá, e agora chiu, que não quero aqui chavascais clubistas.
Cá beijinhos verdes.
22/02/2015
Eu não sou esquisita, mas vivo cenas
Fiz o registo num site, com o mail lindaporca.
Nome próprio, Linda.
(até aí, tudo bem)
Apelido, não quis pôr Porca.
Pus Estrume.
E recebi logo um mail.
Linda Estrume.
Não sei o que sentir.
Diálogos à sombra # 3
Parque das Nações, Expo para os amigos, polícia por todo o lado. Passo, ao todo, por três brigadas.
Atentado? Ameaça de bomba? Fiscalização do pagamento do selo? Qual selo? Fonix, tem uma pessoa o vidro cheio de selos, qualquer dia não se vê nada para a frente, com tanto imposto a toldar-nos as vistas.
LP - É verdade, são as brigadas anti-droga. Agora andam numa acção de fiscalização. A mim não me mandam eles parar...
Ela - Porquê?
LP - Porque eu não tenho cara de traficante de droga. Tenho?
Ela - Eles não viram Weeds o suficiente.
LP - Pois... não, de certeza.
E é que eu concordo com ela.
Eu gostava era de ter fungos nas unhas dos pés/Um post onde LP escreve a palavra pénis
Uma pessoa leva chinelos para tomar banho no giná, drivados de ficar a precisar, mal assim acaba o treino.
Só que, como sofre do síndrome da PDM, não pode levar um chinelo qualquer, sabem porquê? Porque não tem um chinelo qualquer. Porque ó, se é para calçar o chinelo, ou se é para lhe fugir o pé para lá, ao menos que seja um chinelo Prada. Ou Valentino, também pode ser.
Não são Prada, mas são Havaianas. Ou eram.
E também não são Havaianas low cost, são - eram - high cost. High heel-high cost, right, man? Right.
Genitais.
Ontem esqueci-me delas no giná.
Não duvidando que fiquei, definitivamente, sem elas, hoje levei outras, mas, pelo sim, pelo não (expressão da qual desconheço o significado, mas, ainda assim, muito utilizo), fui perguntar por elas.
Quem me ficou com elas não equaciona a possibilidade de eu ter as unhas dos pés cravejadinhas de micose e fungo. E pé de atleta nas plantas e entre-dedos.
Por acaso, não tenho. Não calhou.
Mas desconhece profundamente que eu pratico aquele momento de puro prazer e alívio, mal chego ao duche, resolvendo, de pé e em poucos segundos, aquilo que Freud chamava A Teoria da Inveja do Pénis.
Estou tentada a deixar este cartaz no balneário:
21/02/2015
Notícias do meu boi
O bicho leva cascos especiais e difíceis de encontrar. Tem a mania que é diferente. Levou os dois da frente novos, porque só um podia fazê-lo desequilibrar-se.
A mim, na minha incomensurável ignorância, e infinita bondade, basta-me saber que não projectei a pedra contra ninguém.
O meteoro bateu-lhe por baixo, também, junto à protecção do motor. Podia ter furado. Podia ter dado no ratere. Podia ter partido o eixo. Tudo isto, segundo o mecânico, que, como é sabido, é catedrático no que nos podia ter acontecido, mas, afinal, não, e, mesmo que tivesse acontecido, estava cá ele para remediar e esmifrar-nos a carteira com igual dedicação.
A mim, na minha incomensurável ignorância, e infinita bondade, basta-me saber que não projectei a pedra contra ninguém.
Recuperei as asas, com os cascos novos do meu boi.
De qualquer maneira, não seria isso que me impediria de ir matar as minhas saudades.
Que eu, quanto a essas, sou uma assassina sanguinária.
Que eu, quanto a essas, sou uma assassina sanguinária.
Espelho, espelho meu
A pedido de várias famílias:
A malita ficou beneficiada na imagem real.
O cabelo mantém-se mais ou menos no ar.
De resto, engordei 2 quilos desde ontem.
Chiu.
Autoimagem distorcida e imagem real.
A malita ficou beneficiada na imagem real.
O cabelo mantém-se mais ou menos no ar.
De resto, engordei 2 quilos desde ontem.
Chiu.
Posso não ser ladrona, mas também não sou parva
Pilates não me preenche. Gosto, mas não me enche as medidas. Não sei bem que paralelo fazer com outra actividade física prazerosa, mas é isso, seus devassos. Aquela sensação de ahhh, que pena... falta aqui mais qualquer coisinha...
Respira, espreguiça, estica, ponte de ombros, aperta as pernas, aperta as nalgas, a cena do soalho pélvico, muita calma, muita gente a gemer e a desistir a meio dos movimentos, parece o rescaldo da batalha da Normandia, um ferro dos genitais, como diria, em parte, o Ega. Eu não vou para lá para ouvir as queixas dos outros, que não sou médica, olha agora. Parece que estou numa aula da terceira idade, mas feita por gente nova e sem tomates.
Vai daí, saí da aula e fui meter-me noutra, intervaladas por dez minutos uma da outra.
Resolvi tomar um café e dirigi-me à máquina, que fica em frente do balcão da entrada, para tirar a bica. Levava uma moeda de 2 euros, que meti na ranhura. Café longo, sem açúcar, que eu tenho a mania das grandezas. "Indisponível". Ok, café normal, sem açúcar. "Indisponível".
Genitais.
Carrego no botão para reaver a moeda e saem quatro de 50 cêntimos. E, porque nunca posso ficar calada,
- Esta não dá café mas, em compensação, dá moedas.
- Mas eu acabei de tomar um café - diz-me a do balcão.
Bom. Ia começar o diálogo inútil, quando eu até estava a falar sozinha.
Ela acabara de tomar um café.
Portanto.
Era impossível a máquina não ter café. A máquina é um alambique inesgotável de café. E eu, uma burra, a quem só falta zurrar - hii-hoon.
- Talvez signifique que você tirou o último café.
Pego nas quatro moedas e afasto-me da máquina. Mas o destino reserva-me coisas.
- Então, meteu uma moeda e saem-lhe quatro, e vai-se embora, assim?
- E vou-me embora, como?
- Com as moedas... elas já estavam na máquina...?
Alto. Pára tudo. A mesma pessoa que não alcança a possibilidade de ter tirado o último café da máquina, também acha que:
a) A máquina dá dinheiro;
b) Alguém deixou moedas na ranhura e eu estou a ficar com elas sem lhas ir entregar a ela;
c) Eu tenho o dia todo para lhe explicar lógica matemática;
d) Eu tenho o dia todo para travar diálogos inúteis;
e) Trago estampada cara de parva;
f) Trago estampada cara de quem precisa de conversar;
g) Ela própria é um ser iluminado.
- Se já estivessem, naturalmente que eu não lhas ia entregar a si. Mais: já não arredava pé da máquina, não lhe parece?
Ainda lá está, com toda a certeza, a fazer o pino de costas para a máquina, à espera que a ranhura de devolução de moedas faça dela mealheiro.
20/02/2015
Tolhi-me de cultura, ao nível da doença mental
Toda a vida lidei com a doença mental de perto, por via da profissão da minha mãe. Hoje fui ver uma exposição sobre o assunto, denominada Loucamente.
A exposição não me trouxe grandes novidades na compreensão da doença mental, mas não é, por isso, menos interessante. Ou seja, aquilo que eu sabia, confirmei: que quase todas as doenças mentais são orgânicas, o que é bastante redutor se quisermos estudar o funcionamento do cérebro. Porque, se sabemos, à partida, que aquela pessoa tem aquele comportamento porque tem uma área do cérebro comprometida por doença ou acidente, a pesquisa pára ali. Já não há nada para compreender, desde o momento em que uma coisa é causa da outra. Muito diferente é estudar ou tentar perceber o comportamento, os medos, as euforias, os sonhos de uma pessoa sem doença psiquiátrica. Ela não está condicionada por nada que a tenha afectado, só é assim por questões genéticas, educacionais, culturais, às vezes geográficas, etc. Aí sim, o estudo dos meandros do cérebro deve ser fascinante.
O que é que determina que duas pessoas, educadas pelo mesmo pai e pela mesma mãe, na mesma casa, na mesma época histórica, com acesso aos mesmos estímulos intelectuais, etc., tenham carácteres tão diferentes? Como quaisquer dois irmãos, por exemplo, que partilham, entre si, um código genético que é mais semelhante do que com qualquer outra pessoa. E por que é que um se ri de umas coisas e o outro de outras? Por que é que um se zanga tantas vezes mais do que o outro? Por que é que um se passa da cabeça e o outro não?
Tudo questões da minha loucura.
Enquanto não as consigo resolver, ponho-vos aqui umas fotinhas um bocado spoilers, mas podem sempre mudar de canal agora.
Sala da psicose.
(perdeu-se aqui uma grande psiquiatra. Ou uma boa maluca)
Espelho da autoimagem distorcida.
Diz que eu me vejo maior do que sou na realidade. Mentira. Eu sou daquele tamanho.
Ou estou pior?
Sala de simulação da família com o pai deprimido.
Este é o pai. Só swag.
Não lhe vi a cara, e achei melhor não espreitar. Ainda desatava a chorar (eu).
Just checkin'.
Há mais disto do que se imagina, e elas andEm aí.
A máquina trituradora de problemas.
1. Escreves teu problema num papelinho;
2. Enfiaziú na ranhura;
3. A máquina tritura-o.
Libertador? Não.
Esquisito? Sim.
Um sonho impossível de tornar realidade. Frustrante, portanto.
A possibilidade de pormos nosso rosto no quadro de Munch, O Grito.
Não fiquei nada favorecida, que maldade.
Favoreci foi o quadro original, com este narizinho que dá gosto.
2. Enfiaziú na ranhura;
3. A máquina tritura-o.
Libertador? Não.
Esquisito? Sim.
Um sonho impossível de tornar realidade. Frustrante, portanto.
Não fiquei nada favorecida, que maldade.
Favoreci foi o quadro original, com este narizinho que dá gosto.
Aquela cena de exprimires o que estás a sentir no momento.
Olhem, não me ocorreu nada melhor.
Quero ir para a praia, genitais!
Isto sim, é informação útil.
Quais agora minhocas na cabeça.
Quando Murphy te quer uder, ode-te de qualquer maneira
Estás com a gasolina à pele. O ponteiro encostado, o aviso à mostra, impossível não dar por isso de cada vez que ligas o motor, porque ouves aquele piiiiii.
Tens uma bomba de gasolina a 1,5 km. Se não abusares da velocidade e do ar condicionado, ainda pode ser que lá chegues sem ter que empurrar o boi uns metros.
Estás à mesma distância de casa e, ainda com mais sorte, podes arriscar levar o carro até casa e pode ser que a gasolina dê para chegares à bomba amanhã de manhã.
Amanhã tens ginástica às 9:30 e estás farta de correr para chegar a horas à aula.
Decides ir meter gasolina, para teres menos uma porrinha amanhã de manhã.
Pisas uma pedra pedregulho rochedo meteoro e o pneu da frente rebenta.
(Só não fez bum. Só não explodiu. Mas a jante ficou logo a lamber o asfalto)
Os 500 metros que faltavam para chegar à bomba e os 1500 que distam da bomba a casa foram feitos a quatro piscas e em primeira.
Se eu não tivesse ido meter gasolina, não rebentava o pneu.
Se eu não tivesse ido meter gasolina, amanhã empurrava o carro até à bomba.
Com o equipamento do ginásio vestido.
Descobri-me um novo talento # 5
Personalize funny videos at Bombay TV by Graphéine - Agence de communication
Estive a meter etiquetas no meu buraco
e este estúpido do blogger, não só me assumiu 80 posts novos (ou para aí, não sei quantos etiquetei), como também me actualizou a data de uma série deles, e pôs, como publicados hoje, posts de Abril de 2013.
E não, não sou eu que não sei o que estou a fazer.
Também acordei sem inspiração. As saudades formam uma película fininha, à volta do meu neurónio sobrevivo, tipo papel aderente, que me tolda qualquer rasgo de criatividade. Mesmo aqueles que eu acho que tenho e ah, olha, afinal só eu é que acho piada a isto.
Tinha uns temas para desenvolver, mas são tão fracturantes, que olhem, andar cá para levar na cabeça é que não sei se me apetece por hoje. Era sobre anónimos, e isso. E sobre esta cena das greves à sexta-feira. Mas depois apanhava com anónimos, lá está. E hoje, não estando em estado zen, não me está a apetecer chatear-me com isto.
Vou mas é ver filmes indianos.
19/02/2015
Eu tenho problemas com tudo # 3
Ainda não me consegui adaptar à lei dos sacos e já ela tem 4 dias.
Comprei um saco horrendo no Continente, preto, com um coração em forma de massas (dessas que se comem. Nem sei por que é que estou a explicar isto) e recebi um talão para, na próxima compra, me darem outro saco. Fiz boquinhas e bati as pestanas, e como isso é coisa para resultar tipo 100 % das vezes, vim munida de dois sacos, sendo que só paguei um, embora ambos horrendos. Olhei em volta, e o povo transporta os sacos na mão, no cotovelo, a meias com outra pessoa, cada um a segurar uma asa, mas eu inaugurei o Porca Style com o meu, e saí de lá a arrasar de charme hipermercantilista, com o meu saco ao ombro.
Mas hoje aterrei na mercearia do meu bairro, onde, conforme sabem, o Avelino me avia com pepinos. Por falar nisso, os pepinos estão enormes. Trouxe de lá dois com um comprimento e diâmetro tais que, se eu não fosse menina para tratar daqueles dois assuntos sozinha, davam para alimentar uma família de nove bezerros desmamados durante três semanas. Pelo menos.
Devem ser do Entroncamento.
Acabei as minhas compras, quando me perguntam, na caixa, se quero sacos.
Ora, eu trazia comigo: 3 kg de batatas; 1,5 kg de cenouras; 0,5 kg de abóbora; 6 ramos de brócolos; 2 embalagens de alho em pó; 2 kg de maçãs; um cacho de 8 bananas; 1 kg de peras; 1 molho de coentros (que, parecendo que não, também contribui), 2 alfaces e os 2 pepinões.
Eu sei que é tudo muito fálico. Safa-se o alho. O alho, genitais.
E ela pergunta-me se eu quero sacos.
Resposta correcta? Claro que não. Levo tudo preso nos dentes, axilas, mãos, e uma merdinha pequena no pescoço. Podem ser os coentrinhos. Calhando, ainda metemos o alho nas minhas orelhas, à laia de brincos.
Paguei a porra dos sacos. Mas verifiquei o seguinte: os sacos não têm buraco.
E protestei:
- Estes sacos não têm buraco!
O espanto, o horror, a incredulidade, a conversa porca.
Mas alguém se deu conta que os sacos do supermercado todos tinham buraco, antes da lei?
Lembram-se da cena "This bag is not a toy"?
Então, o buraco era para evitar a asfixia das crianças. É que parece que as crianças tendem a tentar matar-se com sacos do supermercado. A mim disseram-me para não pôr sacos na cabeça, quando era pequenina, e a primeira coisa que eu fui fazer foi enfiar um saco na cabeça. Se calhar, por isso, é que sou assim. Porém, com a nova lei, as crianças já não vão tender a tentar matar-se com os sacos.
Em contrapartida, já podemos despejar a areia dos gatos e dos passarinhos para estes novos sacos, sem que nos suceda aquela praia no chão da cozinha.
Não percebo nada desta lógica.
Life in plastic, it's fantastic
Esta frase não é minha e não me apetece ir procurar de quem é. Sei que flutua na net, o que equivale a dizer que é de quem a apanhar, como as pombinhas da Cat'rina.
Hoje apetece-me complementá-la com esta - esta sim, de minha autoria.
Alguém conhece assunto mais desopilante que a celulite?
Está uma pessoa triste. Fala-se-lhe de celulite e ela desconcentra-se da sua tristeza.
Está uma pessoa nervosa. Fala-se-lhe de celulite e ela acalma-se.
Está uma pessoa feliz. Fala-se-lhe de celulite e ela passa-se dos cornos.
É sempre um bom tema. Pedrada no charco, inversão do sentido da marcha, volte face.
Pois. E, se fores homem, não me podes falar da tua celulite, não é?
Então, não me fales de nada. Ou, pelo menos, não fales da minha. As montras da farmácia distinguem a celulite entre severa, rebelde, intensa, grave e nenhuma, não é? Parte do princípio que a minha é severa. Ou que eu não tenho nenhuma. Porque eu posso ter as coxas lisas como as de uma criança, ou como as de um homem, mas olha, sou mulher, e é por isso que a puta da celulite veio para ficar e ficou mesmo, como aquele anúncio das carrinhas, que dava quando eu ainda nem sabia o que era a celulite. Celulite são hormonas femininas. É coisa de fêmea, que só tem metade da população mundial. Depois há as que dizem - e até escrevem - que não têm celulite, sabes porquê? Porque são personagens. Também têm um espelho que lhes diz todas as manhãs "És tu, minha rainha". Ou então, são homens, como tu. Ouvi uma vez uma modelo brasileira, linda de morrer, troncha de suculenta, dizer a um palerma que a acusou, ao vivo, de ter celulite: "Tenho celulite porque sou mulher. Se você vir um mulherão assim como eu e sem celulite, meu filho, saiba que é homem. Isso tudo aqui e sem celulite não é coisa de mulher não, cara". Mas não era nada disto que eu te queria dizer hoje. Queria que soubesses que eu queria ser a Barbie e que todos os dias faço um esforço ecuménico - porque é quase religioso - por ter cara de parva. Que me sabia bem ser oca e bonita, ter um cabelo espectacular e as pernas lisas, de plástico. Não ter barriga, não ter braços de colo, não ter cérebro também. E que não quero que me leves a sério, mas também não brinques comigo. Tu és homem, eu sou só uma boneca, e as bonecas não são para os homens brincarem.
18/02/2015
Morrer de saudades
Toda a minha vida os vi assim, dois namorados, de mão dada na rua, de beijos na boca à despedida e à chegada, a dançarem os discos deles, esquecidos do mundo, na sala da nossa casa. Parece que ainda os estou a ver, agarrados, abraçados, unidos naquela dança que era só um pretexto para se sentirem, e se saberem, tão bem, um ao outro. Um no outro. O quarto deles, a porta fechada à chave, noite após noite, trinta anos de amantes fieis e constantes.
Parece uma bonequinha, só apetece pegar-lhe ao colo.
Aquela senhora tirou-me as palavras da cabeça.
Boneca era o que o meu pai chamava à minha mãe.
Ela apagou-o do discurso. Não fala nele, nunca fala nele, não fala nele há anos. Há tantos quantos os que começou a perder a memória. Quando começou a esquecer-se de tudo, esqueceu-se dele.
Eu não vi a demência. Nunca recebi nenhum alerta, nem nas frases, nem nos silêncios, nem no olhar, nem na postura. Por mais que me mostrem, por A + B, que os sinais estão todos lá, não vejo nenhum. O pior cego é aquele que não quer. Eu não quero. Eu não vejo. Sou a pior cega, porque sei que não é isso. Preciso de outra explicação, mostrem-me lá outro caminho, para eu ter paz. E deixá-la ir ter com ele.
A sua mãe não tem nada, tem muita idade.
Eu sei, eu sei, é isso que a cegueira me deixa ver.
E está a morrer de saudades do seu pai.
Uma caixa de bombons, devorada com sal do meu, enquanto escuto aquilo que já sei e só quero que alguém me diga outra vez, o que a estampa da bonequinha, a quem só apetece pegar ao colo, já me diz há tanto tempo.
Mas ela não fala nele há anos. Só outro dia. Perguntei-lhe com quem é que eu me pareço, e disse-me "Pareces-te com o teu pai". Até fiquei na dúvida se ela não me estaria a confundir com outra pessoa, e deu-me aquela resposta social, automática, para disfarçar a confusão.
Alguma vez a sua mãe deixou de a reconhecer?
Não. Acho que já esqueceu a maior parte das pessoas de que eu lhe falo, mas, a mim, nunca.
Porque você é o seu pai. Você leva-lhe o seu pai. Mata-lhe as saudades que ela tem dele.
Mato-lhe as saudades, mato nada. Tiro-lhe uma gota daquela imensidão do oceano das saudades dela. Não chega, não lhe chega, não chego, ainda assim. E ela está a deixar-se ir, vai ter com ele, para, finalmente, se reunirem naquela dança, pretexto para se sentirem e se saberem tão bem, um ao outro, um no outro, e fecharem, de uma vez por todas, a porta do quarto à chave, o resto da noite, para sempre.
Eu tenho problemas com tudo # 2
Drivadus de comer tanto chocolate
(sei lá se acredito no que estou a dizer)
ou então porque sou uma borbulhenta sebosa
(mas acho que é do chocolate. Cá continuar)
é porque eu tenho uma relação actual com o chocolate que é uma coisa quase carnal. Não, é mesmo carnal. Ainda outro dia almocei uma caixa de bombons às 3 da tarde, cheios de um recheio horrível e lágrimas, e depois comi uma caldeirada de lulas às 5 da tarde como se fosse uma em ponto. E não queria ter afecções das peles.
Nasceu-me uma borbulha no meio das duas sobrancelhas. Com as borbulhas, a minha relação é mesmo praticamente sexual, pois vou-me a elas, aperto-as e troto-as até elas escorrerem e esvaziarem, e a coisa dá-se mesmo até sangrarem. O das sombrinhas é um menino, ao pé de mim. A farra a sério e, no final, quase o homicídio. Muáhá.
Estou a ponto de não poder sair de casa, tamanha foi a desgraça que pratiquei ao nível da minha cútis.
Soluções para isto? Várias. Mas nenhuma me vai devolver a dignidade.
1. Aliso o cabelo, visto um sari e passo, calmamente, por indiana;
2. Passo o dia todo com o dedo indicador em cima da borbulha que, lembro, é entre as duas sobrancelhas;
3. Crio uma situação que atraia as atenções para outro lado qualquer de mim. Tipo um decote até aos pés. E saio para a rua de piriguete (piriguete nunca tem frio);
4. Ponho maquilhagem em tripla camada que, conforme sabeis - e se não sabeis, aprendei - ainda reforça mais o relevo horroroso da coisa;
5. Ponho pasta de dentes, como as miúdas, mas, para parecer que me distraí de manhã, levo a escova de dentes na mão. Não vão pensar que eu sou maluca;
6. Atiro com metade do cabelo para cima da borbulha, comprometendo a visão em terceira dimensão que, conforme sabeis - lá está, aprendei - se perde com um dos olhos tapados;
7. Não ponho nada e cago nisso. Não literalmente (só porque nunca ouvi dizer que fizesse algum bem, senão já iam ver);
8. Não saio de casa e aviso o mundo que, finalmente, tive o tal esgotamento dos nervos que se adivinhava desde que nasci.
17/02/2015
Digam cá
Só eu é que não consigo perceber, nesta época que atravessamos, se algumas pessoas estão mascaradas ou não?
Hoje ainda atingi um extremo mais absurdo, que foi ter visto uma pessoa conhecida - de vista - com uma peruca de caracóis, e não ter percebido que ela estava mascarada.
O momento merdoso do dia
Deu-se agora.
Está a pessoa a gozar de ronha, ainda toda completamente por arranjar. Na minha idade, isto vai por fases.
Tocam à campainha lá em baixo, gritam-me aos ouvidos "Correio!", tento fazer um raciocínio lógico, mas-mas-Carnaval-mas, e concluo que não tenho tempo para mais nada senão para vestir o robe mais sensual que tenho - que é, aliás, o único - por cima do pijama mais absurdo que tenho - que é, aliás, o que tenho vestido. E então, visto-o. Choro mágoas interiores e recalcadas porque tenho uma imagem a defender, não quero que ninguém me veja assim, imagino Marlene Dietrich a fazer o pino na tumba, se calhar vou buscar uma boquilha de cigarrilha, ai ca porra, não uso disso, olho-me rapidamente ao espelho, tiro umas ramelitas, penso que a única safa que tenho é a cara de anjo devasso que o de lá de cima me distribuiu, olho a correr - literalmente, porque já vou para a porta - para o robe, que raio, pareço um proxeneta com ele posto - hehehe, que capacidade tão boa de me rir de mim mesma, um anjo devasso com robe de proxeneta em cima de um pijama parvo, e abro a porta.
Era da Chronopost.
A sorte dele?
A sorte dele era não ser giro.
Porque, se fosse, era hoje que eu deslargava brados de genitália por este prédio afora, acima, abaixo e adentro, e ficavam estes desgraçados todos a saber com que linhas eu me coso, com quantos paus se faz uma canoa, mas era também a queda em cristo de uma grande dama.
Está tudo bem.
Quando acaba bem.
Eu, gatuna, me confesso
Roubei esta frase há anos, e não sei a quem. O Google também não responde às minhas questões mais prementes.
Fiz um quadrinho com ela, baralhei-lhe a ordem das palavras, mas continuo a conseguir lê-la, de forma transparente, sem óculos nem binóculos, se calhar porque lhe conheço a métrica antes da confusão. Não sou só gatuna, sou também batoteira.
Merecia a jaula.
Fiz dela mantra, pensamento recorrente, fio condutor e, em dias de tempestade, pensamento escatológico.
Perdidos estão também os que ainda ou já não conseguem alinhar estas palavras numa frase coerente.
Perdida espero não estar eu nunca, porque enlouquecida não me importo.
16/02/2015
Descobri-me um novo talento # 4
Desculpem. Não ando a conseguir segurar tanta criatividade.
Personalize funny videos at Bombay TV by Graphéine - Agence de communication
Subscrever:
Mensagens (Atom)