Pois bem, ando arredada. Já toda a blogobola deu por ela, não negueis.
Ocupo uma boa parte do meu tempo numa actividade altamente gratificante, não tanto em termos financeiros - é que nasci para rica, mas parece que não vai acontecer -, mas de ficar feliz com o resultado. Que me sai das mãos, que me dá largas à imaginação, que me diferencia e destaca muito mais do que isto aqui. Ainda por cima, não tenho que me exibir, me fazer maior, me revelar culta e bela: sou eu e o meu trabalho. Quanto melhor o fizer, mais terei para fazer. Uma suave bola de neve, toda ela algodão doce. Meti-me no Instagram, numa de divulgação, e tem sido uma revelação antropológica: o Mundo está perdido. Já recebi todo o tipo de propostas, mas é que todo. As mais indecentes têm sido as das parcerias. Nova definição de "parceria", urgente, senhores da Porto Editora: situação em que alguém que trabalha é colocado por alguém que não trabalha, em que o primeiro fornece gratuitamente ao segundo os seus produtos/serviços, a troco de nada, ou de promessas de divulgação [seja lá o que isso for].
Entretanto, comprei uma máquina de costura nova, porque a minha Rabugenta deu o peido mestre. Agora sou a feliz possuidora de Belinda, a Escrava do Silêncio. Continuo, portanto, a atribuir nomes próprios às minhas coisas. Eu sei que se chama personificação, também andei à escola e estudei Português (atentamente, acrescente-se). Deve ter uma explicação qualquer, que não encontro nem quero saber qual é.
Tenho ido a concertos (Mark Knopfler - afinal a acústica do Altice Arena não é má, os técnicos de som de Eltoninho é que não prestam - e Barclay James Harvest) e também ao cinema (destaques para o novo "O Rei Leão" e "Adeus, Professor", apesar de este último ter sido um tudo-nada desilusão, porque eu ia para me emocionar e não aconteceu. Sou uma pedra. Tenho uma pedra no lugar do coração, melhor dizendo).
Agora corro e já não detesto correr. Faço cinco quilómetros uma vez por semana, sempre no mesmo dia, sempre à mesma hora, sempre no mesmo lugar (Estádio Universitário). Em querendo assistir à paródia, é passarem ali 24/24 durante 7, e é possível que, se virem passar uma obesa velha, seja eu. A verdade é que me custa cada vez menos correr, sinto-me muito mais toni, mas acho que não estou. O importante é o sentir, como diria Francineide Carandiru.
Também tenho dançado bastante. Pela primeira vez em vários meses, consegui acertar todas as coreografias de uma aula de Aeróbica, e isso desacertou-me o relógio mental para a grande dúvida que ainda persiste: foi uma aula mais simples ou passei o patamar dos passos pedidos?
Quanto a férias, são uma realidade que não revelo se ainda para lá vou, se já cá estou, se já lá fui. Desculpem, tenho que ter o meu espaço reservado uma vez na vida, e acontece que esta posta já está de bom tamanho.