29/09/2020

Espaço vital?

Então, acabara eu de tomar lugar numa fila, acompanhada da minha criança mais velha, não sem antes termos sido advertidas pelo segurança de que devíamos desinfectar as mãos e manter a devida distância dos humanos da frente, já eu me considerava muito bem instalada aguardando a nossa vez, mirando o horizonte dianteiro e traseiro com vista a perceber quantos faltariam e também quantos esperariam mais do que nós, quando chegaram duas namoradas, que não só se nos colaram às costas, como também se colaram uma à outra, nuns meles efusivos de dar gosto a uma fábrica de cola. Ora, se a memória não me falha por muito, já aqui afirmei bastas vezes que tenho zero preconceito com as sexualidades de cada um, professo mesmo a fé de que cada qual deve levar ou meter-se onde mais lhe aprouver, desde que 1. O faça com consentimento do(s) outro(s); 2. Seja feliz; 3. O faça dentro de portas. A mim encanitam-me essas manifestações de afectos/ tesões/ lá o que é, porque fora fazer chichi e cocó, não há nada de mais urgente que possa acometer um animal, e eu, por exemplo, não defeco no meio do passeio, daí que faço votos para que ninguém fornique na via pública, ainda para mais se se põe a resfolegar no meu cangote, como era o caso. No entanto, o que deveras me preocupava no momento, era a não distância que as duas guardavam de nós, somada ao total alheamento que o tal dito segurança da porta dedicava a este assunto. Fico sempre sozinha nas merdas. Bom. Percebi então que elas, lá no meio dos suspiros e dos abraços, falavam Espanhol (tipo “Ai, sí, cariño”) e, como não quis estar a repuxar das pontas da minha memória e já bastou o que bastou daquela vez, fiz um gesto largo com o braço, apontando para o chão, e ordenei: “Distância!”. Não sei se perceberam o motivo, mas afastaram-se num quase encarpado à retaguarda. E depois uma delas, mais macha, desatou a lançar-me olhares lascivos, enquanto voltava a snifar-se no pescoço da outra, como quem diz:  “ O que tu queres, sei eu, ruga preconceituosa”, quando, na realidade, o que eu quero mesmo, mesmo, efectivamente, a sério, é adquirir o direito de enfiar duas chapadas a cada pita que, só porque se apanha longe do ninho, solta a franga e acha por bem desrespeitar todas as regras de civismo à custa da p. da bandeira do preconceito. Não peço mais nada senão isso. É pedir muito?


27/09/2020

Queridas influencers das nossas vidas,

Diante e apesar da remota possibilidade de alguma de vós até vir a ler estas modestas, porém sábias palavras, venho por este - igualmente modesto, porém sábio - meio aconselhar-vos, se é que tal me é permitido, a, no momento em que - lá está - aconselham por vossa parte determinada (marca de) maquilhagem ou tratamento de estética, ou apenas e tão só fazem glória do quão bem lidam com as tintas e os pincéis em vossas cútis, de duas, uma: ou não usam filtros (cuja designação aparece ao alto de vossos posts), ou arranjam meio de essa referência desaparecer lá para o espaço sideral, conjuntamente com vossas rugas/ imperfeições/ traços de que tod@s padecemos a partir dos, vá, vinte anos de estadia cá no planeta. Vamos assumir que tod@s ficamos com menos vinte ou trinta na idade, desde que também usemos os tais filtros. Fala-vos a empírica, vos garanto que já experimentei e oh, maravilha!, nem é necessário botar o creme de duzentas mocas para parecer uma criança acabada de deslargar os cueiros da adolescência. 

Tenho ainda a dizer que, efectivamente, me sinto influenciada por vossas opiniões, mas no sentido inverso, pois que, dessa forma, e quanto a mim, lançais em descrédito toda e qualquer marca de besuntas para o rosto, e em crédito todo o poder da edição de imagem - que é, vá-se lá perceber, gratuita.

E aos da teoria da conspiração, que nem vos passe pelas tolas tolas que esta possa ser uma manifestação de despeito/ orgulho ofendido/ inveja “da boa” (um dia vou dedicar alguns minutos a tentar perceber este conceito)/ ciumeira da má, uma vez que não tenho como objectivo de vida tornar-me conhecida, ainda menos à custa de mostrar “inadvertidamente” um nico de maminha ou de nalguedo. Opções.

Agora posso ir andando, um tudo-nada mais clean.


24/09/2020

Tele-visiva

Então, vamos lá a isto: o relato da minha aparição - não vestida de roxo - no pequeno ecrã, ou na smart TV, conforme preferirdes. Agora já posso, pois que passou para lá de uma semana, e já não corro o risco de que as hordas de fan(ático)s que me perseguem façam scroll no menu, uma vez que a gravação automática do evento foi-se para todo o sempre.

Foi no último dia da Feira do Livro, deambulava eu com três Antónios ao colo (“A ordem natural das coisas”, “Eu hei-de amar uma pedra” e “Tratado das paixões da alma”), quando fui abordada por uma jornalista que quis saber a minha opinião. E eu, abnegada, forneci-lha. Hei-de ter dissertado aí um minuto e meio, quem sabe dois, mas só se aproveitaram oito segundos da minha eloquente prosa. Isto porque - compreendi mais tarde, ao visionar a peça - o objectivo das perguntas da dita senhora era que eu respondesse que a Feira estava cheia de pessoas e que era um perigo e blás, mas olhem, deu-me para tudo, menos para isso. Para já, estava preocupadíssima porque tinha apanhado o cabelo num cagalhoto super mal feito, derivados ao calor (aquela zona tem um microclima, nada explica que, seja Maio ou Setembro, ora chove, ora assa), e apercebi-me que ia falar ao país naquela figura de quem tinha acabado de estender a roupa e assado uma perna de borrego. Então, ela iniciou a reportagem questionando-me se notava grandes diferenças nesta Feira em relação às anteriores, e eu, que devia ter gemido “Ai, que perigo, tanta gente, vamos todos morreeeeer”, limitei-me a dizer que a maior diferença que constatava era a do tempo, por estarmos em Setembro. Só assim para quebrar o gelo. Notei-lhe um semblante preocupado, mas prossegui impassível, quando ela me lançou a segunda bisca: “E em relação às anteriores, sente o mesmo à-vontade que sentia?”, e eu, que era suposto miar “Ai, não, estou cheia de medo, onde é que é a casa-de-banho?”, disse assim: “Sinto, de resto, venho cá sempre fazer a mesma coisa, comprar o mesmo autor, isto é uma ideia fixa”. A da câmara ainda filmou os meus Antónios, mas é como vos conto: só aproveitaram a parte em que eu disse “Obviamente [sou tão intelectual] que está muita gente”, mas digamos que o afirmei completamente fora do contexto que ela posteriormente lhe deu.

Efectivamente, estava bastante gente, só faltaram os que iam para lá empurrar o carrinho do bebé, arrastar os pés, comer algodão doce ou bifanas de Vendas Novas, enfim, os que iam para ver e ser vistos.

21/09/2020

Eu sou só uma gota no oceano

Escrevo estas amargas palavrinhas ainda sob o efeito dos nervos.

Chego à estação dos Correios e tenho quatro pessoas à frente. Tranquilo: quatro, com três balcões abertos, é espectável que seja rápido. Ilusão de óptica, foram quarenta e três minutos. 

Tinham passado cinco minutos, saem duas funcionárias para ir ao parquímetro, cigarro e café. Eu vi. Dois minutos depois, sai mais uma. Então, começo a acentar horas no meu telemóvel, só naquela. E, entretanto, canso-me de esperar. Eu, e mais todas as pessoas que foram chegando, de entre as quais uma senhora com mais de oitenta e as perninhas ligadas com meias cirúrgicas (podia ser a minha mãe), e um casal, também nessa faixa, que se sentou no parapeito da montra, por óbvia dificuldade em esperar de pé (podiam ser os meus pais). Os minutos foram passando, as damas não voltavam da bica, e chegou mais uma senhora de idade. Perguntei-lhe, então, se tinha tirado senha prioritária. Que não, que não existe prioridade para a idade. Fui dentro da estação e perguntei pelas senhas da prioridade - ia tirar três seguidas, para distribuir -, mas ali, naquele local, deixaram de existir tais senhas. Respondi que estavam três pessoas de idade à espera lá fora, a pespineta diz-me que a idade não é prioridade, e eu passo-me. Explico que a lei determina que os maiores de sessenta e cinco anos e com manifesta impossibilidade de esperar pela sua vez têm que ser atendidos com prioridade sobre os restantes. Mas parecia que era uma louca a pregar no deserto. Vim cá fora e disse às senhoras que entrassem. Nessa altura, apanhei com uma estúpida, que tinha a senha imediatamente anterior à minha, que me disse para me calar, antes que se aborrecesse comigo. Sinceramente, era o catalisador que eu precisava para incendiar aquela m. toda. Até gargalhei na cara dela, se isto é possível. Perguntei-lhe se ia para nova - o que, claramente, não está a acontecer -, e que, caso tivesse dúvidas, chamasse a Polícia, que talvez os agentes lhe explicassem melhor a lei. E fui reunindo todas as minhas forças para a argumentação indoor. 

Uma das funcionárias chegou ao fim de vinte e quatro minutos; outra, ao fim de vinte e sete; da terceira, nem vi rasto enquanto estive fora da estação. Pode bem ter passado por mim invisível, ou eu já estava demasiado cega.

Quando chegou a minha vez, disse a uma das senhoras que entrasse, mas a autoridadetária que me atendeu não permitiu. Então, pedi o nome das três funcionárias que tinham saído para o café às 10:13 e que queria saber como é que, ali, aplicavam uma lei própria, em clara desobediência à lei geral, ou então à das pessoas sensíveis, em sentido estrito. Esta respondeu-me que fosse reclamar "com o Costa" e foi chamar uma das colegas que tinha ido para o laréu. Ela que ai, fui ao banco depositar cheques do Correio, até me vim embora porque estava muita gente [rolling eyes, como se eu acreditasse que elas não passam à frente de toda a gente no banco], e eu, ai, não perca tempo, que eu a vi sair, ir para o parquímetro, a fumar o seu cigarrinho, e depois ala para o café. O que é que diz o seu contrato de trabalho quanto a pausas da manhã?, ai, que são quinze minutos, ai, que demorou vinte e sete, que eu os contei. E vai-me dar o seu nome e o das suas colegas, ou não? E ai, não, que não deu. E eu já com o envelope da queixa nas unhas, rodei calcanhares e zumba, acho que até fiz um chassé mambo. 

A reter: pelo menos metade das quinze pessoas que estavam à espera quando saí, indiferentes à causa prioridade pela idade, a outra metade comigo, acredito que dois ou três contra mim (o pessoal dos sessentas é o pior: ainda não é completamente velho, já não é novo, quer ter um pé em cada lado, hom'essa, decidam-se!); para a próxima, chamo a Polícia e aquela estação come com uma multa de mil euros que até chucha; não me perdoo por não ter dado a minha vez a uma daquelas pessoas, mas parece que as boas ideias só me vêm à tola quando já vou longe (e mais calma); os olhos dos velhinhos, quando os chamei para a estação, depois quando lhes rejeitaram o atendimento, depois quando eu saí. Uma disse-me: "Obrigada", mas eu ia com os meus marejados de lágrimas, arranquei a máscara e deixei cair os braços, de tanta raiva.



20/09/2020

Diálogos à sombra # 30

Não hajam dúvidas de que o sentido de humor é genético. Contava-lhe os apertos - literalmente - em que me meto, pelo meu próprio pé - de novo, literalmente:

- Ontem resolvi calçar umas botas que a tua irmã tinha posto de parte para deixar no depósito. Mesmo giras, ficavam-me boas, achei boa ideia calçá-las para ir jantar. No meio da pressa e da preguiça, nem meias pus. Olha, os pés deram em inchar lá dentro, que estava a ver que tinha que viver o resto da vida com elas nos pés. A do esquerdo ainda saiu, já a do direito, meu Deus.

- Consideraste amputá-lo?

- Isso, por acaso, não. Mas recortar a bota a toda a volta do pé, ou então ir buscar uns forceps, como num parto difícil, isso, sim.


18/09/2020

Milu, a escrava do silêncio

Nunca tinha tido - ou sequer ouvido falar de - uma gata que não mia. Em quatro meses de vida, jamais o fez, donde se conclui que é muda. Comunicada esta espécie de preocupação - que, na verdade, constitui uma doce tranquilidade, uma casa onde o animal de estimação não emite qualquer som - à veterinária, recebi de volta um encolher de ombros, e a resposta "Normalmente, são as mães que ensinam os gatinhos a miar". Ora, esta mãe não ensinou a sua filha a miar, a abandónica. O máximo de sons que lhe ouvimos até hoje foi "iiiii" e "aaaa", muito baixinho. Não imagino como serão os cios desta m(i)udinha.

Por outro lado, aquela mãe desnaturada também não deve ter amamentado como deve ser a sua cria, pois, para além de nos ter chegado muito magrinha, come tudo o que vê à frente (ração da Molly incluída, que é para gato adulto esterilizado): todo e qualquer alimento humano lhe serve de refeição, desde sopa a frango, passando por carne picada, legumes cozidos (beterraba incluída!), massas, todo e qualquer peixe - ou não fosse um gato (?) -, fruta, queijo, fiambre, e o top-mais-que-tudo de todos, o meu iogurte, que é só a coisa mais amarga de sempre (embora eu seja considerada, cá no lar, "a pessoa sem paladar e que não distingue as cores", portanto, eu posso). Quanto a Milu, tem que ser fechada numa divisão da casa (que não seja a cozinha) à hora das nossas refeições, pois, caso contrário, salta para a mesa e agride-nos os pratos, recusando a própria comida - que é própria, passe o pleonasmo -, com aquele ar de Maria de Lurdes, "Estes querem que eu coma comida de gato porquê? Comam-na eles!". Vá que não nos agride a nós (se calhar, por enquanto). 

Tem com a Molly a mais surpreendente e quase pacífica relação que algum dia pudéssemos imaginar que teria. Meteu na cabeça que a cauda da outra é um brinquedo/ presa/ companhia, algo que urge conquistar, pelo que dedica horas a segui-la, a espreitar, a escolher o melhor ângulo, a saltar na direcção do seu objectivo, felizmente para as duas até hoje por atingir. Gradualmente, a Molly tem vindo a desistir de lhe rosnar e nunca a perseguiu para a agredir. O máximo que fez foi dar-lhe uma sacudidela com uma pata, mas isso, convenhamos, só lhe faz bem, visto que, efectivamente, a mãe não lhe deu a educação mais básica, como vimos acima.


Ainda acabam ´migas gatas. (Hah, piada alentejana!)


De resto, Miluzinha foi a melhor coisa que nos aconteceu em 2020, logo a seguir ao voo que trouxe uma das minhas crianças de um Erasmus que não chegou a ser - mas que ainda durou quatro meses -, numa altura em que não havia aviões no ar, de todo. (Houve aquele, apanhado a muitos quilómetros do ponto de partida, após escalas de três comboios. Aleluia, irmãos!)

Não tenho muito mais para dizer, a não ser que apareci na televisão outro dia, mas é assunto que guardo para quando for seguro falar nele. Posso apenas adiantar que, como é óbvio, foi um momento de grande intelectualidade e beleza. 

Para qualquer dia, uma lição de Português bonito, que há muito não forneço aqui. Mas andam-se-me a trocar as órbitas com coisas que vejo publicadas un peut partout, designadamente ao nível da pontuação dentro e fora dos parêntesis e das aspas, numa arbitrariedade a raiar o chavascal, que já não se aguenta sem ter uma apoplexia ou, em alternativa mais saudável, partir a loiça toda. 

Pronto, adeus. E miau.


11/09/2020

Superstições

Sabe-me supersticiosa, presa por crendices que não explico nem domino, nada com bruxas, galinhas ou sal grosso, tudo com as coincidências que a ironia da vida é capaz de enredar. Liga-me numa aflição, um sorriso de nervos na voz, insegura quanto ao que sente, “Olha, o ramo de flores em homenagem à miúda que morreu atropelada no Campo Grande está tombado, todo torto. Achas que dá azar se o endireitar? Pergunto porque, como sei que és supersticiosa, podias saber alguma coisa e que fosse melhor não mexer”. Eu, que já tinha visto que do ramo restava apenas um molho de flores secas, respondi-lhe que não, que a única coisa que poderia dar azar ali, seria passar indiferente ao ramo, vendo-o caído e abandonado, ou então aquilo mesmo: sentir a necessidade de prestar uma “homenagem”, por breve que seja, só de coração, mas perder a coragem a que mesmo as mais singelas obrigam. Louvei-lhe também a bondade, “Isso é tão bonito da tua parte”. 

Diz-me igualmente a minha superstição que ela anda por ali, na sua bicicleta, ou marcando pontos nas tabelas que foram a glória e a fonte de alegria da sua tão breve vida.


08/09/2020

Diz-me como é a tua máscara

1. Máscara lisa, colorida: és uma pessoa harmoniosa e pacífica. Ou então, apenas indecisa e insegura. Tens uma máscara de cada cor, para poderes combinar amarelo com amarelo e vermelho com vermelho. Mesmo assim, sofres quando vestes uma calça rosa cerise e só tens uma máscara rosa bebé;

2. Máscara preta: és um bandido, um artista plástico, um génio sonhador ou um chato. Mas também podes ser um alegre mix de todos eles;

3. Máscara pandan: além disso, tens um TOC com as molas da roupa, os rótulos dos frascos, o estacionamento nos riscos da emel e não suportas as roupas da Desigual, logo a começar pelo logotipo da marca;

4. Máscara florida: és alegre, vaidosa, gostas de ser vista, ou então és um tédio de aborrecimento e dizes à boca cheia e aberta que a idade está na cabeça e outras singularidades sem qualquer sentido;

5. Máscara geométrica: com bolas, riscas ou quadrados, a tua máscara revela-te uma pessoa organizada, metódica, tenaz, com um apurado sentido estético e artístico, ou então apenas que muito bocejas lá por trás, o que, como se sabe, é assaz contagioso;

6. Máscara animal: és uma pantera na mesa, uma leoa com as crias, uma zebra sem dúvidas de se é branca e preta ou preta e branca. Ou nada disto, podes ser só um gatinho manso ou um leão sem juba armado aos cucos;

7. Máscara de bonecada: és uma eterna criança, de bem com a vida e com os outros. Ou és só aquele adulto que se autodenomina Peter Pan e que faz revirar os olhos a todos os presentes, crianças incluídas;

8. Máscara com frases inspiradoras: ideal para a indirecta para a qual não tens coragem. “Querida, o vestido amarelo faz-te gorda.|Peter Steinbeck”, não vale. Mas é pores “Uma mulher com um copo de vodka na mão fica mais poderosa” [lido ainda ontem, @ instagram], e o mundo desaba a teus pés, seja lá o que isso for;

9. Máscara com um ícone estampado: queres dar a conhecer um lado bom teu. São muito giras, as da Frida Kahlo, as da Rapariga com o Brinco de Pérola, até as do Van Gogh, apesar de, enfim. Agora, clubes desportivos, a cara dos filhos, a do Cristiano, faz favor de tatuar isso no lombo, mas deixem-nos em paz com as vossas fés. Ou é fezes que se diz?

10. Máscara transparente: és uma pessoa transparente. Cristalina. Ou então, sofres de claustrofobia nasolabial. Ou de vaidade dentária. Ou antecipaste o que todos nós concluímos há meia-dúzia de meses: que a leitura labial faz parte da audição.

Próximo episódio: Diz-me onde pões a tua máscara.